No momento em que orais, esforçai-vos também por criar uma imagem: a de uma multidão de espíritos dispersos pelo mundo inteiro mas que, lá onde eles se encontram, estão a concentrar-se no Criador, a ligar-se a Ele. Pelo pensamento, ligai-vos a esses seres para orar com eles e assim a vossa voz já não ficará isolada no deserto da vida. Quando dirigirdes solicitações ao Céu juntamente com milhares de seres luminosos, a vossa oração será ouvida por causa da colectividade e vós beneficiareis igualmente dela. É por agirdes sozinhos que o vosso pensamento não alcança o seu objectivo e retorna a vós. O segredo está em vos ligardes a todos os que oram, porque a cada momento há seres a orar em qualquer lugar do mundo.
Orar é, portanto, pedir. Contudo, há pedidos e pedidos. A maioria das pessoas pensam que orar a Deus é pedir-Lhe tudo o que lhes falta: precisam de abrigo, de roupa, de algum dinheiro… desejam escapar a um perigo, a uma doença…, desejam um marido, uma mulher, filhos, e pedem tudo isto a Deus. Quem é que, antes de orar, pensa em não pedir nada, em orar somente para se sentir mais próximo do Senhor? Quem ora verdadeiramente não pede nada. E, aliás, nessa altura, mesmo sem nada pedir, obtém tudo. Deus é força, sabedoria, amor, pureza, beleza, e aqueles que se ligam a Ele adquirem pouco a pouco cada uma das Suas virtudes, das Suas riquezas. Então, como podem eles duvidar de que um dia obterão tudo o que desejam?
É na oração que deveis encontrar a vossa felicidade, no próprio acto de orar, conscientes de que no dia em que todos os vossos desejos forem atendidos já não tereis a felicidade de pedir! Quando os desejos se tornam realidade, já não temos com que nos alegrar, temos saudades desses belos dias e que esperávamos a imaginávamos algo de maravilhoso. Por isso, deveis encontrar toda a vossa felicidade nessa ligação que, através da oração, criastes com o Céu, porque depois, quando tiverdes obtido o que desejais, só Deus sabe se ireis ter dias felizes! Aquele que compreendeu o verdadeiro significado da oração será sempre feliz, mesmo que nada tenha, porque ninguém poderá impedi-lo de criar no mundo subtil do pensamento coisas extraordinárias que, permanecendo inacessíveis, estarão sempre presentes nele.
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