Não é o mal que me fazem que realmente me faz mal, mas sim o mal que eu faço. Queixamo-nos muito do mal que nos fazem, daquilo que somos obrigados a suportar das pessoas, dos ataques, dos comportamentos violentos, das injustiças que sofremos aqui e ali. Curioso é que esse suposto mal em verdade não nos faz mal. O mal que fazemos é o que realmente nos faz mal. Vamos entender melhor. Consideremos o seguinte: No Universo, comandado por Deus, não há injustiçados. Suas leis perfeitas permitem que o sofrer só nos chegue quando necessário. E apenas para nos educar – nada mais. Assim, a violência que nos alcança, as avalanches que nos carregam à força, não estão em verdade nos fazendo mal. Elas são corrigendas da vida. São provas e expiações. Desafios e reparos à lei anteriormente desrespeitada. Embora nos tragam incômodo, prejuízos materiais e momentos de tensão, estão moldando nossa alma. Em muitos casos, estão nos libertando de um mal que causamos em algum momento. E o mal que deliberadamente causamos a alguém ou a nós mesmos?
Esse sim, nos faz mal... Somos nós infringindo as leis, somos nós trazendo para a vida aflições desnecessárias. Nesse caso, somos os infratores. Somos nós que estamos adquirindo compromissos. Somos nós que nos estamos colocando no caminho da necessidade de resgate posterior. Percebamos a diferença. No primeiro caso, estamos nos libertando do erro, quitando uma dívida, nos liberando dos compromissos com a lei. No segundo caso, estamos contraindo dívidas. Estamos nos colocando no começo de um processo doloroso, que poderia ter sido evitado. Os mecanismos das leis divinas, muitas vezes, nos colocam na situação daqueles que ofendemos, daqueles que desvirtuamos, fazendo-nos conhecer o outro lado, como uma grande lição. Para que não mais façamos ao outro aquilo que não gostaríamos que nos fizessem. Ninguém, em sã consciência, deseja sofrer, obviamente, mas essa visão nos ajuda a entender melhor porque o mal nos alcança com tanta veemência. Essa visão nos ajuda a compreender, a nos resignar e, principalmente, a não devolver o mal recebido. Devolver significaria iniciar um novo ciclo, que poderia estar acabando ali, naquele instante, se soubéssemos receber o mal com sabedoria. Pensemos nisso: se causarmos mal a alguém, causamos a nós mesmos. O que fizermos ao outro, estamos fazendo connosco. É uma sementeira. Dessa forma, que tal invertermos tudo isso e semearmos o bem?
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