RODA DA VIDA

Oramos pela vida e saúde dos homens de Paz no Mundo, Homens e Mulheres com missões dificílimas, de dação de esperança e de forte influencia contra a corrupção que assola o mundo e o mantém cativo na desgraça da injustiça. Louvemos estes inspirados irmãos e irmãs, desde os mais influentes, como Francisco Pai da Igreja Católica, Dalai Lama Pai dos Budistas, e tantos outros em suas respectivas importâncias, que movem o mundo com a força de suas Almas devotas, num mundo melhor para todos, mais justo, onde os indefesos não estejam à mercê de nenhum tirano, onde o único exército ou militar à face da terra seja a serviço do Amor ao Próximo - Oremos diariamente pela Mãe Terra, nosso planeta que tanto precisa de nossa atenção e nossas preces pelas causas ecologistas, sejamos a diferença que queremos ver no respeito pelo ambiente - Assim seja - Oramos por la vida y la salud de los hombres de paz en el mundo, hombres y mujeres con misiones muy difíciles, que dan esperanza y una fuerte influencia contra la corrupción que afecta al mundo y lo mantiene cautivo en la desgracia de la injusticia. Elogiemos a estos inspirados hermanos y hermanas, de los más influyentes, como Francisco Pai de la Iglesia Católica, Dalai Lama Pai de los budistas, y tantos otros en su respectiva importancia, que mueven el mundo con la fuerza de sus Almas devotas, en un mundo mejor para todos, más justo, donde los indefensos no están a merced de ningún tirano, donde el único ejército o militar en la faz de la tierra está al servicio del Amor por nuestro prójimo. Oremos diariamente por la Madre Tierra, nuestro planeta que necesita tanto nuestra atención y nuestras oraciones por causas ecológicas, seamos la diferencia que queremos ver en el respeto por el medio ambiente : que así sea

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Hoje celebramos São Miguel, São Gabriel e São Rafael Arcanjos

A Igreja celebra neste dia 29 de setembro a festa dos santos arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael, que aparecem na Bíblia com missões importantes dadas por Deus.

São Miguel em hebreu significa “Quem como Deus” e é um dos principais anjos. Seu nome era o grito de guerra dos anjos bons na batalha combatida no céu contra o inimigo e seus seguidores. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus.  É chamado pelo profeta Daniel, no Antigo Testamento, de príncipe protetor dos judeus. No Novo Testamento, é citado na carta de São Judas e no Livro do Apocalipse. Aparece como protetor dos filhos de Deus e de Sua Igreja.

São Gabriel significa “Fortaleza de Deus”. Teve a missão muito importante de anunciar a Nossa Senhora que ela seria a Mãe do Salvador. Segundo o profeta Daniel (IX, 21), foi Gabriel quem anunciou o tempo da vinda do Messias; quem apareceu a Zacarias “estando de pé à direita do altar do incenso” (Lc 1, 10-19), para lhe dar a conhecer o futuro nascimento do Precursor; e, finalmente, o arcanjo como embaixador de Deus, foi enviado a Maria, em Nazaré para proclamar o mistério da Encarnação. É ele o portador de uma das orações mais populares e queridas do cristianismo, a Ave Maria.

São Rafael quer dizer “Medicina de Deus” ou “Deus obrou a saúde”. É o arcanjo amigo dos caminhantes, médico dos doentes, auxílio dos perseguidos. No Livro de Tobias é narrado o momento que quando Tobit, pai de Tobias e homem de grande caridade, passou pela provação da cegueira e todos lhe questionavam a fé, juntamente quando Sara era atormentada por um demônio que matava seus maridos nas núpcias. Então, ambos rezaram a Deus e foram ouvidos; e foi Rafael que foi enviado para lhes prestar socorro. São Rafael tomou a forma humana, fez-se chamar Azarías e acompanhou Tobias em sua viagem, ajudando-o em suas dificuldades, guiando-o por todo o caminho e auxiliando-o a encontrar uma esposa da mesma linhagem. Então, o Arcanjo explicou ao jovem Tobias que poderia se casar com Sara sem perigo algum. E, por fim, ao retornarem esclareceu como ele poderia curar o pai da cegueira. No livro de Tobias o próprio arcanjo se descreve como “um dos sete que estão na presença do Senhor”.

Para celebrar esta data, recordamos a oração aos Santos Arcanjos:

Ajudai-nos, ó grandes santos, irmãos nossos, que sois servos como nós diante de Deus. Defendei-nos de nós mesmos, de nossa covardia e tibieza, de nosso egoísmo e de nossa ambição, de nossa inveja e desconfiança, de nossa avidez em procurar a saciedade, a boa vida e a estima. Desatai as algemas do pecado e do apego a tudo o que passa. Desvendai os nossos olhos que nós mesmos fechamos para não precisar ver as necessidades de nosso próximos e poder, assim, ocupar-nos de nós mesmos numa tranquila autocomplacência. Colocai em nosso coração o espinho da santa ansiedade de Deus para que não deixemos de procurá-lo com ardor, contrição e amor. Contemplai em nós o Sangue do Senhor, que Ele derramou por nossa causa.  Contemplai em nós as lágrimas de vossa Rainha, que ela derramou sobre nós. Contemplai em nós a pobre, desbotada, arruinada imagem de Deus, comparando-a com a imagem íntegra que deveríamos ser Sua vontade e Seu amor. Ajudai-nos a conhecer Deus, a adorá-Lo, a amá-Lo e a servir-Lhe. Ajudai-nos no combate contra os poderes das trevas que, traiçoeiramente, nos envolvem e nos afligem. Ajudai-nos para que nenhum de nós se perca e para que, um dia, estejamos todos jubilosamente reunidos na eterna bem-aventurança. Amém.

São Miguel, assisti-nos com vossos santos anjos; Ajudai-nos e rogai por nós.

São Rafael, assisti-nos com vossos santos anjos; Ajudai-nos e rogai por nós.

São Gabriel, assisti-nos com vossos santos anjos; Ajudai-nos e rogai por nós.

domingo, 26 de setembro de 2021

Santo do Dia – 26 de Setembro – São Cosme e São Damião

Mártires (+século IV)

Cosme e Damião eram irmãos e cristãos. Na verdade, não se sabe exatamente se eles eram gêmeos. Mas nasceram na Arábia e viveram na Ásia Menor, Oriente. Desde muito jovens, ambos manifestaram um enorme talento para a medicina. Estudaram e diplomaram-se na Síria, exercendo a profissão de médico com muita competência e dignidade. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres. Deixavam pasmos os mais céticos dos pagãos, pois não cobravam absolutamente nada por isso. A riqueza que mais os atraía era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos pagãos, o que, a cada dia, conseguiam mais e mais.

Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas. Mandou que fossem barbaramente torturados por negarem-se a aceitar os deuses pagãos. Em seguida, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV. Os fatos ocorreram em Ciro, cidade vizinha a Antioquia, Síria, onde foram sepultados. Mais tarde, seus corpos foram trasladados para uma igreja dedicada a eles. Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu num dia 26 de setembro; assim, passaram a ser festejados nesta data. Os nomes de são Cosme e são Damião, entretanto, são pronunciados infinitas vezes, todos os dias, no mundo inteiro, porque, a partir do século VI, eles foram incluídos no cânone da missa, fechando o elenco dos mártires citados. Os santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina. Texto: Paulinas Internet


sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Santo do Dia – 24 de Setembro – São Gerardo Sagredo

Gerardo Sagredo, filho de pais ilustres e piedosos, nasceu no ano 980, em Veneza, Itália. Sagrado sacerdote beneditino, foi como missionário para a Corte da Hungria, onde, depois de ser orientador espiritual e professor do rei Estêvão I, uniu-se ao monarca, também santo da Igreja, para converter seu povo ao cristianismo. Decisão que o santo monarca tomou ao retornar do Oriente, onde, em peregrinação, visitara os lugares santos da Palestina. O rei, então, pediu a Gerardo que o ajudasse na missão evangelizadora, porque percebera que Gerardo possuía os dotes e as virtudes necessárias para a missão, ao tê-lo como seu hóspede na Corte.


Educado numa escola beneditina, Gerardo recebeu não só instrução científica, como também formação religiosa: entregou-se de corpo, alma e coração às ciências das leis de Deus e à salvação de almas. Aliás, só por isso aceitou a proposta do santo monarca. Retirando-se com alguns companheiros para um local de total solidão, buscou a inspiração entregando-se, exclusivamente, à pratica da oração, da penitência e dos exercícios espirituais. Mas assim que julgou terminado o retiro, e sentindo-se pronto, dedicou-se com total energia ao serviço apostólico junto ao povo húngaro.

Falecendo o bispo de Chonad, o rei Estêvão I, imediatamente, recomendou Gerardo para seu lugar. Mesmo contra a vontade, Gerardo foi consagrado e assumiu o bispado, conseguindo acabar, de uma vez por todas, com a idolatria aos deuses pagãos, consolidando a fé nos ensinamentos de Cristo entre os fiéis e convertendo os demais.

Uma das virtudes mais destacadas do bispo Gerardo era a caridade com os doentes, principalmente os pobres. Conta a antiga tradição húngara que ele convidava os doentes leprosos para fazerem as refeições em sua casa, acolhendo-os com carinhoso e dedicado tratamento. Até mesmo, quando necessário, eram alojados em sua própria cama, enquanto ele dormia no duro chão.

Quando o rei Estêvão I morreu, começaram as perseguições de seus sucessores, que queriam restabelecer o regime pagão e seus cultos aos deuses. O bispo Gerardo, nessa ocasião, foi ferido por uma lança dos soldados do duque de Vatha, sempre lutando para levar a fiéis e infiéis a verdadeira palavra de Cristo. Gerardo morreu no dia 24 de setembro de 1046.

As relíquias de são Gerardo Sagredo estão guardadas em Veneza, sua terra natal, na igreja de Nossa Senhora de Murano. E é festejado pela Igreja Católica, como o ‘Apóstolo da Hungria’, no dia de sua morte.

Texto: Paulinas Internet

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Santo do Dia – 22 de Setembro – São Maurício e companheiros

Não foi São Sebastião o único guerreiro que derramou o sangue pela fé. Na mesma época, sob Diocleciano e Maximiano, houve uma legião inteira de mártires. Foi a legião tebama. Tendo-a mandado vir do Oriente, Diocleciano recebeu-a em Roma e deu-lhe ordens para reunir-se a Maximiano, que marchava contra os bagodos, povos insurretos da Gália belga.

Mas o Papa São Casus fez a essa legião outras recomendações mais importantes; pois era inteiramente composta de cristãos. Bem depressa tiveram oportunidade de por em prática as recomendações do Pontífice. Como Maximiano quisesse utilizá-los na perseguição de cristãos, como costumava fazer com outros soldados, eles se recusaram a obedecer-lhe. O imperador detivera-se nos Alpes, num lugar chamado Octodura, hoje Martinac de Valais, a fim de refazer-se das fadigas da viagem; a legião tebana encontrava-se a pequena distância, em Agaune, ao sopé da montanha hoje chamada São Bernardo. Irritado com esse ato de desobediência, Maximiano ordenou que a legião fosse dizimada, e reiterou suas ordens no sentido de obrigar os sobreviventes a perseguirem os cristãos. Ao receberem essa ordem pela segunda vez, os soldados tebanos puseram-se a clamar que prefeririam sofrer qualquer espécie de castigo a fazer a mínima coisa contrária a religião cristã. Maximiano mandou fossem novamente dizimados e os sobreviventes obrigados a obedecer. Mais uma décima parte da legião foi sacrificada, de acordo com a sorte; porém, os restantes se exortaram reciprocamente a perseverarem na confissão.

Encorajavam-nos, sobretudo, três oficiais-generais, Maurício, Exupério e Cândido, que lhes propunham o exemplo dos companheiros, aos quais o martírio já conduzira ao céu. Aconselhados por eles, os tebanos enviaram uma representação ao Imperador, cuja substância era a seguinte: “Somos vossos soldados, é verdade; mas também, espontaneamente o confessamos, somos servidores de Deus. Devemos a vós serviço da guerra, e a Ele a inocência; recebemos de vós o salário, e Ele nos deu a vida. Não podemos seguir vossas ordens, se nos levarem a renegar Deus, nosso Criador e nosso Senhor, e também o vosso, queirais ou não. Se não ordenardes coisa alguma que possa ofendê-lo, nós vos obedeceremos, como fizemos até agora; em caso contrário, a ele obedeceremos, de preferência. Nós vos oferecemos nossos braços contra qualquer inimigo; mas consideramos crime mergulhá-los no sangue inocente. Empunhamos armas a favor de nossos concidadãos e não contra eles. Juramos-vos fidelidade; antes disso, porém, juramos fidelidade a Deus: como podeis confiar no segundo juramente, caso violarmos o primeiro? Exigis que procuremos cristãos para supliciá-los? Não tendes necessidade de procurá-los: aqui estamos, confessando Deus, o Pai, Criador de todas as coisas, e seu Filho, Jesus Cristo, que é com Ele um mesmo Deus. Vimos nossos companheiros serem degolados e não os lamentamos; regozijamo-nos pela glória que lhes coube de sofrer por seu Deus e Senhor. Nem essa violência, nem o desespero hão de levar-nos à revolta: temos armas nas mãos e nos revestimos, pois preferimos morrer inocentes a viver culpados. O fogo, os tormentos, a espada, tudo estamos dispostos a enfrentar; mas, cristãos, não podemos perseguir cristãos.”

Exasperado pela impotência diante de tanta firmeza, Maximiano ordenou que todos os tebanos fossem mortos, e deu ordens para que as tropas avançassem e os envolvessem, chacinando-os depois. Não ofereceram a menor resistência: baixaram as armas e apresentavam o pescoço aos perseguidores. O solo ficou juncado de cadáveres; correram rios de sangue. Acredita-se que o número dos soldados tebanos se elevava a seis mil e seiscentos, pois de tanto se compunham geralmente as legiões.


Um veterano, chamado Vítor, que não pertencia àquela legião, e não mais servia, ao seguir seu caminho, viu-se diante dos que haviam trucidado os mártires, e que se regozijavam, enquanto lhes compartilhavam os despojos. Convidaram o recém-chegado a comer em companhia deles e depois lhe indagaram se também era cristão. Vítor respondeu que era, e que sempre o seria: imediatamente investiram contra ele e o mataram. Outros soldados da mesma legião, foram mortos alhures.

Podem citar-se vários outros mártires célebres vitimados durante as excursões que Maximiano fez às Gálias, não apenas contra os bagodos, mas também contra o partido de Carause. Era este um grande capitão, que recebera a incumbência de conservar o mar, nas costas da Bélgica e da Armórica, livre das incursões dos francos e saxões e que depois se tornara suspeito, revoltara-se e apoderara-se da Grã-Bretanha, onde permaneceu durante sete anos.

Em Nantes, na Armórica, podemos citar São Donaciano e São Rogaciano, dois irmãos de ilustre nascimento, Donaciano era o mais moço; mas foi o primeiro a converter-se e, depois de receber o batismo, começou a trabalhar pela conversão dos companheiros, o que sensibilizou o irmão mais velho, que também fez questão de tornar-se cristão. Pediu a Donaciano para ser batizado antes do início da perseguição para que esta não o surpreendesse pagão ou catecúmeno. Mas a ausência do bispo, que fugira, impossibilitou que ele recebesse o batismo, Contudo, tendo chegado à cidade o governador que perseguia os cristãos, Donaciano foi denunciado sob a acusação de ter desviado seus companheiros, e particularmente seu irmão, do culto dos deuses. O governador mandou-o vir à sua presença: Donaciano confessou com santa altivez e foi lançado ao cárcere com ferro nos pés. Tendo Rogaciano também comparecido perante o Imperador, a princípio este lhe falou com brandura, tentando conquistá-lo com promessas; vendo-o, porém tão firme quanto o irmão, também deu ordens para que o atirassem ao cárcere. Afligia os dois irmãos acima de tudo o fato de Rogaciano ainda não ter sido batizado, pois no dia seguinte ambos enfrentariam a morte. Donaciano fez esta prece na intenção do outro: “Senhor Jesus Cristo, vós, para quem os desejos sinceros igualam os efeitos, vós que, deixando-nos a vontade, reservastes para vós o poder, permiti que a fé pura de Rogaciano lhe sirva de batismo; e, se acontecer que o prefeito nos mande matar amanhã, como decidiu, permiti que o sangue de vosso servidor seja para ele uma ablução e uma unção sacramental!” Tendo velado e orado durante a noite inteira, no dia seguinte foram conduzidos perante o tribunal do prefeito, e após prolongadas torturas, ambos tiveram a cabeça cortada.

Como Maximiano permaneceu mais tempo na Bélgica, é também lá que deparamos com a maior ceifa de mártires do seu tempo. Em Amines, o Bispo São Firmino; na mesma cidade, Vitória e Fuciano, assim como Genciano, seu hóspede; em Augusta, capital de Vermacois, cidade mais tarde destruída, São Quentin, em Soissons, São Crispino e São Crispiniano; em Tournay, São Pit, sacerdote; em Fismes, perto de Reims, a virgem Santa Macra; no Louvre, em Parisis, São Justo ou Justino, que tendo ido a Amines com o pai e o irmão e, recusando-se a denunciar aos perseguidores os que o acompanhavam, teve a cabeça cortada. Ainda são assinalados vários mártires em Tréves, sob Riciovaro, governador da Gália Belga e a quem também atribuem a responsabilidade da maioria das vítimas precedentes. Na Grã-Bretanha, ressalta entre outros Santo Albano que, tendo acolhido em sua casa um eclesiástico que fugia da perseguição entregou-se para salvá-lo.

São Carpais, Bispo de Agen, ocultou-se na Aquitânia, fugindo à perseguição; em seguida, estimulado pelo exemplo de Santa Fé, virgem, junto a Agde, apresentou-se e sofreu o martírio. Tibério, Modesto e Florêncio, em Viena. Ferréolo, tribuno militar, e um de seus soldados, chamado Julião, foram decapitados em Brioude, no Auvergne. Em Embrum, Vicente, Orôncio e Vítor, Em Arles, Geneu, escrivão, ainda jovem catecúmeno, que ao ouvir ler no tribunal a ordem para perseguir os cristãos, e não podendo decidir-se a escrevê-la, atirou aos pés do juiz as tabuinhas enceradas sobre as quais escrevia, fugiu e ocultou-se. O juiz deu ordens para que o prendessem; e como não conseguissem encontrá-lo, condenaram-no a perder a cabeça, assim que fosse descoberto. Enquanto isso o mártir pediu ao bispo, por intermédio de pessoas de confiança que o batizasse. Seja que não dispusesse de tempo, seja que não confiasse nos seus verdes anos, o Bispo não o atendeu; mandou dizer-lhe que seria suficientemente batizado com o seu sangue. Enfim, permitiu Deus que fosse descoberto. Ainda tentou fugir atravessando o Ródano a nado; mas foi preso na outra margem e teve a cabeça cortada. Não se sabe bem qual foi a época em que ocorreu o martírio; contudo, é muito importante para que seja omitido por carência de maiores dados.

Algum tempo depois do morticínio da Legião Tebana, Maximiano Hércules foi a Marselha. A chacina por ele praticada, tornara-o terrível aos olhos dos cristãos, e os de Marselha muito se alarmaram. Um soldado foi à note, de casa em casam concitando os fiéis ao desprezo de uma morte transitória e ao desejo de uma vida eterna. Seu nome era Vítor. Foi preso e conduzido diante dos prefeitos que o exortaram a não desdenhar o culto dos deuses e a não trocar as honras da milícia e a amizade de César pelo culto de certo morto.

Vítor provou que aqueles deuses eram demônios impuros: declarou que, Soldado de Cristo, não desejava, de modo algum, afrontar seu rei, desfrutar recompensas militares, nem a amizade do Imperador. Confessou com voz firme que o Senhor Jesus Cristo, altíssimo Filho de Deus, por amor à restauração do gênero humano, fora, de fato, um homem mortal, e voluntariamente deixara-se matar pelos ímpios; mas que pelo poder da sua divina vontade, ressuscitara ao terceiro dia e subira aos céus, e que recebera de Deus, Pai, uma eterna realeza sobre todas as coisas. Ao ouvir as palavras de Vítor, os assistentes soltaram gritos e cobriram=-no de injúrias. Mas como era pessoa de muito prestígio, os prefeitos mandaram-no ao próprio Imperador. Diante do novo tribunal, Vítor não deu menos provas de sabedoria e de firmeza, e demonstrou de maneira irretorquível que os ídolos nada valiam, mas que Jesus Cristo era o verdadeiro Deus.

Irritado, o Imperador ordenou que o arrastassem pela cidade inteira. Amarraram-lhe os braços e os pés e arrastaram-no, exposto aos golpes e às injúrias da populaça, pois todos temiam incorrer em crime poupando-lhe insultos. Todo lacerado e coberto de sangue foi conduzido ao tribunal dos prefeitos e estes, acreditando-o vencido pela afronta, mais do que nunca lamentaram o insulto feito a César e à República, e instaram para que finalmente reconhecesse o poder dos deuses; e para que preferisse a amizade de César a uma morte atroz, merecida por causa de um homem que vivera na indigência e morrera supliciado. Animado por esse começo de vitória, o mártir respondeu com sabedoria verdadeiramente inspirada: “Se se trata de um insulto feito a César e à República, declaro que nunca ofendi a César, nem à República; em nada lesei a honra do Império, nem me recusei a defendê-lo. Todos os dias religiosamente sacrifico pela salvação de César e de todo o Império, todos os dias imolo a Deus hóstias espirituais pela prosperidade da república, Mas creio que todos hão de considerar cúmulo de demência amar um bem de tal forma, a ponto de preferi-lo a outro cem vezes superior. Tanto mais se pudermos possuir o primeiro da maneira por que gostaríamos de fazê-lo; se não pudermos gozá-lo sem temos de perdê-lo, quando dele estamos de posse, malgrada as precauções que tomamos? No segundo caso, ao contrário, obtemos sempre o cêntuplo do que desejamos; e, quando o possuímos, desfrutamo-lo com segurança e, nem o tempo, nem a violência no-lo arrancarão. Ora, no critério da sã razão e de todos os sábios, a simpatia dos príncipes, os prazeres e as honras deste mundo, a saúde, a própria vida, são bens que não podemos obter à vontade, nem possuir com segurança, nem, sobretudo, cuja posse possamos prolongar por algum tempo. Devemos, pois, colocá-los bem abaixo das alegrias inefáveis da vida eterna, e dos amplexos do soberano autor de todas as coisas. Pois quando o amamos, o possuímos; e, quando o possuímos, com ele possuímos todos os bens.

Vítor continua a discorrer com a mesma maturidade da razão cristã; refuta admiravelmente o paganismo e não menos admiravelmente se estende sobre Jesus Cristo: “Com que amor e que veneração devemos adorar aquele que, sendo nós seus inimigos, foi o primeiro a amar-nos; que desmascarou as fraudes dos infames e que, para arrancar-nos aos falsos deuses, fez-se home, sem com isso diminuir a sua divindade, mas revestindo a nossa humanidade, e permanecendo Deus entre nós! Oh! Como é rica essa pobreza que reprovais; pois quando lhe apraz, enche barco de peixe e alimenta cinco mil homens com cinco pães! Como é forte essa fraqueza que cura todas as nossas enfermidades! Como é vivificante a morte que vivificou tantos mortos! Duvidais? Vede todas as coisas preditas desde o começo e confirmadas por incontáveis milagres. Oh! Se considerardes como é grande aquele a quem o mundo inteiro obedece! Haverá algo mais santo do que a sua vida? mais reto do que a sua doutrina? Mais proveitoso do que as suas promessas? Mas terrível do que as suas ameaças? Mais seguro do que a sua proteção? Mais louvável do que a sua amizade? Mais arrebatadora do que a sua glória? Qual dos deuses com ele se assemelha? Todos os deuses das nações são demônios; mas o nosso Deus fez os céus. É por isso que aqueles são e serão condenados ao fogo eterno juntamente com seus adoradores.

Do nosso Deus, ao contrário, disse um santo profeta: “Ele está acima de todos os deuses; tudo quanto desejou pode fazê-lo no céu, na terra, no mar, e em todos os abismos.” Assim sendo, mui ilustres doutos senhores, usai a agudeza do vosso espírito, afastai por um momento a raiva e a contenção, examinai a sangue frio o assunto de ambos os lados, e não vos entregueis mais a impuros demônios que vos odeiam e que vos arrastam à perdição; não degradeis mais a honra da semelhança divina, que está em vós, cedendo à infame torpeza desses demônios, mas obedecer ao mui santo, mui belo, mui justo, mui clemente e todo poderoso Criador, vosso amigo, cuja humildade vos elevará, cuja pobreza vos enriquecerá, cuja morte vivificará, cujas salutares advertências vos conclamam, cujas recompensas vos convidam, a fim de que possais em breve ser recebidos na sua eterna glória e vos regozijardes para sempre da sua amizade.

Tendo o mártir assim se expressado, disseram-lhe os prefeitos: Vítor, quando cessarás de filosofar? Escolhe de duas coisa uma, ou apaziguar os deuses, ou perecer miseravelmente. Já que me propondes, respondeu Vítor, preciso confirmar com o exemplo aquilo que ensinei com a palavra. Estou pronto a sofrer todas as torturas que quiserdes infligir-me. Irritados e cada qual mais decidido do que o outro a fazê-lo padecer, os prefeitos se desavieram. Um deles, chamado Eutício, retirou-se: o encargo de mandar torturar o mártir coube a Astério, que finalmente deu ordens para amarrá-lo e supliciá-lo longa e cruelmente. O mártir erguia os olhos para o céu e implorava paciência Àquele que pode concedê-la. Jesus Cristo apareceu-lhe, tendo a cruz nas mãos, e disse-lhe: ” A paz esteja contigo, Vítor! Sou Jesus que sofre nos meus santos; tem coragem, eu te assisto na luta para depois coroar-te na vitória”. Essas palavras tiveram o dom de fazer desaparecer a dor e as torturas. Os carrascos, já fatigados, convenceram-se de que obteriam, e o prefeito ordenou que retirassem Vítor do cavalete e o levassem para um calabouço muito escuro.

Durante a noite Jesus Cristo mandou anjos visitar o mártir; a prisão foi aberta e inundada por uma luz mais claro que o dia: Vítor cantava com os anjos os louvores de Deus. Ao ver aquela luz, três soldados que estava de guarda jogaram-se aos pés do santo, suplicaram-lhe que lhes perdoasse, e pediram para ser batizados. O mártir doutrinou-os cuidadosamente, de acordo com o tempo de que dispunha; na mesma noite, mandou chamar alguns padres, e levou os soldados até o mar, onde, depois de batizados, tirou-os da água com suas próprias mãos, isto é, foi seu padrinho. Os soldados chamavam-se Alexandre, Longino e Feliciano. Na manhã seguinte, tendo sido divulgada a conversão dos guardas, o Imperador enviou meirinhos, que os levaram, juntamente com Vítor, à praça pública, para a qual acorreu a população da cidade em peso. Os três soldados, animados por Vítor com palavras muito belas, perseveraram fielmente na confissão; e imediatamente, por ordem do Imperador, tiveram a cabeça cortada. Vítor pedia a Deus com lágrimas que lhe permitisse acompanhar os companheiros no martírio. Tornaram a espancá-lo, foi suspenso e cruelmente açoitado com varas e tendões de boi. Novamente o encarceraram, tendo ele permanecido três dias em prece, pedindo a Deus o martírio com grande contrição e abundantes lágrimas. Em seguida, o Imperador fê-lo comparecer outra vez à sua presença, e depois de interrogar, ordenou que trouxessem um altar de Júpiter, junto do qual o sacrificador se postara.

O Imperador disse a Vítor: Põe incenso, apazigua Júpiter, e sê nosso amigo. O mártir aproximou-se, tal como se fosse sacrificar, e, tirando o altar da mão do sacrificador, derrubou-o no chão com um pontapé. Em seguida, mandou colocá-lo sob a mó de um moinho movido a braços, e que os carrascos puseram em movimento, começando assim a esmagá-lo e a partir-lhe os ossos. Mas o instrumento quebrou-se; como a vítima ainda parecesse respirar, cortaram-lhe a cabeça. Então ouviram um voz celestial, que vinha do alto, dizer: “Vencestes, bem-aventurado Vítor, venceste!” O Imperador mandou atirar ao mar os corpos dos mártires; mas eles voltaram à praia e foram enterrados pelos cristãos numa gruta talhada no rochedo, lugar onde depois foram operados um grande número de milagres.

(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVI, p. 399 à 410)

Oração a São Maurício:

Ó Deus, Senhor dos Exércitos, transforma-me pela ação do Espírito Santo, pois somente Tu tens a força e o poder de converter meu interior e romper as cadeias do egoísmo.

E pela intercessão de São Maurício, dai-me Tua constante proteção.

Por Cristo Nosso Senhor.

Amém.

São Maurício e companheiros, rogai por nós


terça-feira, 21 de setembro de 2021

Evangelho (Mt 9,9-13)

Ao passar, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: «Segue-me!». Ele se levantou e seguiu-o. Depois, enquanto estava à mesa na casa de Mateus, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se à mesa, junto com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e disseram aos discípulos: «Por que vosso mestre come com os publicanos e pecadores?». Tendo ouvido a pergunta, Jesus disse: «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Ide, pois, aprender o que significa: Misericórdia eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores».


No tempo de Jesus Cristo, na época em que a Palestina era apenas uma província romana, os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus. A cobrança desses impostos era feita por rendeiros públicos, considerados homens cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo. Um dos piores rendeiros da época era Levi, filho de Alfeu, que, mais tarde, trocaria seu nome para Mateus, o ‘dom de Deus’. Um dia, depois de pregar, Jesus caminhava pelas ruas da cidade de Cafarnaum e encontrou com o cruel Levi. Olhou-o com firmeza nos olhos e disse: ‘Segue-me’. Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou seu rentável negócio, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus.

Acredita-se, mesmo, que tal mudança não tenha realmente ocorrido dessa forma, mas sim pelo seu próprio e espontâneo entusiasmo no Messias. Na verdade, o que se imagina é que Levi, havia algum tempo, cultivava a vontade de seguir as palavras do profeta e que aquela atitude tenha sido definitiva para colocá-lo para sempre no caminho da fé cristã.

Daquele dia em diante, com o nome já trocado para Mateus, tornou-se um dos maiores seguidores e apóstolos de Cristo, acompanhando-o em todas as suas caminhadas e pregações pela Palestina. São Mateus foi o primeiro apóstolo a escrever um livro contando a vida e a morte de Jesus Cristo, ao qual ele deu o nome de Evangelho e que foi amplamente usado pelos primeiros cristãos da Palestina. Quando o apóstolo são Bartolomeu viajou para as Índias, levou consigo uma cópia.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo, e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém, foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram, para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde, mais uma vez, foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém, o príncipe herdeiro morreu, e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina, fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.

São Mateus morreu por ordem do rei Hitarco, sobrinho do rei Egipto, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício da missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem.

No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. A Igreja determinou o dia 21 de setembro para a celebração de são Mateus, apóstolo.

Texto: Paulinas Internet

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Santo do Dia – 20 de Setembro – Santo André Kim Taegon e companheiros

André nasceu em 1821, numa família profundamente cristã da nobreza coreana. Seu pai, por causa das perseguições, havia formado uma ‘Igreja particular’ em sua casa, nos moldes daquelas dos cristãos dos primeiros tempos, para rezarem, pregarem o Evangelho e receberem os sacramentos. Tudo funcionou até ser denunciado e morto, aos 44 anos, por não renegar a fé em Cristo.

André tinha 15 anos e sobreviveu com os familiares, graças à ajuda dos missionários franceses, que os enviaram para a China, onde o jovem se preparou para o sacerdócio e retornou diácono, em 1844. Depois, numa viagem perigosa em clima de perseguição, tanto na ida quanto na volta, foi para Xangai, onde o bispo o ordenou sacerdote. Devido à sua condição de nobre e conhecedor dos costumes e pensamento local, obteve ótimos resultados no seu apostolado de evangelização. Até que, a pedido do bispo, um missionário francês, seguiu em comitiva num barco clandestino para um encontro com as autoridades eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos a serem enviados ao Vaticano. Foram descobertos e presos. Outros da comunidade foram localizados, inclusive os seus parentes.

André era um nobre, por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que renegasse a fé e denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi severamente torturado por um longo período e morto por decapitação, no dia 16 de setembro de 1846 em Seul, Coreia.

Na mesma ocasião, foram martirizados 103 homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. De nada adiantou, pois a jovem Igreja coreana floresceu com os seus mártires. Em 1984, o papa João Paulo II, cercado de uma grande multidão de cristãos coreanos, canonizou santo André Kim Taegon e seus companheiros, determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Quando se faz noite nas almas

Na noite que parecia de infinitas tristezas, ante as palavras proféticas do Mestre, uma nota de esperança. Uma esperança que não apenas bruxuleia como uma chama tímida, mas incendeia corações, ante a perspetiva deslumbrante.

Jesus se despedia dos amigos, eles o sentiam. Jamais, mesmo no reduzido círculo apostólico, suas instruções haviam soado tão prenunciadoras de dores futuras. A ceia pascal, que lembrava a libertação da escravidão do Egito, que falava de um Deus que havia olhado para o Seu povo e o havia abrigado em Seu amor, fora povoada de atos, nem por todos percebidos. As palavras caíam naqueles corações que se indagavam: O que faremos, quando Ele se for? Ele é a nossa fortaleza, nosso refúgio. Que faremos, depois?

Eles haviam deixado seus afazeres, seus lares para estarem com Ele, que lhes acenara com um reino jamais conhecido. Algo totalmente diverso do que viviam, naqueles dias de domínio romano. No entanto, aquela despedida os atemorizava:

Filhinhos, ainda por um pouco estarei convosco. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. Então, o Poeta de um reino ainda não alcançado, ergueu a súplica ao Pai. E nos versos da Sua oração, brotaram flores de esperança:

Pai, é chegada a hora. Glorifica a teu filho, para que também o teu filho te glorifique a ti. Eu te glorifiquei na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus, e tu mos deste e guardaram a tua palavra. Agora, já têm conhecido quanto tudo que me deste provém de ti. Eu rogo por eles. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Não estou mais no mundo mas eles estão no mundo e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste para que sejam um, assim como nós. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os envio ao mundo. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim. Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a glória que me deste. Porque tu me hás amado antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu. Mas eu te conheci e estes conheceram que tu me enviaste a mim. Eu lhes fiz conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles. E eu neles esteja. 

Como uma suave balada, a rogativa acalmara aqueles corações. O Bom Pastor os entregava, em totalidade, ao Pai Amoroso e Bom. E prometia que estaria sempre com eles. Que mais poderiam almejar senão estar com Ele, na glória, na dor, onde quer que fosse e como fosse. Quando a voz se calou, permaneceram todos mudos. Nada mais havia para ser dito. A declaração fora do mais puro amor de um Ser aos Seus tutelados. Por isso, quando se fez a hora, eles saíram a pregar as belezas do reino dos céus, desejando atrair todos para Ele, a fim de que gozassem da mesma felicidade que lhes invadia as almas. Na noite pandêmica que nos assombra, lembremos: o Pastor está connosco!