RODA DA VIDA

Oramos pela vida e saúde dos homens de Paz no Mundo, Homens e Mulheres com missões dificílimas, de dação de esperança e de forte influencia contra a corrupção que assola o mundo e o mantém cativo na desgraça da injustiça. Louvemos estes inspirados irmãos e irmãs, desde os mais influentes, como Francisco Pai da Igreja Católica, Dalai Lama Pai dos Budistas, e tantos outros em suas respectivas importâncias, que movem o mundo com a força de suas Almas devotas, num mundo melhor para todos, mais justo, onde os indefesos não estejam à mercê de nenhum tirano, onde o único exército ou militar à face da terra seja a serviço do Amor ao Próximo - Oremos diariamente pela Mãe Terra, nosso planeta que tanto precisa de nossa atenção e nossas preces pelas causas ecologistas, sejamos a diferença que queremos ver no respeito pelo ambiente - Assim seja - Oramos por la vida y la salud de los hombres de paz en el mundo, hombres y mujeres con misiones muy difíciles, que dan esperanza y una fuerte influencia contra la corrupción que afecta al mundo y lo mantiene cautivo en la desgracia de la injusticia. Elogiemos a estos inspirados hermanos y hermanas, de los más influyentes, como Francisco Pai de la Iglesia Católica, Dalai Lama Pai de los budistas, y tantos otros en su respectiva importancia, que mueven el mundo con la fuerza de sus Almas devotas, en un mundo mejor para todos, más justo, donde los indefensos no están a merced de ningún tirano, donde el único ejército o militar en la faz de la tierra está al servicio del Amor por nuestro prójimo. Oremos diariamente por la Madre Tierra, nuestro planeta que necesita tanto nuestra atención y nuestras oraciones por causas ecológicas, seamos la diferencia que queremos ver en el respeto por el medio ambiente : que así sea

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Escravos da palavra

Você já percebeu o quanto nos tornamos escravos das palavras que falamos? De como nos conduzimos por situações difíceis pela nossa própria fala? 

Os pensamentos, enquanto guardados na intimidade da casa mental, são propriedade única e exclusivamente de quem os idealiza. Porém, o pensamento que se converte em verbo falado, passa a ser de domínio público e deveremos responder pelos reflexos dos mesmos.

A palavra que edifica, enobrece, auxilia, é tesouro que dispensamos ao caminhar. Porém, o verbo ácido da crítica destrutiva, do comentário maledicente buscando a desmoralização alheia, ou a acusação injusta do julgamento insensato, são dificuldades que amealhamos e das quais teremos que dar conta, uma a uma.

Assim, é atitude de sabedoria vigiarmos as palavras que saem de nossa boca. Pensar antes do falar é atitude sensata que nos poupa de muitos dissabores. Para tanto, é imperioso cultivarmos a reflexão e autoanálise do que se passa em nosso mundo íntimo, pois que a boca fala daquilo que está cheio o coração, conforme nos alerta Jesus.

Alguns pesquisadores chegam a afirmar que circulam em nossa casa mental cerca de 95.000 ideias ao dia, das quais 85.000 são repetitivas, doentias, monotemáticas. Para que o verbo se faça construtivo, é necessário o exercício da limpeza mental, para que da mente possamos exteriorizar aquilo que não nos escravize negativamente. O exercício do silêncio interior, do isolar-se alguns instantes diariamente do mundo para se encontrar consigo mesmo é fundamental. Ao mergulharmos no silêncio de nossa casa mental, vamos conhecendo e entendendo qual o mundo íntimo que carregamos e que, muitas das vezes, ainda se mostra totalmente desconhecido para nós mesmos.

Vigiemos nossas palavras, para que elas sejam úteis, proveitosas e edificantes. Evitemos o comentário maldoso, o julgamento precipitado ou a acusação indevida. 

Ainda, preservemos o nosso falar das expressões grosseiras, das comparações grotescas ou das piadas vulgares. O clima emocional e psíquico, com o qual nos envolvemos, é fruto do que pensamos e do que falamos.

Se a mente ainda traz dificuldades, se os pensamentos infelizes ainda tomam nossa casa mental, muitas vezes nos perturbando, façamos o silêncio interior, deixando que lentamente aqueles pensamentos cedam espaço para outros, mais nobres e enriquecedores.

Cultivemos o verbo elegante, a palavra de consolo, os temas edificantes para que nossa boca não seja quem nos condene, fazendo-nos escravos daquilo que, de forma invigilante, expressamos com a palavra não refletida.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Evangelho (Jo 13,16-20)

«Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. Já que sabeis disso, sereis felizes se o puserdes em prática. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar’. Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou».

sábado, 24 de abril de 2021

Evangelho (Jo 6,60-69)

Muitos discípulos que o ouviram disseram então: «Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?». Percebendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso, Jesus perguntou: «Isso vos escandaliza? Que será, então, quando virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é que dá a vida. A carne para nada serve. As palavras que vos falei são Espírito e são vida. Mas há alguns entre vós que não creem». Jesus sabia desde o início quem eram os que acreditavam e quem havia de entregá-lo. E acrescentou: «É por isso que eu vos disse: ‘Ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai’».

A partir daquele momento, muitos discípulos o abandonaram e não mais andavam com ele. Jesus disse aos Doze: «Vós também quereis ir embora?». Simão Pedro respondeu: «A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus».

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Lembranças da infância

Meu avô, com suas sete décadas de vida, é um poço de histórias sem fim. Deveria ter sido escritor. Quando nos pomos a conversar sobre sua vida, ele aprecia recordar os anos da sua infância de menino pobre, no interior do Estado gaúcho. Conta como brincava na rua com outros meninos até a noite abocanhar totalmente o dia e as lâmpadas dos postes disputarem suas luzes com as das estrelas. Eram jogos com berlindes, de rolar pela encosta de terra abaixo, de apostar corrida para saber quem era o mais veloz.

Recorda que uma das suas mais apreciadas brincadeiras era subir uma pereira, nos fundos do quintal de sua casa e fingir ser um repórter da rádio local, informando as últimas notícias. Notícias do menino que esfolou o joelho quando caiu da bicicleta nova, do outro que ganhou um carrinho, da vitória da sua equipa de futebol do dia anterior.

Terminadas as férias, quando a professora pedia uma redação do que cada um fizera no período, a sua era sempre a mais ousada. Chamavam-no mentiroso quando a lia frente à turma. Seguro, ele argumentava: É tudo verdade.

Vocês viajaram com seus pais, seus avós, de autocarro, de carro, de avião. Eu fiz as viagens mais longas e mais interessantes, mergulhando a mente nos livros da biblioteca pública. Viajei pela Europa.

Fui até o Japão. Escalei o Kilimanjaro, subi o Evereste e o nosso Pico da Bandeira. Viajei com minha imaginação e foram os percursos mais emocionantes. Dia desses, ele descobriu um vídeo, na internet, que mostra meninos angolanos se apresentando em um espetáculo. O palco é um terreno, com casas e árvores ao redor. Três deles cantam frente a microfones, feitos com bambu e garrafas. Dois guitarristas com seus potentes instrumentos dos mesmos materiais se empenham na execução da melodia. Outro garoto toca teclado, que mais não é do que um elaborado pedaço de madeira, que os dedos ágeis acionam como se teclas existissem. Usa óculos escuros e imita trejeitos de um grande artista. O baterista não é menos espetacular em sua performance. Dois paus imitam as baquetas que batem, no ritmo da música, em potes de plástico de diferentes tamanhos e altura. Meninas dançam, em interessante e bem ensaiada coreografia. E tudo está sendo gravado em uma câmara, que tem tripé e até uma alavanca para que possa ser movimentada, de um lado a outro, para apanhar os ângulos mais interessantes. O cameraman não se esmera pouco, fixando um ângulo aqui, outro ali. Dando zoom.

Impressionante! Os mínimos detalhes observados enquanto rola a canção que fala da chama que existe em cada alma. Fala de almas acesas e de almas apagadas, do Espírito que traz o fogo capaz de acender a chama. E convida a que cada um acenda a sua chama e a leve para a escuridão a procurar pelos perdidos, pelos feridos, pelos sem esperança. Exponha sua chama, ilumine o mundo. - É o convite, que a plateia, entusiasmada, sentada no chão de terra, aplaude e gesticula.

Isso levou meu avô às lágrimas, que comentou: Enquanto a infância sonhar tão alto, homens extraordinários continuarão a construir o mundo bom, de paz, que todos desejamos.

Evangelho (Jo 6,44-51)

«Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo».

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Evangelho (Jo 6,22-29)

No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum.

Encontrando-o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu: «Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo». Perguntaram então: «Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?». Jesus respondeu: «A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou».

sábado, 17 de abril de 2021

Encontro marcado

A doutora Leandra, logo que saiu da residência médica, foi trabalhar num Pronto-Socorro de uma pequena comunidade, na Califórnia. No primeiro Natal, por ser novata, foi escalada para o plantão. Um tanto contrafeita, despediu-se da família e foi para o hospital.

Às 21h, a ambulância chegou trazendo um senhor de uns sessenta anos, com ataque cardíaco. Seu rosto estava pálido, acinzentado, e ele parecia muito assustado. Após os procedimentos de emergência, a doutora o transferiu para a U C I.

No dia seguinte, antes de retornar ao lar, ela foi saber como ele estava. O estado ainda era grave, mas ele sobrevivera e agora dormia. Ela nunca mais teve contato com ele, porque Pronto-Socorro é assim. Os doentes graves, os feridos chegam, muitas vezes apavorados, são atendidos e se vão.

Na véspera do Natal do ano seguinte, novamente Leandra foi escalada para o plantão. Exatamente às 21h, ela foi chamada pela atendente de enfermagem. Um casal desejava-lhe falar. O senhor, que se apresentou como Lee, disse-lhe:

A Dra. provavelmente não se lembra de mim mas, na véspera do Natal passado salvou a minha vida. Obrigado pelo ano que me deu. O casal a abraçou, deixou-lhe um presente e se foi. A doutora ficou surpresa e comovida. 

No ano seguinte, ela fez questão de fazer o plantão. Queria ver se o casal voltaria. Exatamente às 21h, os Lee chegaram, trazendo o mais novo neto nos braços. Ela foi abraçada. Eles prometeram que retornariam para vê-la, em todas as vésperas de Natal. Se ele não aparecesse, ela saberia que ele morrera. Durante as treze vésperas de Natal seguintes, o senhor Lee e a esposa vieram, sempre às 21h.

Todo o hospital sabia da história e os colegas davam um jeito para que ela ficasse em torno de meia hora com eles, na sala de descanso. Nesse tempo, ele trouxe, num dos Natais, outro neto e um bisneto. E a cada Natal, ela ganhava um mimo, símbolo da gratidão de um homem e sua esposa.

No último Natal, ele trouxe um presente todo especial. Ela desembrulhou o pacote e encontrou um sino de cristal, com uma única palavra gravada: Amizade.

No ano seguinte, ele não voltou, pois fizera a grande viagem, rumo à pátria espiritual. A doutora mudou-se, algum tempo depois, para o Estado do Colorado, nos Estados Unidos. Porém, todos os anos, a cada véspera de Natal, exatamente às 21 h, ela toca o pequeno sino de cristal e recorda do homem que nunca se esqueceu de agradecer.

*   *   *

Naturalmente, quando se está cumprindo o dever profissional, não se aguarda gratidão. Executa-se o melhor porque isso nos realiza, na qualidade de profissionais. Contudo, quando em nossa jornada encontramos pessoas como o senhor Lee, que sabe agradecer, reconhecendo o nosso esforço, nossa vida adquire sentido mais amplo. Saber que para alguém fizemos a diferença nos engalana a alma de felicidade e nos estimula a que mais nos dediquemos na causa a que nos entregamos.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

A dor que causamos

Dizem que a dor é uma bênção que Deus envia aos Seus eleitos. Afirmativa um tanto complicada para entendermos. Afinal, nenhum de nós deseja padecer. Difícil entendermos que o amor de Nosso Pai contemple com ela os Seus filhos.

Importante que pensemos o quanto a dor é benéfica. A dor física, de um modo geral, é um aviso da natureza, que procura nos preservar dos excessos. Sem ela, abusaríamos de nossos órgãos até ao ponto de os destruirmos antes do tempo. Quando um mal se vai insinuando no corpo, são os efeitos desagradáveis da dor que nos informam de que algo não está bem. E podemos buscar o tratamento, a medicação.

Em se falando da coletividade, a dor tem um grande papel. Foi graças a ela que se constituíram os primeiros agrupamentos humanos. Foi a ameaça das feras, da fome, dos flagelos que obrigou o indivíduo a procurar o seu semelhante para constituir o grupo. Isso permitiu que da vida comum, dos sofrimentos comuns, da inteligência e do trabalho comuns saísse toda a civilização, com suas artes, ciências e indústrias.

A dor ainda tem um efeito terapêutico para a alma, desde que, através dela, possamos resgatar faltas cometidas, em passado próximo ou distante. Dessa forma é que compreendemos o que afirmou Jesus: A cada um segundo as suas obras.

Justiça Divina, que nunca falha, nunca erra. E alcança o devedor, no momento em que ele tem as condições de saldar a falta cometida. A dor será sempre uma bênção quando bem sofrida, ou seja, sem revolta e indignação. É o apagar das faltas. No entanto, existem dores e dores. Se há a necessidade da dor para a expiação de determinadas faltas, não está na mão de nenhum dos filhos de Deus impor sofrimento ao outro. A justiça compete somente a Deus, Nosso Pai. A ninguém mais. Nenhum de nós tem o direito de ferir a quem quer que seja. E se o fizermos seremos responsabilizados.

Bom pensarmos quantas vezes ferimos o nosso irmão, nosso familiar, nosso colega de trabalho. Quantas vezes erguemos a voz no lar, para reclamar de alguma coisa que desejamos fosse diferente. Quando reclamamos da falta de sal no arroz, do prato que não ficou muito bom, até do menu ser sempre o mesmo. Quando reclamamos, em altos brados, do companheiro de trabalho, por não realizar a tarefa exatamente da forma que a idealizamos, como nós a faríamos. Quantas vezes magoamos corações que buscaram fazer o seu melhor, que se esmeraram. Mais não deram porque têm suas limitações.

Toda dor que causamos ao nosso semelhante nos será computada em nossa carga de débitos. E, acrescentemos, que devemos considerar o quão fundo agredimos nosso próximo, em sua sensibilidade. Não podemos avaliar a fragilidade do outro. Pode ser que ele não dê muita atenção às nossas reclamações. Ou pode ser que a nossa migalha de dor lhe seja um acréscimo a tantas outras dores que sofre, e ele venha a se desequilibrar, física e psiquicamente.

Pensemos nisso. Não temos o direito de ferir ninguém. Tenhamos prudência com nossas palavras faladas ou escritas. Ditas pessoalmente ou enviadas pelas redes sociais, de qualquer forma.

A dor é uma bênção. Mas que não sejamos nós a ferir os nossos irmãos.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Nossas recordações...

Em determinadas datas decidimos organizar aqueles papéis que guardamos há muito tempo. Fazemos isso no final do ano, ou durante nossas férias. Ou quando temos necessidade de encontrar algum documento.

Num desses momentos, Ana decidiu organizar a sua caixa de guardados antigos.

Começou por separar uma enorme pilha de documentos. À medida em que cada um deles foi lhe passando pelas mãos, ela acionou o baú das memórias. Ao olhar os papéis de um internamento hospitalar, lembrou do acidente de trânsito que tinha sofrido. Recordou do tumulto na rua, do socorro médico, das dores. Também do atendimento que recebeu, do cuidado dos profissionais no hospital, do carinho da sua família. Aquelas lembranças a fizeram agradecer a Deus pela sua total recuperação, sem nenhuma sequela.

Ao separar certidões de nascimento, de casamento e de óbito de familiares, foi reconstruindo em sua mente a vida e os ensinamentos que cada um daqueles entes queridos havia deixado.

Lembrou da vida difícil, mas feliz de seus avós. Lembrou do trabalho árduo e dedicado do seu pai. De todas as lições de honestidade e integridade que ele lhe transmitira ao longo da vida.

Sentiu uma imensa saudade...

Ao mesmo tempo, profunda gratidão por ter convivido e aprendido tanto com esses familiares e se dar conta do quanto eles foram importantes para a formação do seu caráter.

Quando apanhou papéis de lugares onde havia morado, a memória lhe falou dos bons momentos vividos em cada localidade. Recordou sua infância, suas amigas, as brincadeiras que faziam, o cheiro das plantas, a sensação de liberdade e alegria. Depois, foram as lembranças da adolescência, dos colegas de escola, das músicas que ouvia, das noites olhando o céu estrelado. E foram se sucedendo as recordações felizes que fizeram com que Ana agradecesse a Deus por todas as experiências vivenciadas.

As horas da tarde foram consumidas na leitura, separação de papéis e lembranças e mais lembranças. Percebeu quantas coisas boas e outras, que tinham parecido ruins, mas que, ao recordar, após tantos anos, verificou terem lhe ensinado lições importantes.

*   *   *

Somos o resultado da somatória de todas as experiências que vivemos. Importante saber olhar ao nosso redor e verificar quantas pessoas contribuíram para nossa formação e valorizar essa rede, que tecemos pelos vínculos que criamos em nosso caminhar.

Tem razão o poeta ao escrever que a vida do homem é feita de etapas, como as do ano são divididas em estações. Há beleza especial em cada fase e tem finalidade própria cada ocasião.

Mudam as cores, passam os perfumes, vão-se os ritmos e ficam as lições. Sucedem-se rápidas com as suas canções e flores, as suas tristezas e cores cinzas, os seus crepúsculos e amanheceres, todos os instantes que abrem e fecham as portas dos acontecimentos.

Essa dádiva dos deuses, que é viver, torna-se a semente da abundância do tempo, sem limite de tempo, que se conquista ao morrer, quando bem se passou cada etapa na condição de sábio aprendiz da verdade.

Aprendamos com o poeta...

terça-feira, 13 de abril de 2021

Só se influencia os outros pelo exemplo

Mal descobrem algumas verdades da Ciência Iniciática, muitas pessoas querem imediatamente instruir as outras e começam a pregar a torto e a direito e a tentar convencê-las. E, se não o conseguem, criticam-nas e consideram-nas com desprezo. Pois bem, elas vão demasiado depressa, ainda não aprenderam uma regra essencial da Ciência Iniciática, segundo a qual o discípulo deve começar por viver uma verdade antes de querer convencer os outros acerca dela. E vivê-la significa experimentá-la por muito tempo, fazer exercícios com ela, ao ponto de ela se tornar carne e osso nele, ser um com ele. Quem quer começar imediatamente a convencer os outros das verdades espirituais não só não consegue, como até se arrisca a perdê-las.

Sim, deveis guardar essas verdades convosco durante algum tempo sem dizer nada, viver com elas, fazê-las vossas, para que elas vos tragam forças e vos ajudem a triunfar nas provações que tereis de atravessar; então, não só elas já não vos abandonarão, como, quando as transmitirdes aos outros, devido à vossa tónica de sinceridade elas terão uma grande força de persuasão.

Mas também neste domínio há imensas coisas a conhecer antes de se procurar transformar os outros, porque, se eles mesmos não sentirem essa necessidade, se eles não tiverem compreendido a importância de uma filosofia e de uma disciplina espirituais, não haverá nada a fazer senão deixá-los. A sua atitude prova apenas que eles ainda são muito jovens e têm necessidade de experiências, de lições. Sofrerão, claro, e esse sofrimento abrigá-los-á, um dia, a mudar de vida. Mas, entretanto, deixai-os tranquilos. Aliás, deixai toda a gente tranquila; ocupai-vos apenas de vós próprios, procurando melhorar-vos. Só o vosso exemplo mostrará aos outros que estão enganados ou que estão a agir mal. Sim, o vosso exemplo. É trabalhando sobre vós próprios que trabalhais sobre os outros: eles apercebem-se de que possuís qualidades que eles não possuem e, como também desejam possuí-las, são levados a imitar-vos e a aperfeiçoar-se.

Parai, pois, de vos ocupar dos outros para fazer notar as suas insuficiências e fraquezas, porque desse modo não só não lhes proporcionais nada de bom, como também vos tornais pessoas sem brilho e desagradáveis como eles. Aceitai-os como são, sede pacientes e trabalhai noite e dia para vos aperfeiçoardes, até lhes mostrardes que há algo de magnífico a adquirir. Enquanto eles não souberem isso, não será por palavras que os ensinareis. Como podereis pensar em convencer as pessoas a libertarem-se de fraquezas de que vós próprios nem sempre vos libertastes? Como pode um medroso transmitir audácia aos outros? Se ele gritar «Avante!» com as pernas a tremer, como irá arrastar multidões? Ficai sabendo que só a vitória sobre as vossas fraquezas vos dará poderes, e esses poderes, mais tarde ou mais cedo, transparecerão através dos vossos olhos, dos vossos gestos, do vosso rosto, da vossa voz; eles transparecerão, ainda que queirais escondê-los. Não penseis que é fácil alguém imiscuir-se nas fraquezas dos humanos; são precisos anos e anos de trabalho sobre si próprio antes de se estar apto a fazê-lo.

domingo, 11 de abril de 2021

Evangelho (Jo 20,19-31)

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: «A paz esteja convosco». Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: «A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio». Então, soprou sobre eles e falou: «Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos».

Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe: «Nós vimos o Senhor!». Mas Tomé disse: «Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei».

Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!». Tomé respondeu: «Meu Senhor e meu Deus!». Jesus lhe disse: «Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!».

Jesus fez diante dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Oração é poesia

Para aqueles que ainda não descobrimos a ventura da prece, pode parecer que essa afirmativa seja tola. Muitos de nós nos acostumamos simplesmente a repetir certas fórmulas, que nos foram ensinadas desde a infância, ou que aprendemos, em algum momento das nossas vidas. E elas parecem não ter muito significado para a nossa razão ou para o nosso coração. Alguns acreditamos que elas devam ser ditas exatamente como nos foram repassadas, para que tenham algum valor. No entanto, o Mestre de Nazaré foi muito simples em Seu ensino a respeito da oração, apresentando-a como um diálogo da alma com o Seu Criador e Pai.

A oração do Pai Nosso tem frases curtas, que nos remetem ao louvor ao Pai, reconhecendo a Sua grandeza – o Pai que está nos céus. A submissão às leis divinas, os pedidos do que mais carecemos é a continuidade da prece, que deve ter a intensa participação da alma, sentindo e vibrando com cada verso. Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como nos céus. O pão nosso, de cada dia, dá-nos hoje. É a entrega do filho ao Pai Criador. Davi, o pastor, que depois se tornou rei de Israel, além de músico, era poeta. Muitos dos seus salmos não somente falam da submissão aos desígnios celestes, quanto traduzem o êxtase da alma que, na oração, penetra os mistérios do Infinito, descobrindo-lhe as belezas.

Meu coração está firme, ó Deus! Cantarei e louvarei, ó glória minha!

Acordem, harpa e lira! Despertarei a alvorada.

Eu Te darei graças, ó Senhor, entre os povos; cantarei louvores entre as nações, porque o Teu amor leal se eleva muito acima dos céus.

A Tua fidelidade alcança as nuvens!

Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus. Estenda-se a Tua glória sobre toda a Terra!

Salva-nos com a Tua mão direita e responde-nos, para que sejam libertos aqueles a quem amas.

Esses versos nos remetem à harmonia das palavras, na junção das sílabas. Versos que exaltam ao Senhor da Vida, reconhecendo a Sua grandeza. É um louvor. 

Do Senhor é a Terra e tudo o que nela existe. 

O mundo e os que nele vivem, pois foi Ele quem a estabeleceu sobre os mares e a firmou sobre as águas. 

A voz do Senhor ressoa sobre as águas. 

O Senhor troveja sobre as muitas águas. 

A voz do Senhor é poderosa. 

A voz do Senhor é majestosa. 

A voz do Senhor corta os céus com raios flamejantes, faz tremer o deserto, retorce os carvalhos e despe as florestas. 

No Seu templo todos clamam: glória! 

O Senhor dá a Seu povo a bênção da paz.

Necessitamos aprender a nos inebriar pela poesia da oração. Orar como quem escreve poemas. Uma alma artista. Uma alma agradecida. 

Meu Deus, vós que sois grande, que sois tudo, deixai cair sobre mim, humilde, sobre mim, que não existo senão pela Vossa vontade, um raio de divina luz. 

Dai-me o amor do trabalho, que é o dever de todos sobre a Terra, e, com o auxílio do archote que colocaste ao meu alcance, esclarecei-me sobre as imperfeições que retardam meu adiantamento nesta vida e na vindoura. 

Escutai a minha prece, Senhor!

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Esforço pessoal

As grandes conquistas da Humanidade têm começo no esforço pessoal de cada um. Disciplinando-se e vencendo a si mesmo, o homem consegue agigantar-se, logrando resultados expressivos e valiosos. Essas realizações, no entanto, têm início nele próprio. É possível que não consigas descobrir novas terras, a fim de te tornares célebre. Todavia, poderás desvelar-te para o bem, fazendo-te elemento precioso no contexto social onde vives. Certamente, não conseguirás solucionar o problema da fome na Terra. Não obstante, poderás atender a algum necessitado que defrontes, auxiliando a diminuir o problema geral. Não terás como evitar os fenômenos sísmicos desastrosos que, periodicamente, abalam o planeta. Assim mesmo, dispões da oração, que envia a essas almas o amparo necessário para a amenização de suas dores.

De fato, não terás como impedir as enfermidades que ceifam as multidões que lhes tombam, indefesas, ao contágio avassalador. Apesar disso, tens condições de oferecer as terapias preventivas do otimismo, da coragem, da esperança.

As sucessivas ondas de alienação mental e suicídios, que desnorteiam a sociedade, não cessarão de imediato sob a ação da tua vontade. Mas, a tua paciência e bondade, a tua palavra de fé e de luz, conseguirão apaziguar aquele que as receba, oferecendo-lhe reajuste e renovação.

Naturalmente, o teu empenho máximo não irá alterar o rumo das leis da gravitação universal. Mas, se o desejares, contribuirás para o teu e o equilíbrio do teu próximo, em torno do sol de primeira grandeza que é Jesus.

Os problemas globais merecem respeito. Mas, os individuais, que se somam, produzindo volume, são possíveis de serem solucionados.

A inundação resulta da gota de água.

A avalanche se dá ante o deslocamento de pequenas partículas que se soltam.

A epidemia surge num vírus que venceu a imunização orgânica.

Desta forma, faze a tua parte, mínima que seja, e o mundo irá melhorar. A sociedade, qual ocorre com o indivíduo, é o resultado de si mesma. Reajustando-se o homem, melhora-se a comunidade. Se teus sonhos almejam a felicidade plena no mundo, começa a busca de fazer felizes aqueles que se encontram ao teu redor. Se teus desejos de paz são sinceros, busca a paz interior da consciência tranquila, e transmite paz àqueles que te cercam. Se vês no futuro o amor reinante no planeta, principia amando intensamente tua família.

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A escuridão não mais existe, quando na presença de uma minúscula faísca. O sofrimento pensa em desaparecer, quando envolvido por uma leve brisa de esperança. A chuva cinza decompõe-se em cores, quando recebe os raios do sol. A raiva tem saudade da doçura, quando é abraçada com carinho. A escuridão, o sofrimento, a chuva, a raiva: todos eles passam.

Pensa nisso.

terça-feira, 6 de abril de 2021

A ATITUDE CORRECTA

O espiritualista deve encontrar um justo equilíbrio entre o orgulho e a humildade exagerada. Não é bom que, com o pretexto de ser modesto, ele se apague completamente, porque acabará por ficar embrutecido e estúpido. Mas sentir-se um ser superior, alegando que segue um ensinamento espiritual num mundo de materialistas e de descrentes, também não é recomendável, porque desse modo ele tornar-se-á ridículo. O que é mais difícil é a medida correta. Muito poucos discípulos, mesmo nas Escolas Iniciáticas do passado, souberam não soçobrar no orgulho ou numa humildade afetada... que, muitas vezes, não é senão outra forma de orgulho!

Então, como se apresenta um verdadeiro espiritualista, um verdadeiro discípulo? Sempre natural, simples, acessível. Para que há de ele querer atrair atenções por meio de ares superiores ou inspirados? Vós perguntareis: «Mas então não devemos querer mostrar as nossas aquisições espirituais?» Na realidade, não há absolutamente nada a mostrar! Se soubestes adquirir verdadeiras riquezas espirituais, elas aparecerão por si, não precisais de as expor. Uma vez que trabalhais sobre vós, deixai que os traços do vosso rosto, a vossa postura, os vossos gestos, falem por vós. Sede simples, espontâneos, naturais. Para que haveis de impor-vos de uma maneira artificial?

Quem segue um ensinamento espiritual deve compreender que terá ocasião de manifestar as suas qualidades e que os outros as notarão sem que ele tenha necessidade de adoptar toda a espécie de atitudes para as evidenciar. Ele que deixe falar o seu trabalho interior: mesmo à sua revelia, esse trabalho dará testemunho dele.

Quando alguém se põe a falar-vos insistentemente acerca do trabalho espiritual que está a fazer, desconfiai! Vangloriar-se do seu trabalho espiritual não é próprio de um verdadeiro espiritualista. Por isso, aconselho-vos a não falar nem do trabalho que empreendestes, nem dos resultados a que aspirais. Aliás, mantendo secreto o vosso trabalho mantereis o impulso, o ardor, o entusiasmo de que necessitais para progredir.

Imaginai um jardineiro que acaba de plantar a semente de uma árvore extraordinária, única. Se ele for insensato ao ponto de ir desenterrá-la sempre que alguém vier visitá-lo e dizer: «Está a ver esta semente? Olhe bem para ela! Um dia, ela tornar-se-á uma árvore excecional com frutos deliciosos; qualquer dia já se poderá comê-los...», para logo correr a plantá-la de novo, será o fim da pobre árvore. Mas é isso que muitas pessoas têm tendência para fazer: desenterram o que mal acabaram de plantar, para que toda a gente saiba bem que árvore elas estão a fazer crescer. Pois sim, mas mataram-na! Não deviam ter tirado a semente do solo.

Por isso, limitai-vos a trabalhar! As leis são verídicas, absolutamente verídicas: se o que fazeis é belo, podeis estar certos de que, mais dia menos dia, isso transparecerá e todos serão obrigados a sentir as bênçãos que emanarão de vós.

sábado, 3 de abril de 2021

Momentos de decisão

A vida é feita de momentos, que surgem e passam. E de conformidade com nossa decisão, darão origem aos estados de paz ou de aflição. São os momentos de decisão feliz que nos garantem a harmonia íntima, assim como os momentos de decisão infeliz nos conduzem à amargura e à dor.

Saulo de Tarso, num momento de desequilíbrio, saiu a perseguir os homens do caminho. Num momento sublime encontrou Jesus e tomou a mais notável e valiosa resolução, que dele fez o perfeito Apóstolo das gentes...

Num momento de prece, Maria recebeu a anunciação da chegada do Messias...

Num momento de paz, na Terra, Jesus nasceu em singular estrebaria para mudar os rumos da História.

Num momento de confiança, Nicodemos rogou a entrevista que lhe abriu horizontes infinitos sobre “a necessidade de nascer de novo...”

Num momento feliz, “a mulher samaritana” travou o diálogo que lhe mudou o roteiro da existência...

Num momento de piedade, “o bom samaritano” tornou-se o símbolo da solidariedade por excelência, constantemente lembrado para nossa edificação...

Num momento de fé, a portadora de processo hemorrágico libertou-se do grave mal que a martirizava...

Num momento de irreflexão, “o moço rico” perdeu a oportunidade de ganhar a jornada...

Num momento de dor, a “mulher adúltera” encontrou a piedade do Mestre e renovou-se para avançar vida afora...

Num momento de inveja, alguns fariseus tentaram embaraçar o Senhor e se confundiram a si mesmos.

Num momento de amor, Jesus libertou o obsesso de Gadara, que padecia a cruel presença de mentes perturbadoras...

Num momento de desequilíbrio, Judas traiu o Cristo...

Num momento de fraqueza moral, Pedro negou o amigo.... Em momento de grande fortaleza íntima, entregou-se ao martírio, em nome e por amor da verdade.

Num momento de covardia, Pilatos lavou as mãos e perdeu a maior bênção da vida...

Num momento de heroísmo, mulheres piedosas deram testemunho da grandeza do amor, acompanhando o Sublime Condenado...

Num momento de loucura coletiva, os homens crucificaram Jesus...

Num momento de luz, o Mestre ressuscitou, e até este momento é “o Caminho, a Verdade e a Vida.”

*   *   *

São momentos de decisão!

Há momentos em nossas vidas, que não aproveitamos. Momentos que passamos na inutilidade ou nos comprometendo com os erros. Momentos que nos produzem aflições e dores sem conta. Surgem, também, e ressurgem momentos que nos convocam à liberdade, à legítima paz. Indispensável saber utilizar as lições do Evangelho em cada momento da existência física, a fim de podermos fruir as bênçãos da vida eterna. A vida nos oferece, a cada instante, inúmeros momentos para que tomemos decisões. Cada decisão tomada, definirá o nosso próximo momento. Se a decisão for feliz, nossos momentos futuros nos trarão felicidade. Se houver infelicidade na decisão, as horas seguintes nos reservarão fatos e notícias desagradáveis. Assim é a vida: feita de momentos... Momentos de decisão...

Que seja este, portanto, o nosso momento de decisão feliz...

Vander Lee - Alma Nua

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Evangelho (Jo 18,1—19,42)

 Dito isso, Jesus saiu com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Lá havia um jardim, no qual ele entrou com os seus discípulos. Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus muitas vezes ali se reunia com seus discípulos. Judas, pois, levou o batalhão romano e os guardas dos sumos sacerdotes e dos fariseus, com lanternas, tochas e armas, e chegou ali. Jesus, então, sabendo tudo o que ia acontecer com ele, saiu e disse: «A quem procurais?» — «A Jesus de Nazaré!», responderam. Ele disse: «Sou eu». Judas, o traidor, estava com eles. Quando Jesus disse «Sou eu», eles recuaram e caíram por terra. De novo perguntou-lhes: «A quem procurais?» Responderam: «A Jesus de Nazaré», Jesus retomou: «Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, deixai que estes aqui se retirem». Assim se cumpria a palavra que ele tinha dito: «Não perdi nenhum daqueles que me deste». Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a ponta da orelha direita. O nome do servo era Malco. Jesus disse a Pedro: «Guarda a tua espada na bainha. Será que não vou beber o cálice que o Pai me deu?».

O batalhão, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Primeiro, conduziram-no a Anás, sogro de Caifás, o sumo sacerdote daquele ano. Caifás é quem tinha aconselhado aos judeus: «É conveniente que um só homem morra pelo povo». Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote. Ele entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote. Pedro ficou do lado de fora, perto da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a empregada da porta e levou Pedro para dentro. A criada da porta disse a Pedro: «Não pertences tu também aos discípulos desse homem?». Ele respondeu: «Não». Os servos e os guardas tinham feito um fogo, porque fazia frio; estavam se aquecendo, e Pedro estava com eles para se aquecer. O sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito dos seus discípulos e do seu ensinamento. Jesus respondeu: «Eu falei abertamente ao mundo. Eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que eu falei; eles sabem o que eu disse». Quando assim falou, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: «É assim que respondes ao sumo sacerdote?». Jesus replicou-lhe: «Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que me bates?». Anás, então, mandou-o, amarrado, a Caifás. Simão Pedro continuava lá, aquecendo-se. Disseram-lhe: «Não és tu, também, um dos discípulos dele?». Pedro negou: «Não». Então um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: «Será que não te vi no jardim com ele?». Pedro negou de novo, e na mesma hora o galo cantou.

De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de madrugada. Eles mesmos não entraram no palácio, para não se contaminarem e poderem comer a páscoa. Pilatos saiu ao encontro deles e disse: «Que acusação apresentais contra este homem?». Eles responderam: «Se não fosse um malfeitor, não o teríamos entregue a ti!». Pilatos disse: «Tomai-o vós mesmos e julgai-o segundo vossa lei». Os judeus responderam: «Não nos é permitido matar ninguém». Assim se realizava o que Jesus tinha dito, indicando de que morte havia de morrer. Pilatos entrou, de volta, no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu: «Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isso de mim?». Pilatos respondeu: «Acaso sou eu judeu? Teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é daqui». Pilatos disse: «Então, tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu dizes que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». Pilatos lhe disse: «Que é a verdade?». Dito isso, saiu ao encontro dos judeus e declarou: «Eu não encontro nele nenhum motivo de condenação. Mas existe entre vós um costume de que, por ocasião da Páscoa, eu vos solte um preso. Quereis que eu vos solte o Rei dos Judeus?». Eles, então, se puseram a gritar: «Este não, mas Barrabás!». Ora, Barrabás era um assaltante.

Pilatos, então, mandou açoitar Jesus. Os soldados trançaram uma coroa de espinhos, a puseram na cabeça de Jesus e o vestiram com um manto de púrpura. Aproximavam-se dele e diziam: «Viva o Rei dos Judeus!».; e batiam nele. Pilatos saiu outra vez e disse aos judeus: «Olhai! Eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que eu não encontro nele nenhum motivo de condenação».. Então, Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Ele disse-lhes: «Eis o homem».! Quando o viram, os sumos sacerdotes e seus guardas começaram a gritar: «Crucifica-o! Crucifica-o!». Pilatos respondeu: «Levai-o, vós mesmos, para o crucificar, porque eu não encontro nele nenhum motivo de condenação».. Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma Lei, e segundo esta Lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus». Quando Pilatos ouviu isso, ficou com mais medo ainda. Entrou no palácio outra vez e perguntou a Jesus: «De onde és tu?». Jesus ficou calado. Então Pilatos disse-lhe: «Não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e poder para te crucificar?». Jesus respondeu: «Tu não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado». Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus continuavam gritando: «Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César». Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar conhecido como Pavimento ( em hebraico: Gábata). Era o dia da preparação da páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei». Eles, porém, gritavam: «Fora! Fora! Crucifica-o!». Pilatos disse: «Vou crucificar o vosso rei?». Os sumos sacerdotes responderam: «Não temos rei senão César». Pilatos, então, lhes entregou Jesus para ser crucificado. Eles tomaram conta de Jesus.

Carregando a sua cruz, ele saiu para o lugar chamado Calvário (em hebraico: Gólgota). Lá, eles o crucificaram com outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. Pilatos tinha mandado escrever e afixar na cruz um letreiro; estava escrito assim: «Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus». Muitos judeus leram o letreiro, porque o lugar onde Jesus foi crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, em latim e em grego. Os sumos sacerdotes disseram então a Pilatos: «Não escrevas: ‘O Rei dos Judeus’, e sim: ‘Ele disse: Eu sou o Rei dos Judeus’. Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi». Depois que crucificaram Jesus, os soldados pegaram suas vestes e as dividiram em quatro partes, uma para cada soldado. A túnica era feita sem costura, uma peça só de cima em baixo. Eles combinaram: «Não vamos rasgar a túnica. Vamos tirar sorte para ver de quem será». Assim cumpriu-se a Escritura: «Repartiram entre as minhas vestes e tiraram a sorte sobre minha túnica». Foi isso que os soldados fizeram. Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!». A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu.

Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura até o fim, disse: «Tenho sede!». Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

Era o dia de preparação do sábado, e este seria solene. Para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, os judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirasse da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas, primeiro a um dos crucificados com ele e depois ao outro. Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água. (Aquele que viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que fala a verdade, para que vós, também, acrediteis.) Isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz: «Não quebrarão nenhum dos seus ossos». E um outro texto da Escritura diz: «Olharão para aquele que traspassaram».

Depois disso, José de Arimatéia pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus; ele era discípulo de Jesus às escondidas, por medo dos judeus. Pilatos o permitiu. José veio e retirou o corpo. Veio também Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido a Jesus de noite; ele trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e de aloés. Eles pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com os perfumes, em faixas de linho, do modo como os judeus costumam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ninguém tinha sido ainda sepultado. Por ser dia de preparação para os judeus, e como o túmulo estava perto, foi lá que eles colocaram Jesus.