RODA DA VIDA

Oramos pela vida e saúde dos homens de Paz no Mundo, Homens e Mulheres com missões dificílimas, de dação de esperança e de forte influencia contra a corrupção que assola o mundo e o mantém cativo na desgraça da injustiça. Louvemos estes inspirados irmãos e irmãs, desde os mais influentes, como Francisco Pai da Igreja Católica, Dalai Lama Pai dos Budistas, e tantos outros em suas respectivas importâncias, que movem o mundo com a força de suas Almas devotas, num mundo melhor para todos, mais justo, onde os indefesos não estejam à mercê de nenhum tirano, onde o único exército ou militar à face da terra seja a serviço do Amor ao Próximo - Oremos diariamente pela Mãe Terra, nosso planeta que tanto precisa de nossa atenção e nossas preces pelas causas ecologistas, sejamos a diferença que queremos ver no respeito pelo ambiente - Assim seja - Oramos por la vida y la salud de los hombres de paz en el mundo, hombres y mujeres con misiones muy difíciles, que dan esperanza y una fuerte influencia contra la corrupción que afecta al mundo y lo mantiene cautivo en la desgracia de la injusticia. Elogiemos a estos inspirados hermanos y hermanas, de los más influyentes, como Francisco Pai de la Iglesia Católica, Dalai Lama Pai de los budistas, y tantos otros en su respectiva importancia, que mueven el mundo con la fuerza de sus Almas devotas, en un mundo mejor para todos, más justo, donde los indefensos no están a merced de ningún tirano, donde el único ejército o militar en la faz de la tierra está al servicio del Amor por nuestro prójimo. Oremos diariamente por la Madre Tierra, nuestro planeta que necesita tanto nuestra atención y nuestras oraciones por causas ecológicas, seamos la diferencia que queremos ver en el respeto por el medio ambiente : que así sea

domingo, 25 de dezembro de 2022

Apenas um voltou

Explicar as parábolas de Jesus, para crianças, requer arte nas palavras, requer linguagem própria e muito cuidado. Recentemente, encontramos texto com tal iniciativa nobre, que alcança o seu objetivo com muita propriedade. Diz assim:

Certa vez Jesus andava pelo caminho, quando uns homens se aproximaram dEle. Aqueles homens estavam doentes. Eles eram vítimas de hanseníase, uma terrível doença de pele, na época, chamada lepra. Naquele tempo, não havia tratamento para esse tipo de doença e as pessoas que ficavam enfermas eram retiradas da cidade, e tinham que ficar longe de suas famílias, de sua casa. Quando alguém se aproximasse, elas deveriam gritar bem alto: “Imundo, imundo...”, que quer dizer “sujo, impuro”, para que as pessoas se afastassem.

Já pensou que vida triste? Não poder abraçar seus pais e amigos, dormir em sua cama confortável e ter de viver isolado de todo mundo?... Pois é... Aqueles homens viviam assim. Mas eles ouviram falar de Jesus, e esperavam ansiosamente o dia em que pudessem encontrá-lO. Quando ouviram dizer que Jesus se aproximava, não ligaram para as regras, nem para os homens, e correram até o Mestre. Eles sabiam que Jesus tinha o poder de curar os doentes e sarar suas feridas. Eles sabiam que Jesus era amoroso e bom. Ao se aproximarem daquele Homem de semblante tranquilo, se ajoelharam e falaram bem alto: “Senhor, cura-nos!”

Jesus ficou muito comovido ao ver aqueles homens, pois o Senhor conhece nosso coração e nossos sentimentos. Ele sabia o quanto eles eram infelizes. Então, Jesus ordenou que fossem curados e a doença imediatamente desapareceu. Aquela pele machucada e cheia de cicatrizes foi transformada em uma pele lisinha e limpa igual à pele de uma criança. Os homens ficaram tão felizes que começaram a se abraçar e pular de felicidade.


O que você faria se acontecesse um milagre assim em sua vida? Você sairia correndo para comemorar? Você iria correndo agradecer a Jesus? Pois é. Nove homens pensaram da primeira forma, nem se lembraram de agradecer ao Mestre. Só um voltou correndo, ajoelhou-se diante de Jesus e agradeceu tão grande amor.


Podemos refletir sobre a mesma questão proposta à alma infantil: Como temos agido em nossos dias, perante os tantos gestos de carinho que recebemos? Desde a ajuda mais simples, os pequenos favores e cortesias às grandes dádivas que recebemos, como a saúde, o corpo perfeito ou não, a oportunidade da vida. Será que estamos nos comportando como os nove que nem sequer voltaram para um simples agradecimento? Ou já conseguimos valorizar tudo o que recebemos, e cultivamos em nós a virtude da gratidão? Se pararmos para pensar, perceberemos que são tantas coisas para agradecer!

Tantas coisas, que talvez, se as percebêssemos mais frequentemente, teríamos menos espaço nos pensamentos para as reclamações, as queixas, as tristezas. Reflitamos se estamos sendo suficientemente gratos em nossas vidas...

sábado, 24 de dezembro de 2022

Um novo Natal

Aproxima-se o Natal. As ruas se vestem de luz, as árvores têm contornos de alegrias, com enfeites variados. A Terra se prepara para rememorar a chegada da Sua maior autoridade. Não se trata de nenhum potentado, do comandante de país de destaque ou de alguma cabeça coroada. Esse suplanta a qualquer um deles. Existente antes que a Terra se tornasse um planeta que nos pudesse abrigar, Ele era. Assim falam as escrituras. Cocriador com a Divindade, providenciou um verdadeiro mar de delícias para o ser humano que desejasse andar pelas trilhas do dever e da justiça. Colocou alguns calhaus pelo caminho, para assegurar que a jornada fosse mais exitosa, contemplasse maiores méritos. Esculpiu cumes nevados e montanhas altaneiras, desafiando a escalada humana. Estabeleceu correntes sinuosas de rios e cascatas na descida das alturas, com véus alvíssimos, parecendo noivas em dia de matrimônio. Semeou matas verdejantes e teceu mantos de verdura, entremeados de flores miúdas, coloridas, para deliciar a vista das gentes cansadas das lutas cotidianas. Anunciou Sua chegada, milênios antes. E os que O aguardaram, no suceder dos séculos, cantaram Sua vinda, anunciando-O como o Rei dos reis, o mais Sábio dos sábios, o Governador planetário.

Rei Solar, chegou numa noite quase fria e o Pai Celeste providenciou para que um coro angélico anunciasse que Ele chegara. Uma mensagem da rede social dos céus. O Senhor dos Espíritos deixara as estrelas para tomar um corpo de carne e viver entre os Seus protegidos. Pastor, vinha ao encontro das Suas ovelhas, que deseja conduzir às seguras veredas da felicidade e da paz.

Uma estrela diferente brilhou nos céus. Não era um cometa, nem uma nova. Era a conglomeração de vários Espíritos, emitindo Suas próprias luzes. Por isso, ela brilhou tão intensamente, que atraiu a atenção dos estudiosos, que contemplavam os céus, aguardando um sinal da Excelsa Chegada. Eles organizaram suas caravanas e viajaram meses até encontrá-lO e O honrar com significativos presentes.

Ouro, incenso e mirra foi o que trouxeram. Presentes que testificavam da Sua realeza, da Sua grandeza e da Sua Humanidade. Ouro para o Rei. Não qualquer rei, mas o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Incenso para Aquele que era Um com o Pai, a Divindade Suprema. E a mirra dizendo da Sua Humanidade, considerando que era utilizada amplamente pelos homens, como um item cosmético. Também com propriedades medicinais, algo para tornar a dor menos cruel.

Estamos retornando, após a grave crise pandêmica, a um Natal presencial. Honremos o Rei com os presentes da nossa boa vontade, da nossa compaixão, da nossa doação ao semelhante. Ofertemos a Ele o ouro da nossa caridade, o incenso das nossas boas ações e a mirra do auxílio ao nosso semelhante. É Natal! Vivamo-lO com alegria plena. Agasalhemos essas vibrações em nosso coração para que todos os dias que ainda nos cabem viver neste planeta abençoado, sejam de glorificação a Deus nas alturas e de boa vontade para com os homens, nossos irmãos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Contos Zen: Oração

Esta é uma historia famosa a respeito de Moisés. 

Ele estava passando por uma floresta quando viu um homem orando. O homem estava dizendo coisas tão absurdas que Moisés teve que parar. O que o homem estava dizendo era profano, era sacrilégio. Ele dizia:

“Deus, há momentos em que se deve estar sentindo muito só. Eu posso ir e estar sempre consigo, como se fosse sua sombra. Por que sofrer com a solidão quando eu estou aqui? Eu não sou um imprestável — posso lhe dar um bom banho e tirar todos os piolhos de seu cabelo e de seu corpo...”

Piolhos? Moisés não acreditava no que estava ouvindo: o que esse homem estava dizendo? 

"E irei cozinhar para si, todos gostam do que cozinho. Farei sua cama e lavarei suas roupas. Quando ficar doente, irei cuidar de si, serei sua mãe, sua mulher, seu servo, seu escravo... Posso ser qualquer coisa, basta que me dê um sinal para que eu possa ir...”.

Moisés interrompeu-o e perguntou-lhe o que estava fazendo, com quem estava falando: “Piolhos no cabelo de Deus? Ele precisa tomar banho? Pare de falar asneiras! Isso não é uma oração. Deus irá se ofender com suas palavras!”

Olhando para Moisés, o homem atirou-se a seus pés e disse: “Perdoe-me, sou um analfabeto, um ignorante. Não sei rezar, por favor ensine-me!”

Então Moisés ensinou-lhe a forma correta de rezar e ficou muito feliz por ter colocado este homem no bom caminho. Feliz, com seu ego satisfeito, Moisés se foi. 

E, quando estava sozinho na floresta, uma voz de trovão vindo dos céus, disse: 

”Moisés, eu o trouxe ao mundo para levar as pessoas a mim, para criar uma ponte entre mim e elas, e não para afastar de mim aqueles que me amam. E foi exatamente isso que fez. Aquele homem era um dos mais próximos a mim. Volte lá e peça desculpas. Diga-lhe que esqueça a reza que você ensinou. Você destruiu toda a beleza do diálogo dele. Ele é sincero, é amoroso. Seu amor é verdadeiro. Seja o que for que ele diga, as palavras vêm do fundo de seu coração, não são apenas parte de um ritual. O que você lhe deu, contudo, é apenas um ritual. Ele irá repetir as palavras, mas falará apenas com os lábios e não do fundo do seu ser.”

sábado, 26 de novembro de 2022

Oração nossa

 Senhor, ensina-nos:

A orar sem esquecer o trabalho;

A dar sem olhar a quem;

A servir sem perguntar até quando;

A sofrer sem magoar seja a quem for;

A progredir sem perder a simplicidade;

A semear o bem sem pensar nos resultados;

A desculpar sem condições;

A marchar para a frente sem contar os obstáculos;

A ver sem malícia;

A escutar sem corromper os assuntos;

A falar sem ferir;

A compreender o próximo sem exigir entendimento;

A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor, fortalece em nós a paciência para as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades.

Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós.

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir-Te os desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.

Por que ainda relutamos tanto em seguir o Modelo seguro de conduta e sentimento que nos foi ofertado há mais de dois milênios?

Por que O chamamos de Mestre e Senhor, compreendendo Sua grandeza e superioridade, mas teimamos em agir de acordo com nossa acanhada compreensão das coisas?

Por que somos tão relutantes... Tão fracos e frágeis?

Não nos parece ser tempo de despertar? De seguir adiante? De utilizar a tal inteligência que, supostamente temos, em pleno século XXI, e fazer opções mais felizes?

Julgamos que conquistamos tanto desde que saímos das cavernas, pois vivemos com mais conforto e facilidades. Mas será esse nosso único objetivo na Terra? Seriam essas as únicas conquistas que deveríamos alcançar?

É curioso, pois saímos das cavernas, mas em alguns aspectos as cavernas ainda não saíram de nós. Há escuridão na alma que não encontra o sentido existencial. Há breu no íntimo dos que tornaram a existência uma luta apenas pela sobrevivência material. Há um escuro enorme no espelho dos que ainda não se conhecem. Por isso a oração nossa pede auxílio ao mais sábio que já existiu, ao que nos conhece como ninguém mais, ao que esteve entre nós e percebeu nossas mazelas de muito perto. Senhor, que Tuas lições ecoem pelo mundo íntimo de todos nós, que nos lembrem dos caminhos do amor e nos tragam a coragem de mudar. Senhor, recita em nosso coração o canto das bem-aventuranças mais uma vez, pois ele nos acalma, nos consola e nos impulsiona. Senhor, olha-nos com Teus olhos de compreensão, mas também de motivação, fazendo-nos entender que somos frágeis, mas que podemos ser grandes! Diz-nos mais uma vez que somos a luz do mundo, a luz do mundo de dentro em primeiro lugar, que depois explode para fora, levando a manhã ensolarada a quem ainda vive na madrugada. Diz-nos, por fim, uma vez mais: Não vos deixareis órfãos; voltarei para vós.

Guardemos isso em nossa mente e em nosso coração.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Consolar, que ser consolado

A oração da paz, que carrega em sua poesia a essência da vida de Francisco de Assis, o apóstolo da pobreza, traz a seguinte proposta:

Senhor, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado.

Aqui está a postura de um verdadeiro instrumento da paz, alguém que se coloca na posição de dar, antes de querer receber.

Espírito maduro, mensageiro do Alto, trabalhador do Cristo.

Porém, há uma subtileza nos versos inspirados da oração.  O requinte poético e moral está na palavra mais. Que eu procure mais.

Francisco não quis afirmar que ele só iria consolar, compreender e amar, mas que iria procurar fazer isso em primeiro lugar, entendendo que haveria momentos que ele também necessitaria de consolo, compreensão e amor.

Isso aproxima as grandes almas de nós. Isso mostra que ser instrumento da paz não é ser perfeito, puro, inquebrável, apenas dedicado, zeloso e esforçado.

Ser instrumento do amor na Terra é possível para todos os que desejamos construir um mundo melhor dentro e fora de nós.

Precisamos estar dispostos a consolar, a compreender e a amar, estendendo as mãos ao outro, saindo da posição egoísta, pequena; passando para o lado altruísta e lúcido da vida.

Mas, isso não significará que ficaremos livres de momentos em que nós também precisaremos de auxílio e de colo.

Mesmo aqueles que estamos engajados em causas nobres, que estamos à frente de movimentos importantes na Terra, de grandes responsabilidades, temos momentos de fraqueza e necessitamos de ajuda.

Não vejamos isso como sinal de derrota. O bom guerreiro precisa conhecer seus limites. Sentar sobre uma rocha, avaliar a luta, pedir conselhos, ouvir, chorar.

Depois disso, levantar-se, animar-se, erguer os olhos e seguir adiante em sua missão bendita.

Há ainda, mais uma beleza nisso tudo: as leis de Deus, em Sua grandeza infinita, funcionam de uma forma que, quando estamos consolando, enxugando lágrimas, amparando irmãos, ao mesmo tempo, estamos tratando de nós mesmos.

Na oração citada lembramos do é dando que se recebe, que nos permite captar a essência dessa ideia.

Isso mesmo. Ao doarmo-nos, estaremos, igualmente, recebendo. A lâmpada que emite a luz é a primeira a se iluminar. O frasco de perfume é o primeiro a ficar perfumado.

Não estamos falando de retribuição, mas de uma simples acção natural das leis divinas que encharcam de alegria e beleza aqueles que se propõem a levar alegria e beleza aos demais.

Entendendo isso, a alma madura buscará mais consolar, obviamente, e essas ações na direção do próximo a preencherão de uma forma muito especial.

Assim compreenderemos porque pensar no outro em primeiro lugar não significa esquecer de si mesmo, ou mesmo desvalorizar-se.

Estamos todos interligados. Eu, você, ele, ela, como filhos do mesmo Pai estamos interconectados pelo mesmo amor, pelas mesmas energias.

Amar a si mesmo, amar ao próximo e a Deus se confundem num mesmo facho luminoso de amorosidade, pois um amor depende do outro para se desenvolver, para se edificar dentro de nós.

*   *   *

Senhor, fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Evangelho (Lc 19,41-44)

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 

«Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos!. Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada».


Passados mais de 2000 anos desta profecia, o coração do médio oriente continua desavindo, envolvido em chamas, um rasto de morte, pobreza e desgraça entre os seus povos, Israelitas e Palestinianos, irmãos de terra inimigos.

A mensagem da profecia continua viva, e no coração de cada ser humano faz-se ferida, a cada dia de vida que passa, as escolhas feitas nas decisões tomadas, estão a determinar o nosso destino face a um porto seguro ou face a um abismo sem fim.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

COMPAIXÃO E ENTENDIMENTO

Amados,

É importante conectarem-se aos seus corações, seguindo seus conselhos, lembrando que algumas pessoas estão passando por experiências em seu presente momento que requerem a sua empatia, compaixão e entendimento, à medida que elas lidam com os seus sentimentos, através de seus próprios e respectivos caminhos. Lembre-se de que o amor que está no âmago desse ser e no seu, apenas deixe que ele aconteça, pois, ele deseja manifestar-se.

Algumas mudanças que ocorrem na vida das pessoas são aquelas que criam uma total reavaliação de como alguém vê a si próprio e isso pode ser um processo difícil, à medida que é experimentado.

No cerne de todas as mudanças na vida de alguém está uma lição de aceitação, de que nem tudo pode permanecer igual e de que acontecem eventos que conduzem a um vazio, onde nada pode ser substituído sempre. Nisso, apenas a passagem do tempo é que cura essas realizações.

O amor em suas muitas facetas de expressão é uma força muito potente e ela pode curar mesmo as expectativas mais cínicas.

Quando o amor é mantido acima de tudo no coração de uma pessoa, o mundo conspira para trazer uma experiência que reflecte esse amor. Permitindo que o coração de alguém permaneça aberto durante os tempos de tristezas e mágoas, isso ajuda no processo de cura de cada pessoa.

Muitas vezes, essas expressões chegam de um lugar cheio de feridas internas da psique da pessoa, no entanto, isso permite que ela vá para o seu interior e examine esses sentimentos com um foco maior, do que se fosse de outra forma.

Isso auxilia a pessoa a crescer e expandir, no que tange ao entendimento de si mesma e dos outros em sua volta, de modo que ela entenda que cada pessoa tem eventos similares em sua própria vida que ajudam a moldá-la para uma expressão mais amorosa e mais aberta dos atributos do Criador.


Tendo como base o amor, tudo, todas as coisas podem ser superadas. Na vida de cada pessoa chegam muitos eventos e circunstâncias que a sua alma escolheu experimentar, no sentido de alinhar aquelas áreas no interior de sua própria personalidade com os aspectos mais elevados da expressão humana.

Isso as ajuda a se conectarem com um poder maior do que os seus egos humanos podem perceber, e é assim que elas começam a compreender de que existe uma força maior atuando na vida individual de cada pessoa que ela previamente assumiu.

É assim que a qualidade da fé começa a crescer e expandir no interior de sua consciência. Esse despertar do conhecimento de um poder mais elevado atuante, no entanto, muitas vezes ocasiona provações e tribulações, imbuindo às pessoas com uma força interna que nunca foi perdida, não importando qual o evento estiver transpirando.

Através da experiência pessoal de cada um, a pessoa ganha um valor importante que se torna parte de seu reportório de habilidades e ferramentas, as quais ela programa em sua vida, à medida que for necessário. É apenas através da experiência própria de cada pessoa que ela consegue sentir empatia e união com a outra.

É através desse processo que a união entre todos os seres acontece. Existe também um processo que chega, com o dar para a si mesmo, amor e nutrição que trazem cura e liberta de auto recriminações, culpa, vergonha e outros sentimentos que estiveram segurando a pessoa em uma vibração inferior, e isso pode liberá-la para que ela se mova para frente em sua vida, em um novo simbólico começo.

Cada vida vivenciada na Terra tem grande valor e aqueles que deixam esse plano de existência, deixam uma profunda marca sobre aqueles em sua esfera de influência.

Aqueles que foram deixados para trás, procuram pelos talentos que foram dados pelos seus entes queridos em suas associações e interações entre si.

Algumas vezes, esses presentes podem apenas ser reconhecidos, através da passagem do tempo e das experiências das pessoas deixadas para trás.

Cada experiência é utilizada por sua alma eterna para ganhar sabedoria e expansão, como sendo uma parte de suas qualidades de alma.

Esse tem sido o propósito da vida em um mundo da dualidade, à medida que as almas experimentam as polaridades das forças opostas, e ainda conseguem lembrar-se do âmago da essência do amor e luz em seu interior.

Pascoal Gomes
Arquignóstico
PP

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Sou do tamanho do que vejo

Da minha aldeia vejo quanto da Terra se pode ver do Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura...


Nas cidades a vida é mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Alberto Caieiro, personagem criado pelo poeta português Fernando Pessoa, apresenta uma visão muito interessante sobre a vida. Quando proclama que somos do tamanho do que vemos, ensina que é nossa compreensão sobre o viver que nos faz grandes ou pequenos.

Ser grande não é ser alto, rico, famoso ou intelectualizado: ser grande é ser bom, no sentido de atuar como agente do bem na Terra. Ser grande é poder compreender a vida como passageira, transitória, e já aceitar a ideia de sermos algo muito maior do que um corpo com uma mente que pensa. 

Somos Espíritos vestindo mais um corpo, mais uma vez. Sim, esta não é nossa primeira vida e certamente não será a última. Ser grande é enxergar a vida futura, é planejar os dias pensando no que é melhor para nosso desenvolvimento espiritual e não material apenas. Sendo grandes enxergamos longe. Pequeno, só o chão à nossa frente.

A vida agitada e, por vezes, neurótica, das grandes cidades nos faz pequenos, pois sequer lembramos de parar para respirar – respirar com intenção, com qualidade. Esquecemos de olhar para o lado, de perceber a vida pulsante das árvores estendidas sobre as ruas repletas de veículos apressados. Esquecemos de fechar os olhos, olhar para o sol e, por alguns instantes, deixá-lo envolver nosso rosto cansado de tantas preocupações. Quando nos damos tempo de meditação, fechando os olhos de fora e ampliando a visão de dentro, estamos nos fazendo gigantes. Podemos nos ver do alto, podemos nos ver de longe.

Somos, sim, do tamanho do que vemos. E se andamos vendo muito chão e muitas paredes frias, estamos reduzidos a essa pequenez instantânea. Mas se estamos vendo céu, verde, flores e corações irmãos, sentindo-os verdadeiramente como irmãos de jornada, estamos nos fazendo grandes. 

Assim, não nos permitamos ser engolidos pela rotina aprisionadora. Não nos permitamos automatizar todos os atos, pensamentos e palavras, sem perceber o tempo passar e sem viver intensamente cada instante. Olhemos para cima, olhemos para longe, olhemos para os nossos com olhar de presente e de futuro. Amemos agora, mas amemos amanhã também, fazendo hoje as melhores escolhas para o amor. Lembremos: somos do tamanho do que vemos, e ver ou não ver sempre será uma escolha nossa.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Oração

A oração é um impulso do homem para o Céu, para Deus, e esse impulso pode ser mudo ou assente em palavras. Evidentemente, o essencial da oração não está nas palavras, mas na intensidade, no fervor. Muitas vezes, quando as pessoas oram em voz alta, as palavras que pronunciam caem em saco roto; a sua boca murmura qualquer coisa, mas elas não oram, porque em si nada vibra. Ora, para ajudar à realização, a palavra pronunciada é muito importante, porque as vibrações sonoras têm grandes poderes sobre a matéria.

Sem a palavra, os pensamentos e os sentimentos têm dificuldade em realizar-se no plano físico, porque lhes falta um veículo, um corpo para se poderem materializar. A palavra é como que o corpo que deveis dar a essa alma que é o vosso pensamento. Enquanto não lhe derdes um corpo essa alma é obrigada a percorrer os mundos astral e físico à procura de materiais que lhe permitam incarnar-se, e isso leva muito tempo. Porém, se acompanhardes o vosso pensamento de um sentimento forte que lhe sirva de combustível e depois o projetardes no plano físico por meio de palavras, tereis as melhores condições para a realização. A palavra tem uma grande força que pode ser comparada à assinatura de uma acta, de uma encomenda ou de um contrato. E, como sabeis, um papel só tem valor se estiver assinado. Assim, após terdes meditado, podeis dar à palavra a possibilidade de fazer descer os vossos pensamentos e os vossos desejos. Ela é, então, como que a assinatura que permite o desencadeamento das forças do Alto, sim, mas só se o vosso desejo e o vosso pensamento forem já poderosos no plano espiritual.

Quando sentirdes um grande amor para com Deus, como o sentimento é algo puramente psíquico, não tereis necessidade de exprimir-vos por palavras, podeis exprimir-vos apenas pela força do vosso amor. Mas suponhamos que quereis obter a realização de um desejo no plano físico, material; nessa altura, é necessário pronunciar palavras. Todavia, o essencial está na intensidade do pensamento e do sentimento, senão, mesmo que pronuncieis palavras durante horas seguidas, isso não terá qualquer resultado, não sereis atendidos. Aliás, vós próprios sentis quando a vossa oração é ou não ouvida. Há dias em que sentis uma tal força, uma tal plenitude, que sabeis que, finalmente, o Céu vos ouviu. Isto não quer dizer que haverá, de um momento para o outro, resultados no plano físico. Não! Mas o Céu escutou-vos, tomou em consideração o vosso pedido, e isso é o essencial: sentir que a vossa oração foi escutada!

Tudo reside, portanto, na intensidade, e a intensidade está sempre ligada ao poder que se tem de libertar os seus pensamentos e sentimentos de todas as preocupações estranhas à oração. Por isso, a atitude interior é muito importante: conseguir por tudo de lado, por uns momentos, para mergulhar num trabalho espiritual intenso. Só nesta condição é que se é atendido pelo Céu.

Cada coisa espiritual tem a sua correspondência material e cada partícula de matéria tem a sua correspondência no plano espiritual. Existe, pois, uma correlação entre o mundo subtil da consciência, do pensamento, do sentimento, e o mundo da matéria. Cada vez que a vossa oração vos projeta para as regiões superiores da consciência, vós atraís do espaço materiais de uma grande pureza graças aos quais podereis dar um corpo aos vossos desejos divinos. Há que começar por trabalhar no plano espiritual: o plano material transformar-se-á, então, automaticamente. Todos os Iniciados basearam a sua acção nesta lei das correspondências. A sua única preocupação é trabalharem corretamente, harmoniosamente. Em relação ao resto, estão completamente convencidos de que existe uma fidelidade e que o que já está realizado pelo pensamento no mundo espiritual será realizado um dia no plano físico.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A Oração

O aposento secreto é, pois, um lugar de silêncio e de segredo. Os outros não devem perceber aquilo que dizeis, como o dizeis e a quem vos dirigis. É claro que algumas vezes não podereis impedi-los de se darem conta de que estais a orar. Mas, quanto menos eles se aperceberem, mais valor terá a vossa oração. Numa parábola, Jesus fala daquele fariseu que tinha subido ao templo de Jerusalém e que orava com grande ostentação… Pois bem, toda a sua atitude mostrava que ele não se encontrava no aposento secreto.

Podemos dizer que este aposento secreto é o coração, o silêncio do coração. Mas, evidentemente, o coração aqui não é o que corresponde ao plano astral, o lugar dos desejos inferiores, da avidez. O aposento secreto é o coração espiritual, quer dizer, a alma. Enquanto não se consegue chegar ao verdadeiro silêncio, não se penetrou nesse aposento. Há tantos "aposentos" no homem! E, de entre todos esses aposentos, muito poucas pessoas encontraram precisamente aquele em que o silêncio é valorizado. A maioria é desviada para os outros aposentos e é lá que ora; mas como aí não há aparelhos apropriados o Céu não recebe os seus pedidos.


Portanto, não é suficiente reservar um lugar da casa para a Divindade. Se, na verdade, quiserdes ser visitados, precisais de consagrar um lugar no vosso coração, na vossa alma, dizendo: "Este lugar é para o Senhor, ou para a Mãe Divina, ou para o Cristo, ou para o Arcanjo Miguel, porque - acreditai! - se houver um lugar para eles, eles virão.

Contudo, para que uma oração seja ouvida há que respeitar certas condições. Porque é que, por exemplo, os Iniciados do passado ensinaram o gesto de juntar as mãos quando se ora? É simbólico. É porque a verdadeira oração representa a união dos dois princípios: o coração e o intelecto. Se é o vosso coração que pede, mas o vosso pensamento não participa, não se junta a ele, a vossa oração não será recebida. Para ela ser recebida, tem que vir do coração e do intelecto, do pensamento e do sentimento, isto é, dos dois princípios, masculino e feminino, unidos.

Em quantos quadros se representam pessoas a orar, até crianças com as mãos juntas! Mas nunca se compreendeu a profundidade deste gesto. Isto não quer dizer que para orar é obrigatório juntar as mãos fisicamente. Não, não é a atitude física que conta, mas a atitude interior. É preciso juntar o coração e o intelecto, a alma e o espírito, porque é da sua união que resulta a força da oração. Nesse momento, projetais uma força para o Céu, em resposta, envia-vos a luz a paz. Portanto, ao mesmo tempo, vós dais e recebeis, sois ativos e receptivos.

domingo, 30 de outubro de 2022

- Insistir Paulo - Roberto Gaefke

Para os grandes conflitos da alma,
uma tomada de decisão.

Para a ausência de soluções,
uma nova experiência.

Para a desilusão do amor,
uma nova forma de amar.

Para o desespero da solidão,
a solidariedade.

Para o momento de aflição,
o poder de uma oração.

Para grandes perguntas,
pequenas respostas,
Para o que parece complicado,
a simplicidade do fazer.

Para a dor da separação,
a esperança de uma reconciliação;
Para a ausência da morte,
a certeza da vida eterna.

Para a decepção do que não conquistamos,
nasce  um novo dia.

Para quem se perdeu,
a luz de uma nova OPORTUNIDADE,
para quem desistiu de si mesmo,
um recomeçar.

Ainda que as portas estejam fechadas,
ainda que tudo pareça estar contra você,
ainda que juntem provas e queiram o seu fim, ainda assim, não desista, 
Deus é contigo,

por isso, eu insisto;
em tudo e por tudo,
tente outra vez!

Eu acredito em você

terça-feira, 25 de outubro de 2022

A oração

Meditais, por exemplo, acerca de verdades sublimes que não conseguis captar, e eis que ao fim de algum tempo conseguis compreendê-las. O que se passou? De onde veio essa compreensão?... O vosso espírito já a possuía desde sempre, mas era um domínio ao qual a vossa consciência ainda não tinha tido acesso. Porque o homem, que não sabe o que se passa no seu subconsciente, também não sabe o que se passa no Alto, no Céu, no seu Céu, no seu espírito, a supraconsciência.

Podeis fechar-vos quantas vezes quiserdes entre as quatro paredes de um quarto e aí orar; se não tiverdes amor pelo Senhor, se não conseguirdes atingir esse estado de fervor que é próprio da oração, não podereis encontrar esse aposento secreto nem entrar nele. O aposento secreto é o estado de grande concentração, de paz, de silêncio interior, em que tudo o resto se extingue, em que não existe mais nada senão a vossa oração, a vossa palavra interior que percorre o espaço. Nesse momento, mesmo se não souberdes que estais nesse aposento secreto, vós estais lá realmente.

O aposento secreto é um símbolo magnífico e de uma grande profundidade, que era certamente conhecido muito antes de Jesus. Todos os Iniciados e místicos sabem que para orar é preciso entrar nesse aposento interior, porque no exterior o Céu não os ouvirá. Porquê? Imaginai que estais na rua e que quereis falar a um amigo que se encontra noutra cidade: não podereis fazê-lo, a menos que entreis numa cabina telefónica, porque há lá um aparelho onde marcareis um número e estabelecereis a comunicação. Se ficardes na rua, por mais que griteis, por mais que berreis, o vosso amigo não vos ouvirá. Da mesma maneira, para sermos ouvidos pelo Céu, é preciso que entremos nesse aposento secreto de que falava Jesus, porque ele também está apetrechado com aparelhos telefónicos que permitem comunicar com os mundos superiores.

Mas aprofundemos mais ainda esta comparação: quando entrais numa cabina telefónica, fechais a porta para poder escutar e falar sem barulhos. De igual modo, esse aposento secreto deve estar silencioso, porque não é com barulho que se faz o trabalho espiritual.

Devemos, pois, compreender que existe em todos os seres um lugar muito silencioso em que eles devem penetrar fechando a porta atrás de si. Fechar a porta quer dizer não deixar entrar pensamentos e desejos estranhos à oração, senão haverá parasitas na vossa comunicação com o Céu e não obtereis resposta. Só no aposento secreto é que a comunicação pode passar corretamente: Vós falais e ouvis; dirigis um pedido ao Céu e recebeis uma resposta. Se não conseguirdes captar o que vos dizem é porque vos esquecestes de fechar a porta ou não conseguistes acalmar o tumulto dos vossos pensamentos e dos vossos sentimentos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Reconcliliação

Evangelho (Lc 12,54-59): 

Naquele tempo, Jesus dizia também às multidões: 

Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece.  Quando sentis soprar o vento sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. Hipócritas!  Sabeis avaliar o aspecto da terra e do céu. 

Como é que não sabeis avaliar o tempo presente? 
Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? 

Quando, pois, estás indo com teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto ainda a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e o oficial de justiça te jogará na prisão. Eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Minha oração

Minha oração é onde amanheço.

Onde me reconheço no que peço a vós.

Minha oração é feita de asa.

Por vezes feita em brasa, levanto a voz.

Minha oração busca o sublime.

Um pouco de sol que me anime... os passos. 

Orar é ir à essência.

Do Pai e do filho.

Feliz experiência.

Para a alma sem brilho

Que quer algum luar.

Orar com paciência.

Pois quem espera sabe ouvir.

Conselho, consciência.

Que nos diz para onde ir.

E que abraça sem julgar.

Minha oração é onde amanheço.

E onde me despeço da noite e do breu.

Minha oração é feita de abraço.

O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite. O pessimista se autodestrói, enquanto o otimista se autossustenta. Aquele que acredita nas próprias possibilidades as desenvolve, aprimora e delas se serve, com segurança.

Aquele que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e se exaure, especialmente quando enfermo. 

A mente que se vincula à oração, se ilumina sem desprender vitalidade. Ao contrário, mais se fortalece e expande a claridade que possui. A alma em oração adquire resistências no campo de suas energias, conquista forças indispensáveis para a manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo. A oração revigora, a oração acalma, evitando os pensamentos viciosos e as ações impensadas que quase sempre trazem consequências infelizes. A oração sustenta, abre possibilidades, abre horizontes novos de inspiração, de observação e sensibilidade. A oração cura o outro, pois a rogativa sincera se faz bálsamo suave no ser que a recebe. Também a nós mesmos, pois quem acende uma candeia se ilumina por inteiro quase sem querer. A oração esclarece, pois quando o ser apresenta o que vai no íntimo profundo, se mostra como é, mostra seus valores e assim lança luz, sobre as áreas escuras da personalidade. A oração é uma conexão do Espírito com sua essência e, por isso, a mais bela forma de contato com Deus.

Orar é se perceber frágil, em construção, humilde. Ao mesmo tempo, se sentir forte, vivo, pertencente a um Universo grandioso e mergulhado em amor infinito. Quem tem o hábito de orar e ora do fundo do coração, permanece mais tempo nas sintonias benfazejas, nos pensamentos elevados que, de muitas formas, vão purificando os hábitos mentais, a própria criatura. Quem ora está habitando o mundo de dentro e não apenas o de fora. Quem ora encontra forças para prosseguir na marcha, não importa a gravidade da batalha ou a delonga da guerra. Quem ora se prepara melhor para agir, pois entende que tem na prece um manancial de equilíbrio e sabedoria que o faz melhor nas ações.

Minha oração é onde amanheço.

Onde me reconheço e também o meu irmão.

Em minha oração eu vos agradeço.

Pelo primeiro parto,

Pelo diário prato,

E pela constante consolação.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Oração

O que muito me agradou quando viajei pela Índia, e que me fez também reflectir, foi que em cada casa, tanto a mais pobre como a mais rica, havia sempre um pequeno altar com imagens ou estatuetas de divindades, diante das quais estavam acesas lamparinas e ardiam alguns paus de incenso. Os grandes Mestres da Índia conseguiram incutir nos homens e mulheres daquele país a necessidade de reservar um pequeno lugar para todos os espíritos luminosos a fim de receberem a sua ajuda e a sua proteção.

Este lugar tanto pode estar no exterior como no interior da casa. Até os hotéis têm pequenos santuários nas varandas ou nos terraços e veem-se também muitos nas ruas. Evidentemente, o que menos me agradou foi que raramente vi altares bem conservados: havia toda a espécie de coisas no espaço onde estava o altar e até as imagens estavam muitas vezes sujas e estragadas como se as pessoas de lá não dessem qualquer importância à ordem e à limpeza, mas apenas ao lado simbólico das coisas.

Os espiritualistas, os místicos, precisam de ter um lugar para se recolherem e orarem. Evidentemente, é preferível poderem fazê-lo na solidão de uma sala onde não se corra o risco de ser incomodado. Por isso recomendo-vos que, se possível, tenhais em vossa casa um lugar que fique à parte, sagrado, onde nem toda a gente possa entrar, mesmo que não seja maior do que uma cabine telefónica. O essencial é que seja um lugar consagrado cujas vibrações, cujos fluidos subtis, irão permitir-vos entrar mais facilmente em contacto com as entidades celestes.

Lembro-me de que, antigamente, na Bulgária, havia em todas as casas um pequeno nicho onde era colocado um ícone diante do qual as pessoas vinham todas as noites acender a lamparina e recolher-se um instante a fim de ficarem protegidas durante a noite. Este costume também existia em muitos outros países, porém hoje está quase abandonado por todo o lado.

Os seres humanos perderam o desejo de se ligar, a eles e a toda a família, com essas forças luminosas que podem guiá-los, protegê-los. Já nem sequer creem que pode existir essa proteção invisível. Têm outras proteções, proteções físicas, materiais, graças às quais se julgam mais protegidas, o que em certos casos é verdade, mas noutros não. É bom estarmos protegidos no plano físico, e a técnica está sempre a preparar novos aparelhos para assegurar a segurança dos seres humanos; porém, é também indispensável estarmos protegidos, do ponto de vista espiritual, por correntes, por entidades celestes.

Mas esse lugar de que estou a falar-vos, esse lugar nas nossas casas que é bom prepararmos e purificarmos para que aí se instale a Divindade, é apenas a concretização no plano físico de um outro lugar, invisível, aquele de que Jesus falava, ao dizer: «Quando orares, entra no teu aposento, fecha a porta e ora ao teu Pai que está aí, no aposento secreto.» Este aposento secreto não é outra coisa senão um estado de consciência. Quando conseguis criar em vós o silêncio e a paz, quando tendes necessidade de exprimir ao Senhor o vosso amor por Ele, estais já nesse aposento secreto. Ele pode estar no coração, pode estar também na mente, na alma… Na realidade, é um estado de consciência superior até onde vós conseguistes elevar-vos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Oração

Agora, vou dar-vos alguns métodos. Quando quiserdes orar e ligar-vos a Deus, imaginai, em qualquer parte do espaço, um centro vivo, brilhante, para o qual convergem todos os seres luminosos, espirituais, e no qual eles captam as vossas forças. Deste centro, vedes emanar raios de luz que partem em todas as direções para alimentar todas as criaturas vivas. Desta maneira, os vossos pensamentos dirigir-se-ão exactamente para o lugar onde a presença de Deus é mais forte e mais determinada, e a vossa oração terá resultados. Todos os grandes Mestres e Iniciados se concentraram neste ponto que é um centro de luz e os seus pensamentos criaram uma tal força no espaço que o discípulo, exercitando-se todos os dias deste modo, recebe desta força imensas bênçãos.

No momento em que orais, esforçai-vos também por criar uma imagem: a de uma multidão de espíritos dispersos pelo mundo inteiro mas que, lá onde eles se encontram, estão a concentrar-se no Criador, a ligar-se a Ele. Pelo pensamento, ligai-vos a esses seres para orar com eles e assim a vossa voz já não ficará isolada no deserto da vida. Quando dirigirdes solicitações ao Céu juntamente com milhares de seres luminosos, a vossa oração será ouvida por causa da coletividade e vós beneficiareis igualmente dela. É por agirdes sozinhos que o vosso pensamento não alcança o seu objetivo e retorna a vós. O segredo está em vos ligardes a todos os que oram, porque a cada momento há seres a orar em qualquer lugar do mundo.

Orar é, portanto, pedir. Contudo, há pedidos e pedidos. A maioria das pessoas pensa que orar a Deus é pedir-Lhe tudo o que lhes falta: precisam de abrigo, de roupa, de algum dinheiro… desejam escapar a um perigo, a uma doença…, desejam um marido, uma mulher, filhos, e pedem tudo isto a Deus. Quem é que, antes de orar, pensa em não pedir nada, em orar somente para se sentir mais próximo do Senhor? Quem ora verdadeiramente não pede nada. E, aliás, nessa altura, mesmo sem nada pedir, obtém tudo. Deus é força, sabedoria, amor, pureza, beleza, e aqueles que se ligam a Ele adquirem pouco a pouco cada uma das Suas virtudes, das Suas riquezas. Então, como podem eles duvidar de que um dia obterão tudo o que desejam?

É na oração que deveis encontrar a vossa felicidade, no próprio acto de orar, conscientes de que no dia em que todos os vossos desejos forem atendidos já não tereis a felicidade de pedir! Quando os desejos se tornam realidade, já não temos com que nos alegrar, temos saudades desses belos dias e que esperávamos a imaginávamos algo de maravilhoso. Por isso, deveis encontrar toda a vossa felicidade nessa ligação que, através da oração, criastes com o Céu, porque depois, quando tiverdes obtido o que desejais, só Deus sabe se ireis ter dias felizes! Aquele que compreendeu o verdadeiro significado da oração será sempre feliz, mesmo que nada tenha, porque ninguém poderá impedi-lo de criar no mundo subtil do pensamento coisas extraordinárias que, permanecendo inacessíveis, estarão sempre presentes nele.

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Evangelho (Lc 11,42-46)

Naquele tempo, o Senhor disse: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Isto é que deveríeis praticar, sem negligenciar aquilo. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro assento nas sinagogas e de serdes cumprimentados nas praças. Ai de vós, porque sois como túmulos que não se vêem, sobre os quais as pessoas andam sem saber». Um doutor da Lei tomou a palavra e disse: «Mestre, falando assim, insultas também a nós!». Jesus respondeu: «Ai de vós igualmente, doutores da Lei, porque carregais as pessoas com fardos insuportáveis, e vós mesmos, nem com um só dedo, não tocais nesses fardos!».

Parábola fortíssima que nos revela a bravura de Jesus perante as intimidantes autoridades religiosas, admoestando-as da grave falta em que incorrem ao aprumarem as suas vidas e seus atos diários pela hipocrisia e falsidade, exigindo elevado padrão moral aos fieis e eles próprios em escandaloso incumprimento perante as suas consciências. 

Constitui uma advertência de grande importância nos dias de hoje, com os avançados meios de comunicação global, em que os atos de vida das pessoas são expostos incontroladamente e sem pudor, sobretudo das figuras publicas com grande responsabilidade cívica, ética e moral.

Relembra-nos que devemos estar sobretudo de bem com a nossa consciência, modo seguro para que possamos permanecer ligados pelo calor do coração com os Seus ensinamentos e com a Sua luz redentora.

De outra forma permaneceremos "surdos, mudos e cegos", para o objetivo ultimo de nossa vida, caminhando pelos túmulos de nossos destinos por cumprir, sem tão pouco dar conta, como uns tolos alienados. Coragem é necessário em tempos de tão grande desvario. 
Assim seja!