"A situação de um Mestre é muito complicada. O seu trabalho é ajudar o discípulo a libertar o seu espírito, pois este é como um rei que se deixou destronar por súbditos revoltosos; agora, o rei está fechado num calabouço e o reino está entregue à anarquia.
Infelizmente, mesmo que se sinta sem recursos, despedaçado, o discípulo nem sempre compreende a ajuda que o Mestre quer dar-lhe, tem a impressão de que, com os seus conselhos, com a sua atitude, ele quer limitar a sua liberdade. Então, que deve fazer o Mestre?... Esperar pacientemente que o discípulo compreenda a natureza do seu trabalho. O que o Mestre quer limitar nele são as manifestações da sua natureza inferior, os instintos, as paixões, que acabaram por reduzir ao silêncio a sua natureza superior, o seu espírito. Se, em vez de compreender que o Mestre só quer o seu bem, o discípulo pensa que este faz tudo para lhe criar entraves, para o atormentar, isso significa, muito simplesmente, que ele ainda não sabe onde está o seu verdadeiro bem. Tal como as crianças, esse discípulo gosta de doces e de quem lhos oferece. Só que o Mestre propõe-lhe quinino..."
"O Céu observa quem vós servis. Se ele vê que servis o vosso próprio deus, o vosso egoísmo, a vossa natureza inferior, afasta-se de vós. Ele não distribui a sua riqueza a pessoas que só pensam em viver a sua vida de desonestidades e de prazeres. E se o Céu vos abandonar, quem vos ajudará, quem vos salvará? O vosso dinheiro? A vossa glória? A vossa celebridade?
Para o Céu, só existem duas categorias de seres: os que trabalham unicamente para si, para satisfazer os seus próprios desejos, e os que fazem esforços para ajudar os seus irmãos, para participar no trabalho de milhões e milhões de entidades que, no mundo invisível, se empenharam na realização do Reino de Deus na terra. Esses estão inscritos no grande Livro da Vida como benfeitores da humanidade e o Céu nunca os abandona."
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