“Há um lugar dentro de ti onde todas as coisas são perfeitas, pois repousam na criação de Deus. Neste lugar és amparado pela luz e pelo amor e diante disso o que poderia machucar o teu coração ou fazer-te pequeno perante a alegria de Deus? Um lugar onde a respiração é pausada porque é feita de tranquilidade. Vai e toma teu lugar ...”
RODA DA VIDA
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Os muitos filhos de um mesmo Pai
O mundo é imenso. Imensa também a diversidade dos pensamentos, das culturas dos quase oito biliões que habitamos este bendito planeta.
Quase sempre, por causa dessas diferenças, criamos conflitos entre nós.
Paradoxalmente, por pensarmos de modos tão diversos acerca de quem nos criou, como nos criou, empreendemos batalhas verbais, quando não verdadeiras guerras chamadas religiosas.
Contudo, Deus não tem religião alguma. E, por ser Pai amoroso e bom, entende cada um dos Seus filhos.
Por saber que cada qual se situa em um ponto específico de sua evolução, recebe as homenagens da forma que lhes são oferecidas.
A todos atende, independentemente se oram num templo luxuoso, no alto de uma montanha, à beira de um muro em ruínas, ou na intimidade de um pequeno cômodo.
Não foi outro o motivo pelo qual Jesus, ao ser indagado pela mulher da Samaria, acerca do local mais adequado para se orar a Deus, recebeu a grande lição.
Lição que atravessou os séculos, mas que ainda não aprendemos devidamente: Deus deve ser adorado em Espírito e Verdade, no altar do coração.
Por isso, não importa se estamos vestindo branco ou negro; se nossas vestes são brilhantes ou escuras. O que importa é o sentimento, é o diálogo íntimo entre a criatura e o Criador.
Um diálogo que ecoa pelo infinito, que ressoa entre as estrelas, repercute no Universo e chega ao pai, que sempre envia a resposta.
Certo dia, um jovem chegou à Abadia das Sete Dores de Latroun, no caminho de Tel Aviv. Foi uma sensação maravilhosa penetrar nesse lugar de fé e paz, a menos de cinco quilómetros do acampamento onde lhe ensinavam a matar e destruir.
O canto dos monges, monocórdico e repetitivo, parecia elevar-se em direcção aos céus como uma interminável oferenda.
Mas, porque trazia o conceito de que orar era um ato solitário e silencioso, estranhou a prece praticada em comum e em voz alta.
Intimamente, ele não pôde furtar-se a uma pergunta: Esse matraquear não transformará a devoção em um insípido estribilho?
Um abade experiente, ao perceber-lhe a estranheza lhe disse: O importante, meu filho, é, a cada um desses momentos de oração conjunta, se destacar um versículo. Não importa qual seja.
Por exemplo, “Escuta ó, Senhor, o grito dos infelizes.” Ou “Ó, Deus, dá a Teus filhos alegria e esperança.”
Então, mesmo continuando a recitar a prece comum, imaginar Jesus dizendo as mesmas palavras. E tantos milhões de outros homens.
Procurar as realidades de hoje às quais essas palavras correspondem.
Então, finalizou, a oração se tornará intensa. Tornar-se-á meditação.
Pensemos nisso e aprendamos a respeitar todas as manifestações de carácter religioso, as formas diferentes das pessoas se dirigirem ao Criador.
E, como cristãos, sigamos Jesus, pronunciando com toda unção: Pai nosso, que estais nos céus. Santificado seja o vosso nome...
com base no cap. 3 do livro Muito além do amor,de Dominique Lapierre, ed. Salamandra.
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