Umas poucas considerações acerca da oração.
Todas as pessoas de uma ou outra forma em algum momento da sua vida recorreram a esta forma de expressar esperança e crédito sob assuntos maiores que elas mesmas.
Muitos de nós aprendemos a orar na meninice. Em consequência aprendemos juntamente com as orações mais comuns usadas em lugares de culto, a entender a oração como uma forma de socializar a um nível transpessoal, tanto na forma da fé como na forma da sua demonstração pública.
Orar é expressão de um impulso interno e vontade de partilha, de testemunho.
Essa disponibilidade no ser humano gera em si mesma, uma profusão intensa de ocorrências, que no seu auge culminam na experiencia espiritual.
Da sua dinâmica purificadora, libertadora e autodisciplinada emerge uma linguagem transmissível a vários níveis entre os seres, e consequentemente galvanizadora de um entendimento a níveis superiores comparativamente aos níveis comuns de comunicação.
Para isso conta muito, a forma e o objecto da oração.
Assim as orações que visam prejudicar são a forma mais certa de aquele que ora descer aos níveis do que deseja para os demais.
A oração que visa a obtenção de prazeres mundanos para si mesmo, é uma forma encapotada de invocar energias ainda de regiões muito negativas. Deve ser evitada já que irá ocasionar danos a si mesmo em breve curso de tempo.
Já a oração fundamentalmente motivada na evolução espiritual do orador ou ainda mais e principalmente na evolução espiritual de outras pessoas que não o orador, são uma forma segura de estar assessorada esta forma de orar, por entidades superiores ao serviço de energias muito positivas e protetoras.
Por último aquela forma de orar que deverá ser considerada a primeira por seu verdadeiro poder transformador: A oração destinada a libertar alguém de algum tipo de sofrimento. A oração de homenagear alguém, que até pode já nem estar entre nós fisicamente e que decidimos recordar somente a sua faceta mais positiva, mesmo sabendo que todos apresentamos as duas faces.
Esta forma de orar, ultrapassa as próprias palavras de que a oração se possa revestir para que se expresse. Ultrapassa as palavras que lhe dão a voz. Esta forma de orar clama diretamente junto do Criador por sua intervenção por causa não própria, e as mais altas entidades da espiritualidade não conseguem ficar insensíveis a este chamado, a este tão despojado chamamento de intervenção Divina.
É sobretudo esta forma de orar que agora convido a praticar como uma iniciação de reencontros, que agora se iniciam entre aqueles que a irão praticar e aqueles que dela irão beneficiar.
Todos temos alguém, perto ou longínquo a quem desejamos muito bem, pode ser uma pessoa que passou por nós na rua, pode ser alguém que vimos passar numa viatura do INEM ou num hospital, pode ser um parente ou nem por isso, pode ser alguém mais importante ainda, alguém que nos faz a vida num inferno, que nos trata mal ou não reconhece os nossos esforços por ser e fazer melhor.
O propósito está lançado, na verdade mais um desafio.
Estarás tu disponível para àquela hora certa, te recolheres a sós ou com alguém que contigo esteja e doares um pouco do teu tempo para o benefício de alguém necessitado ou mesmo todos os seres?
Factos sobre a oração: Já pensaste que quando acontece algo na tua vida que te aflige, e tu recolheste e ficas apreensivo, durante dias a fio, preocupado andas mais reservado, até parece que andas em oração, não caindo em gargalhada por motivos fúteis. Possivelmente até chegas a orar a pedir algum tipo de desanuviamento na tua vida ou na de alguém que te é querido.
Já reparaste que passados uns tempos, obviamente não de imediato, tantas são as vezes que as coisas começam a melhorar, tudo parece fluir melhor, até tu te sentes mais motivado, mais naturalmente equilibrado. Quantas são as vezes em que assim isso acontece, logo mais à frente deixas as tuas práticas de oração. Deixas de te conter e passas a ser mais barulhento para o exterior, a fazer mais ruido, falar mais alto, ouvir menos, pensar menos e fazer mais… afinal já está tudo melhor, já podes descontrair, digamos assim...
Já reparaste, que passados uns tempos o ciclo inicia a se repetir? Na verdade ao deixares as tuas práticas de oração, de estudo e de entrega a bens superiores, voltastes a entregar-te as tarefas ordinárias da vida de forma igualmente descuidada e até vulgar. E repara que tudo isto pode acontecer como numa peça de teatro atrás de apenas uma máscara: a máscara da tua vida.
Estou convicto que as nossas vidas não andariam aos altos e baixos, se nós também não andássemos aos altos e baixos, que afinal é o que acaba acontecendo com as nossas práticas e esforços, que refletem os nossos interesses.
Interesses superiores, qualidade de vida superior
Interesses mundanos, qualidade de vida ordinária ou vulgar, cheia de vicissitudes de todos os tipos.
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