RODA DA VIDA

Oramos pela vida e saúde dos homens de Paz no Mundo, Homens e Mulheres com missões dificílimas, de dação de esperança e de forte influencia contra a corrupção que assola o mundo e o mantém cativo na desgraça da injustiça. Louvemos estes inspirados irmãos e irmãs, desde os mais influentes, como Francisco Pai da Igreja Católica, Dalai Lama Pai dos Budistas, e tantos outros em suas respectivas importâncias, que movem o mundo com a força de suas Almas devotas, num mundo melhor para todos, mais justo, onde os indefesos não estejam à mercê de nenhum tirano, onde o único exército ou militar à face da terra seja a serviço do Amor ao Próximo - Oremos diariamente pela Mãe Terra, nosso planeta que tanto precisa de nossa atenção e nossas preces pelas causas ecologistas, sejamos a diferença que queremos ver no respeito pelo ambiente - Assim seja - Oramos por la vida y la salud de los hombres de paz en el mundo, hombres y mujeres con misiones muy difíciles, que dan esperanza y una fuerte influencia contra la corrupción que afecta al mundo y lo mantiene cautivo en la desgracia de la injusticia. Elogiemos a estos inspirados hermanos y hermanas, de los más influyentes, como Francisco Pai de la Iglesia Católica, Dalai Lama Pai de los budistas, y tantos otros en su respectiva importancia, que mueven el mundo con la fuerza de sus Almas devotas, en un mundo mejor para todos, más justo, donde los indefensos no están a merced de ningún tirano, donde el único ejército o militar en la faz de la tierra está al servicio del Amor por nuestro prójimo. Oremos diariamente por la Madre Tierra, nuestro planeta que necesita tanto nuestra atención y nuestras oraciones por causas ecológicas, seamos la diferencia que queremos ver en el respeto por el medio ambiente : que así sea

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Iniciando um Novo Ano

Toda vez que o ano vai chegando ao fim, parece que todos vamos manifestando maior cansaço. Seja porque as festas se multipliquem (são formaturas, casamentos, jantares de empresas), seja porque já nos vamos preparando para as próximas viagens de férias. De uma forma ou de outra, é comum se ouvir as pessoas desabafarem dizendo que desejam mesmo que acabe logo o ano. 

Quem muito sofreu, deseja que ele acabe e aguarda dias novos, de menos dores. Quem perdeu amores, deseja que ele acabe de vez, na ânsia de que os dias que virão consigam trazer esperanças ao coração esfacelado pelas ausências. Quem está concluindo algum curso e deu o máximo de si, deseja que os meses que se anunciam cheguem logo, para descansar de tanto esforço.

E assim vai. Cada um vai pensando no ano que se finda no sentido de deixar algo para trás. Algo que não foi muito bom. Naturalmente, muitos são os que veem findar os dias do ano com contentamento, pois eles lhe foram propícios. Esses, almejam que os dias futuros repitam esses valores de alegria, de afeto, de coisas positivas.

Ano velho, Ano Novo. São convenções marcadas pelo calendário humano, em função dos movimentos do planeta em torno do astro rei. Contudo, psicologicamente, também nos remetem, sim, a um estado diferente. Como Deus nada faz, em Sua sabedoria, sem uma finalidade útil, também assim é com a questão do tempo como o convencionamos. Cada dia é um novo dia. A noite nos fala de repouso. A madrugada nos anuncia oportunidade renovada. Cada ano que finda nos convida a deixarmos para trás tudo de negativo, desagradável que já vivenciamos, permitindo-nos projetar planos para o futuro próximo. Por tudo isso e por esta dinâmica a Divindade nos permite, a cada trezentos e sessenta e cinco dias, nesta Terra, você pense que pode melhorar a sua vida no ano que se anuncia.

Comece por retirar de sua casa tudo que a atravanca. Liberte-se daquelas coisas que guarda nos armários, na garagem, no fundo do quintal e já não tem uso. Coisas que estão ali há muito tempo, que você guarda para usar um dia. Um dia que talvez nunca chegue. Pense há quanto tempo elas estão ali: meses, anos... esperando. São roupas, calçados, livros, discos antigos, utensílios que não usa há anos. Liberte armários, espaços. Coisas antigas, superadas, são muito úteis em museus, para preservação da memória, da evolução da nossa História. Doe o que possa e a quem seja mais útil. Sinta o espaço vazio, sinta-se mais leve. 

Depois, pense em quanta coisa inútil guarda em seu coração, em sua mente. Mágoas vividas, calúnias recebidas, mentiras que lhe roubaram a paz, traições que o deixaram doente, punhais amigos que lhe rasgaram as carnes da alma...

Desapegue tudo isso de si. Mentalmente, coloque tudo em um grande invólucro e imagine-se jogando nas águas correntes de um rio caudaloso que as levará para além, para o mar do esquecimento. Deseje para si mesmo um Ano Novo diferente. E comece leve, sem essa carga pesada, que lhe destrói as possibilidades de felicidade. Comece o Novo Ano olhando para frente, para o Alto. Estabeleça metas de felicidade e conquistas. Você é filho de Deus e herdeiro do Seu amor, credor de felicidade. Conquiste-a. Abandone as dores desnecessárias, pense no bem. Mentalize as pessoas que são amigas, que o amam, lhe querem bem. Programe-se para estar mais com elas, a fim de, fortalecido, alcançar objetivos nobres. Comece o ano pensando em como pode influenciar pessoas, ambientes, com sua ação positiva. Programe-se para vencer. Programe-se para fazer ouvidos moucos aos que o desejam infelicitar e avance. Programe-se para ser feliz. O dia surge. É Ano Novo. Siga para a luz, certo de que com vontade firme, desejo de acertar, Jesus abençoará as suas disposições.

É Ano Novo. Pense novo. Pense grande. Seja feliz.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Oração para o final do Ano

 Peça a Deus que os homens encontrem os seus passos perdidos.

E que os sonhos despertem esses olhos dormidos. 

Que o amor transborde e que vivamos em paz.

Que os dias terminem com os braços cansados.

Que a dor não me assombre, nem me cause desespero. 

Peça a Deus.

Peça a Deus que nos mande do céu muita sabedoria, um amor verdadeiro.

Que ninguém passe fome.

Um abraço de irmão e que vivamos em paz.

Que terminem as guerras e também a pobreza.

Encontrar alegrias entre tanta tristeza.

Que a luz ilumine as almas perdidas e um futuro melhor.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Nasce Jesus

Filho de um carpinteiro e de uma dona de casa, dos Céus, nasceu o Filho do Homem.

Sua mãe, Maria, O envolveu em panos singelos e O colocou numa manjedoura. A abóboda celeste plenificou-se de estrelas e os mensageiros celestes cantaram: Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens.

Na simplicidade da estrebaria de Belém nasceu Jesus.  Nasceu pobre, no seio de um povo cativo. Homenageado por uma conta infinita de estrelas, o Universo e a eternidade lhe embalaram o sono. Cresceu na Galileia, numa cidade considerada das menores e de importância alguma. Aguardou que o tempo se fizesse para o início do Seu Messianato.

O Embaixador do Amor nasceu e viveu entre os pobres, entre os desprezados, os humilhados. Estendeu Sua mão àqueles que a sociedade tornava invisíveis: leprosos, deficientes, famintos, viúvas, órfãos. Pelas estradas que percorreu, cruzou o caminho de todos os homens. Chegou a corações longínquos e a almas distantes, aproximando-as do Pai. Peregrinou pela Galileia, Judeia, Pereia, chegando às cidades de Tiro e Sidon. 

Não entrou para a História. Ele a dividiu: antes d´Ele, depois d´Ele.

E, para tal, apenas amou e nos ensinou a amar. Não tomou de espadas, não esteve à frente de exércitos, não liderou batalhas, não destronou reis, não conquistou impérios, não ostentou coroas e cetros. Meu reino não é deste mundo, afirmou. Dois mil anos se passaram desde o Seu nascimento. É Natal, é data festiva.

Cerremos os olhos e pensemos n´Ele. Pensemos no Cristo Jesus e lhe façamos a nossa rogativa: Nasce Yeshua e transforma os nossos corações em manjedouras verdadeiras para Te acolhermos, neste dia e sempre, em Tua paz, em Tua luz.

Nasce Yeshua em nossas imperfeições e pensamentos, em nossas mazelas morais, nas chagas de nossas almas, nos recônditos mais profundos de nossas emoções e sentimentos.

Nasce Yeshua em nosso egoísmo e nos faz enxergar os Teus pobres, os Teus solitários, os Teus abandonados, como nossos irmãos.

Que a Teu exemplo, lhes estendamos braços de socorro, colo de proteção, palavras de consolo, mãos de doação.

Nasce Yeshua em nosso orgulho, quando marginalizamos o perdão, quando esquecemos a prece reparadora, quando não nos comprometemos com a verdade consoladora, por não nos lembrarmos da gratidão.

Nasce Yeshua nos orfanatos e asilos, nos sanatórios, nas casas de recuperação, nos hospitais. Nasce entre os que sofrem preconceito, entre as religiões, em todos os países, tribos, entre orientais e ocidentais. Entre os encarcerados, ó Mestre, nasce também. Um novo horizonte lhes concede e que seja todo luz, todo recomeço, todo oportunidades, todo bem.

Nasce Yeshua. Desperta-nos para o facto de que todo acto tem consequências, de que a Lei de Deus reside na consciência e de que é percorrendo a estrada da eternidade que chegaremos à almejada felicidade.


O Natal, verdadeiro Natal, ocorre quando o Mestre da paz nasce na manjedoura de nossos corações e faz morada na intimidade de nossas almas.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Pensamento do dia

"O Reino de Deus não pode ser realizado no plano físico antes de ter sido realizado no intelecto, no pensamento.

Depois de realizado no pensamento, ele descerá ao coração, aos sentimentos, e então poderá, finalmente, exprimir-se por atos. 

É este, obrigatoriamente, o processo de realização na matéria: 

pensamento – sentimento – ação.


Um dia, o Reino de Deus realizar-se-á tangivelmente, na matéria. Mas primeiro deve instalar-se nas ideias, nos pensamentos. E pode ver-se que esse processo já começou… 

Há milhares de pessoas no mundo que alimentam em si este ideal do Reino de Deus, este ideal de amor, há mesmo mais do que pensais. 

O Reino de Deus já abre caminho nos pensamentos e nos desejos de alguns seres e até já se instalou no seu comportamento, na sua maneira de viver. 

O Reino de Deus começa por ser um estado de consciência, uma maneira de viver e de trabalhar, e quando esse estado de consciência se tiver generalizado, o Reino de Deus e a sua justiça descerão verdadeiramente à terra. "

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

A Oração da Boa Vontade

Om, Shanti.

Evoco o melhor para os meus semelhantes, para meus colegas e cada ser que conheço.

Espero que  vizinhos e pessoas com quem interajo se libertem das causas da dor –  e do egoísmo, fonte do sofrimento.

 Que minha alma me afaste da ignorância. Que todos se ergam no caminho da Paz.

Meu semelhante é meu irmão, saiba ele ou não disso. Afasto de mim a imprudência, o descaso, o descuido e a ausência de saber. No silêncio profundo, percebo o equilíbrio.

Ao lado do desapego está a sabedoria. A consideração pelo outro é da mesma natureza que a consideração por mim.

O erro do colega é meu defeito. A virtude do irmão é minha qualidade. Os covardes pensam que se beneficiam com o tropeço alheio.

Sou rigoroso comigo e generoso com meu próximo.

Sei que boa vontade sincera não aceita indulgência: é para tirar vantagem que o preguiçoso e o manipulador estimulam a preguiça alheia.

Altruísmo e rigor, combinados, produzem paz. A boa vigilância exige o melhor de si e dos demais.

Não trato de dizer ao outro o que ele espera ouvir. Abstenho-me de falsidade.

Querer o bem do semelhante é uma atitude sóbria, e fica longe das aparências. Inclui a concordância e a discordância. É inseparável da franqueza. Não possui uma forma externa, e no entanto é percetível onde quer que haja boa vontade.

Desejar o melhor aos outros é uma maneira imediata de ser feliz. Como tudo o que ocorre na alma, constitui uma atividade silenciosa e eficaz.

A bem-aventurança olha para o alto.

Evoco o melhor e o mais elevado para os meus semelhantes que convivem comigo,  e para os que não convivem.

Desejo que se libertem da ausência de paz. Que avancem pelo caminho da simplicidade, alcançando o contentamento.

Compartilho agora mesmo a bem-aventurança e a lei da justiça com os seres que conheço, com os seres que não conheço, e os que conhecerei no futuro.

 Shanti, Om.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Apressada avaliação

Conta-se que um açougueiro atendia suas atividades habituais, quando entrou no estabelecimento um cachorro. Ele se preparou para enxotá-lo, quando percebeu que o animal trazia um saco à boca.

Verificou que, dentro do saco, havia um bilhete. Atendeu o que estava ali escrito, devolvendo ao cão o saco, com carne bem acondicionada e troco dos valores que encontrara.

O animal, com o saco à boca, saiu tranquilamente do talho e foi andando pelo passeio. O açougueiro ficou intrigado: De quem seria aquele cão tão bem treinado?

Resolveu segui-lo. O cão chegou na esquina, levantou-se nas patas traseiras e apertou o botão do semáforo para travessia de pedestres, parando o trânsito de veículos. Então, atravessou a rua na passadeira. Mais adiante, outro semáforo estava vermelho e o cão parou. Quando o sinal ficou verde, o cão atravessou a rua Chegou a uma paragem de autocarros e esperou. Quando o primeiro autocarro parou, o cão olhou para o letreiro e não entrou. Quando outro autocarro parou, um pouco depois, o animal voltou a olhar o letreiro.

Dessa vez, entrou e ficou perto da porta, acompanhando o trajeto com atenção. O homem do talho estava perplexo. Nunca vira nada igual. Depois de vários quarteirões, o cão desceu do autocarro e andou um pequeno bocado.

Frente a uma casa, abriu o pequeno portão e entrou. Parou frente à porta e começou a bater com a cabeça na madeira. Depois, foi à janela e tornou a bater a cabeça contra o vidro, várias vezes. Finalmente, a porta se abriu. 

Um homem grande e zangado veio para fora e começou a agredir o cão, chamando-o de estúpido, inútil, traste. O açougueiro não aguentou. Deteve a agressão e falou ao dono do cão:

Que é isto? Você tem um animal extraordinário, treinado, inteligente e o agride desta maneira?

Inteligente? – gritou o dono. Ele é um tonto. Já falei um milhão de vezes e este inútil vive esquecendo de levar a chave da porta.

Naturalmente, o conto é fictício. Pode levar ao riso. Ou podemos parar um momento e refletir. Quantas vezes agimos como o dono desse cão? 

As pessoas nos servem, nos agradam e nós... só reclamamos.

Reclamamos da mãe que não nos preparou a sobremesa que pedimos. E esquecemos de agradecer a roupa limpa, impecável, no armário; os pratos preparados com esmero; as frutas, o sumo, o cereal no café da manhã.

Reclamamos dos pais que não entendem nossos sonhos, nossa conversa, nosso grupo de amigos. E não lembramos dos braços que nos carregaram, depois das brincadeiras, na praia; das horas exaustivas de trabalho deles para nos garantir a escola, o lazer, as viagens.

Reclamamos do funcionário que não atendeu uma ordem, em todos os detalhes. Não lembramos das mil coisas que ele faz todos os dias, sem errar, diligente, atento, vendendo sempre muito bem o bom nome da nossa empresa.

Reclamamos sempre, numa atitude tola de quem não tem capacidade de avaliar o real valor dos que nos cercam.

Pensemos nisso e tomemos consciência primeiro, que por vezes, nos tornamos pessoas um tanto desagradáveis, com esse tipo de atitudes. Segundo, perguntemo-nos se nós mesmos faríamos melhor. É possível que a nossa incapacidade, preguiça ou acomodação nos digam que estamos reclamando, de verdade, por nos darmos conta de como somos dependentes dessas criaturas...

Pensemos nisso e foquemos de forma diferente a nossa apressada e tola avaliação.

domingo, 12 de dezembro de 2021

A voz que clama no deserto

 (...) É minha intenção fazer da minha vida inteira uma rejeição, um protesto contra os crimes e as injustiças da guerra e da tirania política, que ameaçam destruir todo o gênero humano e o mundo inteiro. Através da minha vida monástica e dos meus votos, digo NÃO a todos os campos de concentração, aos bombardeamentos aéreos, aos julgamentos políticos, que são uma pantomina, aos assassinatos judiciais, às injustiças raciais, às tiranias econômicas, e a todo o aparato sócio econômico, que não parece encaminhar-se senão para a destruição global, apesar do seu bonito palavreado a favor da paz."

La voz secreta - Refflexiones sobre mi obra en Oriente y Occidente

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Evangelho (Mt 11,16-19)

Naquele tempo, Jesus disse: «Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras: ‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’ Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras».

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Que diríamos nós?

Conta-se que, naquele dezembro, o Senhor Deus examinou os documentos que se referiam a grandes personalidades da Terra. Deteve-se, de forma especial, sobre os que detalhavam as ações de um inquieto pesquisador. Dotado de poderes intelectuais, ainda na mocidade, ele lecionara na faculdade de medicina, na cadeira de fisiologia. Publicara estudos notáveis, que lhe haviam granjeado a admiração dos seus contemporâneos. Fora laureado com o Prêmio Nobel de medicina. No entanto, uma grande missão lhe fora confiada: a de afirmar a sobrevivência do Espírito após a morte.

Por isso, estivera com médiuns extraordinários, que, sob sua supervisão rigorosa, produziram fenômenos de variada ordem. Foi um investigador sincero, dedicado. Apesar de provar que nunca houvera fraude alguma, em tudo que lhe fora dado observar, jamais teve a coragem de afirmar a Imortalidade do Espírito.

Para ele, tratava-se de um sexto sentido, era inegável. Teve o mérito de escrever um livro, que contribuiu para chamar a atenção de outros sábios e pesquisadores: Tratado de Metapsíquica. Aos oitenta e cinco anos, ele estava, agora, sendo chamado para retornar ao grande lar. Era o momento de prestar contas dos tantos talentos recebidos. Anos lhe haviam sido ofertados para que pudesse aprofundar sua investigação e, como cientista, dizer da realidade imortalista. Em vão.

Agora, era o momento de deixar o corpo físico. Ele fechou os olhos da carne e os abriu para a dimensão espiritual. Amigos, que com ele haviam jornadeado, o aguardavam. Personalidades eminentes da França antiga, velhos colaboradores de suas pesquisas, foram abraçá-lo. Na sua bondade, Deus Pai lhe enviou formas luminosas que o arrebataram, desprendendo-o do corpo físico. O apóstolo da ciência caminhou, então, para a certeza divina da Imortalidade. Imortalidade que ele não admitira para o mundo mas que agora se lhe descortinava aos olhos. Ele se chamava Charles Richet.

Quando estas notícias nos chegam à mente, imaginamos se hoje fôssemos chamados à presença do Senhor da Vida, como seria a nossa prestação de contas. Será que estamos aproveitando todas as oportunidades que a Divindade nos oferece, nesta jornada terrena?

Podemos pensar o que estamos fazendo das chances de estudo, nos bancos escolares, universitários, do conhecimento que nos chega. Que estamos fazendo da possibilidade de ilustrar outras mentes, de realizar pesquisas nobres, de exercitar o bem. Que estamos fazendo das bênçãos da família, dos amigos, de tantos que nos estimam. Que estamos fazendo das horas de cada dia, da nossa biblioteca enorme, das oportunidades de progresso que a tecnologia nos oferta. Aprimoramos o próprio idioma para sermos melhor entendidos?

Que fazemos das letras que nos são ofertadas para ler, escrever, falar?

Que fazemos do talento musical, da nossa criatividade?

Importante nos servirmos de tudo que possuímos para aprimorar nosso intelecto. Também para apararmos nossas imperfeições morais. A hora é agora. Aproveitemos o dia que surge, anunciando bênçãos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A quem direi da minha tristeza...

Quando amanheceu, vi o céu cinzento. Não sei dizer se era mesmo o céu, prenunciando chuva, ou se era minha alma de óculos escuros. Não ouvi o canto dos pássaros. Também não sei dizer se eles realmente haviam emudecido ou se meus ouvidos haviam se fechado a qualquer som que os pudesse despertar. Abri a janela, mas as portas do meu coração continuaram cerradas. Persianas baixadas, nada que permitisse entrar algum raio de luz. Um imenso palco de tristeza. Desde algum tempo, ela começara a rondar minha casa íntima. Sorrateira, bateu no portão e lhe permiti a entrada. Pensei que logo se iria, depois de ligeira visita. Ledo engano.

Ela resolveu se hospedar. Acomodou-se.

Assim agiu porque lhe ofereci uma almofada de veludo para se recostar no caríssimo sofá dos meus sentimentos. Desde as primeiras horas de sua chegada, eu a tratei como a um ilustre hóspede. Servi-lhe tudo do melhor que havia guardado dentro de mim. No cálice da emoção, sorveu o elixir do meu encanto pela vida. Tudo bebeu, até quase nada restar.

Em taça de cristal, deliciou-se com os frutos da minha alegria, maduros, doces. Até se serviu da calda cremosa dos sorrisos, misturada com as gargalhadas espontâneas dos dias vividos. E a fui deixando ficar. Finalmente, passei a alimentá-la com os condimentos amargos da minha mágoa, a química das dores, dos reveses, tudo servido nos pratos de porcelana da alma outrora feliz.

Então, desejei que alguém soubesse da presença dessa hóspede, que se tornara incômoda, indesejada. Queria que alguém me desse a fórmula para dela me libertar. Procurei amigos, conhecidos e lhes falei a respeito dela. Espantaram-se que eu, tão corajoso e bem disposto sempre, pudesse assim me manifestar. Não entenderam meu apelo, nem a dor que parecia me sufocar por dentro. Deixei que lágrimas espontâneas brotassem, como cascata, dos meus olhos. Senti o coração apertar, lembrando de tantos abraços de felicidade de tempos anteriores. Agora, mais do que nunca, eu precisava de compaixão, de colo.

Pensei em quantos, em idêntica situação, terão pensado que nada mais valia a pena e desistiram da vida. Mas eu, eu não quis desistir. Jamais sairei da vida, antes que seja determinado pela Lei Divina. Aproveitarei até o último suspiro. Olhei para o Alto, como em busca da Divindade que parece eu alijara de minha alma. E pedi: Socorre-me.

Lembrei do Galileu que se apresentou como o Bom Pastor, Aquele que guarda as Suas ovelhas. Aquele que busca a ovelha perdida, mesmo que se encontre entre os espinhos da culpa, do desamor ou da desesperança. Orei, dizendo palavras que nem lembro. Simplesmente saíam do meu coração pela boca. Então, o céu se tingiu de cores, a sinfonia da passarada encheu os ares. Abri olhos e ouvidos, retirei as cortinas do coração.

Era isso o de que eu precisava: mudar o plano mental. Unir a minha alma ao Superior. Impregnar-me de luz. Abri os abraços. Abracei a vida e minha voz cantou: Bom dia, vida! Aqui estou para mais um abençoado dia de experiências.

sábado, 27 de novembro de 2021

Pensamentos Quotidianos

Depois de ter estado mergulhado durante um certo tempo numa atmosfera espiritual, em que se sentiu iluminado, aquecido, o discípulo volta necessariamente ao mundo vulgar, onde se vê obrigado a contactar com pessoas de todo o tipo. 

Ao fim de algum tempo, apercebe-se de que já não tem a mesma fé, o mesmo entusiasmo, e sente-se de novo sem brilho e pesado, o seu ardor e o seu amor diminuíram… O que aconteceu? 

Como um líquido quente exposto ao frio, ele mudou de temperatura. Este fenómeno é absolutamente natural. 

O ensinamento que o discípulo recebeu de um Mestre assemelha-se ao conteúdo de um recipiente. O conteúdo é mais quente do que o ar ambiente e, ao contactar com o exterior, vai perdendo as suas calorias e a sua temperatura diminui. 

Mas o que se perde pode ser reposto. É este o objetivo da prece e da meditação: ir buscar à origem os elementos luminosos e calorosos que se perdeu.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Ontem, eu não morri

Conhecemos alguém que quase desistiu da vida, na idade adulta, mas manteve-se firme. Hoje, ela olha um passado que poderia não ter existido e valoriza cada segundo, cada momento precioso que a existência terrena lhe concedeu. Filha, mãe, esposa e avó, transformou aflição em poema:


Perdão, Pai, pelas loucas ideias.

Perdão, por querer desvendar o futuro.

Perdão, por não ter fé.

Perdão, por desvalorizar minha vida,

Esta vida que me emprestaste.


Se ontem tivesse morrido,

Não teria vivido sorrisos, chorado lágrimas, compadecido dores.

Se eu tivesse morrido,

Não teria visto tanta coisa,

A formatura do meu meninão vencendo a faculdade.

Não teria visto a filha, no seu primeiro vestido de baile, seus quinze anos, seu primeiro amor, os primeiros sonhos de mulher...

Como direi agora, Senhor?


Obrigada, pelas lágrimas que derramei,

Pelos sonhos que vivi,

Pela luz que recebi,

Pelos amigos que conquistei.

Obrigada, Senhor.


Pela presença dos meus filhos,

Pelas mãos que os encaminhei,

Pelas palavras que pronunciei,

Pelos passos que evitei,

Pela vida que desfrutei.

Rogo, Senhor,


Que derrames sobre nós a luz da sabedoria,

Para que possamos aceitar com alegria,

A vida que nos designaste.

Rogo, ainda, Senhor,


Que olhes pelos entes que se foram e pelos que ficaram.

Àqueles por não mais sofrerem nesta vida,

E os outros, pela saudade cruciante, nessa perda delirante,

Que mesmo com fé, não deixaram de chorar.

Senhor,


Que haja paz e amor em todos os lares,

Que eles se desdobrem, com outros risos e outros sonhos.

Que Teu manto os envolva numa doce harmonia,

Em hinos de felicidade!


Estas são palavras dos que vencem o mundo, dos que entendem o caráter educativo de toda experiência, na existência terrestre.

Ainda bem que eu não desisti. Ainda bem que suportei, que compreendi, mesmo a contragosto, as vicissitudes e provas que a vida me apresentou.

Ainda bem que não me contaminei. Ainda bem que não traí meus princípios.

Ainda bem que só saí daqui com esses arranhões, que doem, sim, mas que logo serão passado e depois nem lembrança mais precisarão ser.

Somos livros enormes, de múltiplos capítulos e volumes. E desistir é como querer fechar a obra, parar de ler, devido a uma frase, a um parágrafo que nos fez sofrer, que nos desagradou, que não foi escrito do jeito que esperávamos.

Muitas vezes, não temos nem o cuidado de reler aquele trecho para tentar entender de forma diversa. Julgamos à primeira vista e saímos revoltados pelo mundo.

Em muitos casos, bastava ter paciência, esperar o começo da página seguinte e entenderíamos algumas razões... Mas não, apressadamente atiramos tudo para o alto.

Ora, uma obra é muito mais do que isso.

Nesses momentos de tensão, que voltemos à grandeza da capa de nosso livro e observemos Quem assina connosco e nos sintamos mais seguros.

Nosso nome está escrito dentro de Outro Nome, muito maior e iluminado por bondade infinita, perfeito e repleto de beleza.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Rezemos pelos migrantes e refugiados

“Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, Vós que viveis a plena comunhão, nós Vos louvamos e agradecemos, porque convidais os homens de todas línguas, raças, povos e nações a viver em comunidade de amor.

Fortalecei a solidariedade e cooperação entre as nações e nas nossas comunidades cristãs, para que cada migrante e refugiado seja respeitado na sua dignidade, compreendido e auxiliado na busca da paz, da segurança e do trabalho.

Senhor, “não se trata só de migrantes”, mas de pessoas, de seu caráter sagrado, criadas à Vossa imagem e semelhança; trata-se da caridade de uns para com os outros, uma caridade que acolhe, partilha e integra; trata-se de edificar a Cidade de Deus, pois “somos concidadãos dos santos e membros da casa de Deus” (Ef 2,19).

Concedei, Senhor, a paz e a tranquilidade aos migrantes e refugiados, protegei as suas famílias, acolhei os necessitados. Abri os nossos corações para que, juntos, nos comprometamos com a dignidade de cada um, vivendo na esperança de um futuro onde reine a reconciliação e a justiça. Maria, Mãe da humanidade, interceda por nós. Amém.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

De joelhos é melhor

Você nunca estará, em posição tão alta como quando está ajoelhada.

Um dia tempestuoso, acompanhada de dois guias experientes, uma mulher escalou a montanha Weisshorn, nos Alpes Suíços. Quando se aproximavam do pico, a mulher, - vibrando de emoção pelo magnífico panorama diante de si - deu um salto para frente e quase foi levada por uma rajada de vento.

Um dos guias a segurou, forçando-a a se abaixar, e disse:

- De joelhos, madame! A senhora só estará segura aqui se ficar de joelhos.


Temos o hábito de achar que "de joelhos" é a posição típica para orar, mas a conversa com Deus não se limita a posições. Ele nos ouve... sempre.

Certa vez, três senhoras cristãs estavam conversando a respeito das "melhores" posições para orar. Uma delas falou da importância de encostar a palma de uma das mãos na outra e aponta-las para cima.

A segunda defendeu que a melhor posição para orar era estender-se ao chão. A terceira achou que orar em pé era melhor que de joelhos. Enquanto conversavam, um reparador de linhas telefônicas que trabalhava nas proximidades, ouvia o que elas diziam. Finalmente, ele não se conteve e participou da conversa:

- Descobri que a oração mais poderosa que já fiz foi quando eu estava dependurado de cabeça para baixo num poste, suspenso a 12 metros do chão.

O importante não é a posição em que você ora, mas o fato de você estar orando!

domingo, 21 de novembro de 2021

Evangelho (Jo 18,33-37)

Naquele tempo, Pilatos entrou, de volta, no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu: «Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isso de mim?». Pilatos respondeu: «Acaso sou eu judeu? Teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é daqui». Pilatos disse: «Então, tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu dizes que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Evangelho (Lc 19,41-44)

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. 

E disse: «Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos!. Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada».


Da figura história de Yeshua muitos corações  amordaçadamente se confrontam. Afinal passados mais de 2.000 anos, dos testemunhos da vida deste homem que nada escreveu e nada deixou por dizer, chegaram vários testemunhos de quem o seguiu, primeiramente de forma oral e cerca de 70 anos depois de sua crucificação, pelos primeiros registos escritos que chegaram até nós, da história de sua vida e da importância de sua mensagem. Ainda mais surpreendente, a sua filiação Divina, num tempo em que a abundancia de várias Divindades era aceite, eis que surgia um homem que se declarava como o primogénito de Deus.

Nunca mais o mundo seria o mesmo. A força desta revelação viria a inquietar muitos daqueles que temeram deixar de ser considerados poderosos e a apaziguar muitos mais, aqueles que em suas vidas difíceis procuravam um sentido para tanto sofrimento e esforço. 

Entre uns e outros constituíram-se aqueles que viriam a mediar sobre uns e outros, tantas vezes pensando na sua própria subsistência e preponderância, como de forma genérica todas as Igrejas oficiais, ritualizadas e organizadas.

Entre toda esta dinâmica temporal, por incrível que pareça, desde essa altura até agora a imagem e a mensagem de Yeshua permanece intacta. Muito mais pelo que o coração sente que pela maioria dos maus exemplos praticados pela humanidade, o coração continua sentindo um apelo irresistível, como se tentasse negar a própria respiração que mantém a vida.

Coração por dominar, resta à mente de muitos homens procurar desacreditar a veracidade de Yeshua dentro de si mesmos, remetendo este profeta para o canto mental das fábulas, dos mitos, das utopias criadas pelo tempo. Assim muitos homens vivem fascinados pelo materialismo hoje. fascinados procuram fascinar o coração, enquanto este resiste o quanto pode, sabendo que na hora do seu fascínio será ditada a hora do seu declínio espiritual.

Esta episódio da vida de Jesus, escrito e registado à mais de 2 mil anos deveria ser suficiente, para qualquer pessoa com conhecimento da atualidade mundial crer confirmando, a clarividência e veracidade desta reflexão milenar. Sabemos justamente com esta observação, que toda aquela região do médio oriente nunca mais se recompôs até aos dias de hoje. 

Jesus advertiu entristecido, que Jerusalém não veria a paz e prosperidade no seio de seu povo: Hoje verificamos que nunca mais existiu ali a paz entre o seu povo. Crianças e jovens são mortos sem pudor, irmão contra irmão, baixas entre os que estão no enclave e os que os comprimem a uma existência de miséria. Uns e outros reféns da guerra e de seus horrores, às mãos de políticos tão intolerantes como à 2.000 anos atrás, em que os ancestrais deles mesmos sacrificaram por interesses escusos, um inocente, o cordeiro de Deus.

A todos nós, mundo ocidental moderno, desenvolvido e com nossas próprias chagas de egoísmo por sarar, deveríamos estudar melhor a ciência deste homem santo, que em nome do amor, do progresso e da igualdade entre todos, da paz entre todas as fronteiras, veio a entregar a sua vida por nós.

Eu Acredito! Eu dou Graças!...

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A Ciência e Deus

Ele era um enamorado das estrelas. Por isso, chegou a ser denominado, por um historiador, o Poeta dos céus. Desde os onze anos, sua paixão foi a astronomia. Seu espírito sensível parecia dotado de uma imensa saudade de algum mundo feliz, de onde ele viera e que parecia querer reencontrar nos mapas dos céus. Antes de completar vinte anos, Camille Flammarion publicou o livro Pluralidade dos mundos habitados.


A edição se esgotou em pouco tempo. Foi reeditado e traduzido para treze idiomas. Virou moda na corte de Napoleão III. Esse sábio, que recebeu prêmio da Academia de França e a Comenda da Legião de Honra, por seu livro Astronomia popular, lamentava a divergência entre a Ciência e a religião. Ele dizia que duas verdades não podiam ser opostas uma da outra.

Dizia ele: Deus é a força inteligente, universal e invisível, que constrói, sem cessar, a obra da natureza. Sombras noturnas que flutuais pela encosta das montanhas, perfumes que baixais das florestas; flores pendidas que cerrais os lábios, surdos rumores oceânicos que nunca vos calais; calmarias profundas das noites estreladas, tendes-me falado de Deus, com eloquência mais íntima e mais empolgante que todos os livros humanos!

A natureza é um ser vivo e animado. Mais ainda, um ser amigo. Deus nos fala pelas suas cores, pelos seus sons e pelos seus movimentos. Tem sorrisos para as nossas alegrias, gemidos para as nossas tristezas, simpatia para todas as nossas aspirações. É nas leis da natureza que se revela uma inteligência ordenadora. São leis constantes, concordantes e inteligíveis. E completa o sábio astrônomo: A ignorância havia humanizado Deus. A Ciência O diviniza.

Longe de destruir a velha ideia da existência de Deus, a desenvolve e a torna gradualmente menos indigna da Sua majestade. Dilatando a esfera de nossa contemplação e espalhando uma luz mais instrutiva sobre a composição geral do Universo, a Ciência nos aclara o senso íntimo da Divindade. Deus nos aparece sob a ideia de um Espírito permanente e residente no âmago das coisas. Não habita um paraíso povoado de anjos e de eleitos. Habita a amplidão infinita, repleta da Sua presença, em cada ponto do espaço, em cada instante do tempo.

A ordem universal reinante na natureza, a inteligência revelada na construção dos seres, a sabedoria espalhada em todo o conjunto; sobretudo, a universidade do plano geral, nos apresenta a Onipotência Divina como sustentáculo invisível da natureza. Lei organizadora, força essencial. Deus é um pensamento, residente na essência mesma das coisas, sustentando, organizando, Ele mesmo, desde as mais humildes criaturas aos mais vastos sistemas solares. Deus é o pensamento do qual as leis diretivas do mundo representam uma forma de atividade.

Então, unamo-nos ao pensamento do sábio astrônomo e reconheçamos essa Força que nos criou, nos mantém a vida e tudo governa. Deus, bom Deus. Tu que dás a beleza e o perfume à flor, que dás voz ao oceano, recebe a gratidão de um filho reconhecido da Tua grandeza e do Teu amor.



quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Pensamento do dia

"Muitas pessoas que pretendem abraçar a vida espiritual debatem-se com o problema da meditação: não sabem concentrar-se. Porquê? Porque não aprenderam a escolher os temas de meditação; lançam-se às cegas, sem um método. A primeira regra, evidentemente, é escolher um tema de natureza espiritual; a segunda é que gosteis desse tema. É o gosto, o amor que sentis por um tema, que vos liga a ele. Se não amardes, sereis como um selo sem cola: não aderireis ao objeto.

O erro dos principiantes é quererem logo concentrar-se nas questões filosóficas e místicas mais abstratas: a verdade, a eternidade, o infinito, o Absoluto, o Ser Supremo. É um erro. Começai por concentrar-vos, por exemplo, numa imagem pura, bela, que apreciais, uma imagem da Natureza ou de uma obra de arte. Assim, o vosso cérebro ganhará o hábito de se concentrar, e pouco a pouco estareis habilitados a meditar sobre os temas mais afastados de vós. Para serdes bem sucedidos na vida espiritual, deveis saber servir-vos da força formidável que é o amor. "

domingo, 7 de novembro de 2021

Michael Jackson - Earth Song

Yeshua


Naquele tempo, ao ensinar, Jesus dizia: «Cuidado com os escribas! Eles fazem questão de andar com amplas túnicas e de serem cumprimentados nas praças, gostam dos primeiros assentos na sinagoga e dos lugares de honra nos banquetes. Mas devoram as casas das viúvas, enquanto ostentam longas orações. Por isso, serão julgados com mais rigor».

Jesus estava sentado em frente do cofre das ofertas e observava como a multidão punha dinheiro no cofre. Muitos ricos depositavam muito. Chegou então uma pobre viúva e deu duas moedinhas. Jesus chamou os discípulos e disse: «Em verdade vos digo: esta viúva pobre deu mais do que todos os outros que depositaram no cofre. Pois todos eles deram do que tinham de sobra, ao passo que ela, da sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha para viver».



quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Uma nova estrada

A morte não é o final. Eu somente passei para a sala seguinte. Nada aconteceu. Tudo permanece exactamente como sempre foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos, permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira como sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como sempre o fizemos juntos. Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim.

Deixe que meu nome seja uma palavra comum em casa, como sempre foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem sombra. A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. A ligação não foi interrompida.

O que é a morte?

Por que ficarei fora dos seus pensamentos apenas porque estou fora do alcance da sua visão? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho. Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo bem próximo, na outra esquina. Você que aí ficou, siga em frente. A vida continua bela, como sempre foi.

Tudo está bem.


A morte é somente a cessação da vida orgânica. É apenas o fim do corpo físico e de mais uma etapa da programação Divina. A essência humana sobrevive para além da vida física, pois o Espírito não tem fim. Somos imortais. A morte vem apenas nos dizer que chegou o momento da alma retornar à vida plena e verdadeira. Mostra-nos que o Espírito se despediu do corpo, que o abrigou durante a jornada terrestre, para se elevar a outras dimensões e continuar sua trajetória evolutiva. A afeição real, de alma a alma, é durável, e também sobrevive à destruição do corpo. Apenas as afeições de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem.

O amor que nutrimos uns pelos outros continuará existindo na Espiritualidade. Ao desencarnarmos, seremos recebidos, do outro lado da vida, por aqueles a quem estamos ligados por laços de afeto e que desencarnaram antes de nós. Será o momento de rever seres amados que nos aguardam. O reencontro na Espiritualidade ou em vidas futuras, através de uma nova encarnação, haverá de acontecer. E, todas as vezes que a saudade daquele que partiu parecer maior do que nossas forças possam suportar, busquemos o lenitivo da oração. Nossas preces alcançam os seres amados onde quer que estejam, levando até eles nossas melhores vibrações. E, para que possamos sentir as vibrações enviadas pelo pensamento dos amores que hoje vivem em outras dimensões, aquietemos nossas mentes e corações. Com certeza, experimentaremos algum conforto. A prece é mecanismo abençoado que nos aproxima de Deus e dos afetos que estão distantes.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Nosso próprio peso

Do lado de fora do Palácio da Justiça, na cidade de Lyon, na França, uma escultura chama a atenção. Denomina-se o Peso de si mesmo e representa um homem de pé, carregando outro homem, inanimado, nos braços, parecendo ter sido salvo de um afogamento.

O que causa estranheza é que, para quem quer que preste atenção, constatará que os rostos dos dois personagens são idênticos. Segundo alguns, o significado primeiro é que o homem veste seu duplo, tornando-se seu próprio salvador. Igualmente seu próprio fardo. 

No entanto, muitas considerações podemos extrair a partir da visualização da escultura magnífica. Podemos cogitar que cada um de nós precisa ter consciência de que deve enxergar seu próprio caminho. Ninguém poderá nos emprestar seus olhos e sua mente. Viver é de cada um, o que fazer das nossas horas, dos tantos anos que nos serão dados neste bendito lar, escola, hospital. Se resolvermos ficar imóveis, nada fazer, nem estudar, nem trabalhar, ficaremos estagnados porque ninguém poderá se ilustrar, aprender e produzir por nós. O trabalhador é digno do seu salário, asseverou Jesus, garantindo o justo mérito a cada um.

Em termos humanos, podemos até burlar a lei, apanhar o que não nos pertença. Jamais, porém, perante a Lei Divina que tudo sabe, tudo vê. O que quer que, eventualmente, usurpemos de outrem, precisaremos devolver, mais cedo ou mais tarde. Eis aí o grande papel das vidas sucessivas, que nos permitem devolver ao erário, ao particular, o que, em certo tempo, usufruímos, de forma indevida. 

E, como o amor cobre a multidão de pecados, conforme os registros do apóstolo Pedro, em sua Epístola, poderemos devolver salvando vidas através da educação, da instrução, da devolução real pelo nosso próprio esforço. Como somos herdeiros de nós mesmos, as falhas leves ou erros graves, que cometermos, serão de nossa competência exclusiva. Dessa forma, ninguém, a não ser nós mesmos deveremos pagar por eles. A Justiça Divina estabelece, sabiamente, que A cada um será dado conforme as suas obras. Podemos herdar fortuna dos nossos pais, podemos receber bens materiais presenteados por alguém que nos queira bem. Mas, os valores morais, o acervo intelectual ninguém no-los poderá emprestar ou ceder. Temos, portanto, a liberdade de agir, de ir e vir, de pensar, de tomar decisões próprias. A salvação deve se iniciar por nós mesmos, enxergando nossos erros, nos modificando, e nos transformando em seres melhores. Isso nos garante melhores condições sobre a Terra. Não necessariamente materiais, mas de caráter íntimo. Ou seja, nos sentirmos felizes connosco mesmos, pelo bem realizado, pela cota de bênçãos ofertada. Fomos criados por amor e a perfeição é a nossa meta final. Todos, sem exceção, deveremos chegar lá. Alguns vamos de mãos dadas, auxiliando-nos mutuamente e chegaremos antes. Outros, que preferirmos ir por caminhos escusos e sozinhos, demoraremos mais tempo.

Portanto, mãos à obra. Hoje é o tempo de fazermos o melhor para que o peso de nós mesmos seja de coisas positivas, grandiosas, benéficas para a nossa e as vidas alheias.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

O perdão

O perdão incondicional no mundo atual é muito raro. Além de não perdoar com facilidade as ofensas de parentes e amigos, encontramos impedimentos enormes para a sua prática, no que se refere aos inimigos. O orgulho é de tal ordem que basta um familiar cometer um deslize qualquer para ficarmos furiosos. Em vez de desculpar a fragilidade moral do infeliz e procurar lhe dar apoio para suavizar as punhaladas do remorso, ficamos a atirar pedras. Pedras do desprezo, da indiferença, sem medir as consequências de tal atitude.

Conta o escritor John Lageman um fato contemporâneo. Ocorreu com um ex-presidiário, que sofreu na alma a incompreensão e o abandono dos seus familiares, durante todo o tempo em que esteve recluso numa penitenciária. Os seus parentes o isolaram totalmente. Nenhum deles lhe escreveu sequer uma linha. Nunca foram visitá-lo na prisão durante a sua permanência lá. Tudo aconteceu a partir do momento em que o ex­-presidiário, depois de conseguir a liberdade condicional, por bom comportamento, tomou o trem de retorno ao lar.

Por uma coincidência que somente a Providência Divina explica, um amigo do diretor da penitenciária se sentou ao seu lado. Por ser uma pessoa sensível, identificou a inquietação e a ansiedade na fisionomia sofrida do companheiro de viagem e, com gentileza, lhe falou:

O amigo parece muito angustiado! Não gostaria de conversar um pouco? Talvez pudesse diminuir o desconforto.

O ex-presidiário deu um profundo suspiro e, constrangido, falou:

Realmente, estou muito tenso. Estou voltando ao lar. Escrevi para minha família e pedi que colocasse uma fita branca na macieira existente nas imediações da estação, caso tivesse me perdoado o ato vergonhoso. Se não me quisessem de volta, não deveriam fazer nada. Então eu permanecerei no trem e rumarei para lugar incerto. O novo amigo verificou como sofria aquele homem. Ele sofreu uma dupla penalidade: a da sociedade que o segregou e a da família que o abandonou. Condoeu-se e se ofereceu para vigiar pela janela o aparecimento da árvore. A macieira que selaria o destino daquele homem. Dez minutos depois, colocou a mão no braço do ex­-condenado e falou quase num sussurro:

Lá está ela!

E mais baixo ainda, disse:

Não existe uma fita branca na macieira!

Fez uma pausa, que parecia uma eternidade e falou novamente:

... A macieira está toda coberta de fitas brancas.

A terapia do perdão dissipou, naquele exato momento, toda a amargura que havia envenenado por tanto tempo uma vida humana. O pobre homem reabilitado deixou que as lágrimas escorressem pelas faces, como a lavar todas as marcas da angústia que até então o atormentara.


A simbologia das fitas brancas do perdão incondicional deve ficar gravada em nossa mente. Deve nos lembrar sempre as palavras de Jesus:

Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.

Quem de nós não necessita de perdão? Quem já não errou, se equivocou, faliu?

A própria reencarnação é, para cada um de nós, o perdão incondicional de Deus, a nos oferecer uma nova chance para o resgate dos débitos e retomada do caminho, do aprendizado sem fim.