A Terra sempre recebeu em seu seio almas generosas, Espíritos superiores, que ofertam valiosas contribuições para o crescimento geral. Alguns desses Espíritos vêm com o objetivo de alavancar o progresso e fazer evoluir a Humanidade. Suas vidas deixam marcas luminosas, que desafiam os tempos. Também nos oferecem lições de fé e amor ao Criador.
Ludwig Van Beethoven foi uma dessas criaturas. Nasceu em Bonn, na Alemanha, no ano de 1770 e morreu em Viena, na Áustria, em 1827. Seu viver foi uma vertente constante da música que sublima e enleva os sentimentos. Foi o autêntico médium da arte refinada de compor. Para ele, a música era uma revelação divina, uma revelação mais sublime que toda a ciência e toda a filosofia.
Seu viver foi um calvário pontilhado por muitos sofrimentos físicos, destacando-se a surdez que o isolou do mundo. Ele nos deixou nove sinfonias, doze sonatas, concertos, quartetos e uma única ópera, Fidelio. Tudo de imensa beleza.
Seu psiquismo refinado lhe permitia constante contato com os Espíritos superiores. Diante dos muitos padecimentos que o acometiam, afirmava, sereno e confiante: Deus nunca me abandonou.
Perguntado, certa vez, se desejava receber determinado título honorífico, apontou para o Alto e respondeu: Meu reino não é deste mundo. Meu império está no ar. E concluiu: Não conheço outro título de superioridade, senão o da bondade. Bondade da qual ele deu mostras, mais de uma vez. Em certa oportunidade, um amigo estava em grandes dificuldades. Beethoven o presenteou com uma das suas criações, para que fosse vendida e o dinheiro usado na solução do problema que o afligia.
Era nos bosques que ele mantinha contato mais íntimo com as nobres entidades ligadas à música e à harmonia. Ali ele fazia suas orações e refazia suas energias. Quando voltava desses encontros, com a fisionomia alterada, respondia a quem lhe perguntava: O meu anjo bom me visitou.
Em um desses momentos, transformou uma de suas orações, em uma peça musical de grande elevação e apurada sensibilidade: Hino à alegria. É, ao mesmo tempo, uma exaltação à fé em Deus. Seus versos podem ser traduzidos mais ou menos assim:
Escuta, irmão, a canção da alegria
O canto alegre do que espera um novo dia.
Vem, canta, sonha cantando
Vive sonhando um novo sol
Em que os homens voltarão a ser irmãos.
Se em teu caminho só existe a tristeza
O pranto amargo da solidão completa
Se é que não encontras alegria nesta Terra
Busca-a, irmão, mais além das estrelas.
Sempre enaltecia a Paternidade Divina, afirmando: Deus, acima de tudo. O lema que norteou seus passos, foi: Fazer o bem possível. Amar, sobretudo, a liberdade. E, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade.
Quando necessitava conforto espiritual, Beethoven se servia do livro Imitação de Cristo. A obra é de autoria do filósofo e místico alemão, Thomas Von Kempis, que viveu entre os séculos XIV e XV. E Beethoven o tinha mesmo como o seu livro de cabeceira, o que nos diz da sua religiosidade e da fé em Deus.