O aposento secreto é, pois, um lugar de silêncio e de segredo. Os outros não devem perceber aquilo que dizeis, como o dizeis e a quem vos dirigis. É claro que algumas vezes não podereis impedi-los de se darem conta de que estais a orar. Mas, quanto menos eles se aperceberem, mais valor terá a vossa oração. Numa parábola, Jesus fala daquele fariseu que tinha subido ao templo de Jerusalém e que orava com grande ostentação… Pois bem, toda a sua atitude mostrava que ele não se encontrava no aposento secreto.
Podemos dizer que este aposento secreto é o coração, o silêncio do coração. Mas, evidentemente, o coração aqui não é o que corresponde ao plano astral, o lugar dos desejos inferiores, da avidez. O aposento secreto é o coração espiritual, quer dizer, a alma. Enquanto não se consegue chegar ao verdadeiro silêncio, não se penetrou nesse aposento. Há tantos "aposentos" no homem! E, de entre todos esses aposentos, muito poucas pessoas encontraram precisamente aquele em que o silêncio é valorizado. A maioria é desviada para os outros aposentos e é lá que ora; mas como aí não há aparelhos apropriados o Céu não recebe os seus pedidos.
Portanto, não é suficiente reservar um lugar da casa para a Divindade. Se, na verdade, quiserdes ser visitados, precisais de consagrar um lugar no vosso coração, na vossa alma, dizendo: "Este lugar é para o Senhor, ou para a Mãe Divina, ou para o Cristo, ou para o Arcanjo Miguel, porque - acreditai! - se houver um lugar para eles, eles virão.
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