Às margens do momento inesquecível em que Yeshua proferiria pela primeira vez a oração do Pai nosso, Pedro manteve oportuna conversação com o Mestre acerca da comunhão com Deus. A primeira questão que incomodava o discípulo era se Deus realmente ouvia todas as orações.
Yeshua lhe respondeu:
Como não, Pedro? Desde que o homem começou a raciocinar, observou que, acima de seus poderes reduzidos, havia um poder ilimitado, que lhe criara o ambiente da vida. Todas as criaturas nascem com tendência para o mais alto e experimentam a necessidade de comungar com esse plano elevado, donde o Pai nos acompanha com o Seu amor, todo justiça e sabedoria, onde as preces dos homens O procuram sob nomes diversos.
Simão, você acredita que, em todos os séculos da vida humana, as almas recorreriam, incessantemente, a uma porta silenciosa e inflexível, se nenhum resultado obtivessem?... Não tenha dúvida: todas as nossas orações são ouvidas!
Em Sua resposta a Pedro, Yeshua provoca uma autoanálise. Faz-nos buscar uma tendência inata que todos temos, que vem conosco, independentemente da crença, da educação e da cultura na qual estamos mergulhados.
Obviamente, essa essência será influenciada por diversos fatores, ao longo da nossa existência. Poderá ser até abafada a ponto de alcançar a negação da existência do próprio Criador. Quando o nosso caldo de cultura e educação se soma a traumas do Espírito imortal, podemos romper com a ideia de Deus. Isso não faz com que Ele deixe de existir. Apenas bloqueia-nos, parcialmente, o acesso a parte importante de nós mesmos.
Yeshua nos estimula a buscar nossa própria essência, o que nos conecta naturalmente ao Pai, como sempre nos conectou. Sempre tivemos essa tendência de perceber que, acima de nós, havia forças superiores. A necessidade de comungar, de nos relacionarmos com Essa Força, com Essa Inteligência Superior, é decorrência natural.
Muitos o fazemos sem perceber, às vezes no contato com a natureza, sentindo o vento no rosto, emocionando-nos com o sol nos tocar, numa bela manhã. Outros o fazemos no contato com o amor dos filhos, na emoção de sermos pais e nos darmos conta da grandeza de sermos cocriadores. Outros o fazemos nas ações do bem.
Contudo, há um método infalível para essa conexão com o Criador. Aprendemos a chamar de oração. Uma conversa direta, um momento em que podemos segredar íntimas aspirações, anelos, esperanças, dúvidas e amargores. Sem necessidade de rituais exteriores, sem palavras específicas, sem local ou horário determinados.
Yeshua é nosso modelo. Deve ser imitado em tudo. Ele se utilizou desse recurso inúmeras vezes. E para nos guiar, deixou uma prece referência, ensinando-nos a orar, garantindo-nos que toda oração verdadeira, feita com o coração, seria ouvida.
Lembremos disso. Somos ouvidos pelo Pai. Habituemo-nos então, a buscá-lO, a segredar-Lhe nossas necessidades, nossas dores e nossas alegrias, todo dia, a cada dia.

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