"Quando amais alguém, será que vos preocupais em saber como o amais? Não. Dizeis: «Eu amo-o, eu amo-o...» Decerto que o amais, disso ninguém duvida; mas questionai-vos acerca da natureza desse amor.
Os humanos chamam amor a cada cobiça, desejo, necessidade ou apetite. Desde que o sentimento se manifeste, há que ceder-lhe. E até é proibido raciocinar: o intelecto cala-se. Perante o coração, que está ocupado a amar, o intelecto não tem voto na matéria. O coração diz-lhe: «Cala-te! Eu estou a falar. O amor está a falar. Que tens tu a dizer?»
Na realidade, se o coração e o intelecto trabalhassem em colaboração um com o outro, o amor manifestar-se-ia com formas e cores mais belas. Quanto menos evoluído é um ser, mais cede perante a insistência do seu amor, sem analisar se é um amor desinteressado, puro ou útil. Desde que ame, não tem nada que refletir; por isso há tantos romances, peças de teatro e filmes para contar as aventuras, muitas vezes desastrosas, daqueles que amam!"
Consideremos o medo. O medo é um reflexo que a Natureza inspira a todos os animais, para assegurarem a sua preservação. Felizmente, os animais têm medo, porque assim escapam ao perigo. Passa-se o mesmo com o homem...
Mas, para atingir um grau superior de evolução, o homem deve desembaraçar-se deste instinto de medo, que tem várias expressões: o medo dos outros, o medo da miséria, o medo da doença, o medo da morte...
Sim, numa etapa anterior da evolução, o medo era necessário ao homem, para ele se proteger; agora, é prejudicial ao seu progresso espiritual, e o homem só pode vencer o medo por intermédio do amor."
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