
“Há um lugar dentro de ti onde todas as coisas são perfeitas, pois repousam na criação de Deus. Neste lugar és amparado pela luz e pelo amor e diante disso o que poderia machucar o teu coração ou fazer-te pequeno perante a alegria de Deus? Um lugar onde a respiração é pausada porque é feita de tranquilidade. Vai e toma teu lugar ...”
RODA DA VIDA
domingo, 29 de dezembro de 2024
sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Sede a vossa própria tocha! - Buda
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
orar quando?
sábado, 21 de dezembro de 2024
Até quando seremos assim?
Até quando cairemos
Sem aprender as lições da queda?
Até quando faremos escolhas egoístas...
Quando tudo aponta para uma existência de colaboração?
Até quando nos perderemos por tão pouco
Confundindo o que é meio com o que é fim?
Até quando afundaremos na lama
Segurando o fôlego, em agonia,
Desejando estar noutro lugar?
Os erros se repetem. A História se repete, em muitos aspectos. Mudam as gerações e vemos os mesmos vícios ainda tão presentes. As questões sociais, as disputas políticas, os problemas familiares. Tudo isso reflete ainda o ser em transformação lenta. Olhando assim, é bastante desanimador. No entanto, não nos enganemos e não nos permitamos contagiar pelos pessimistas de plantão. Nem por aqueles que insistem em apenas enxergar a doença e não, também, o trabalho silencioso e necessário que ela realiza na intimidade da alma humana.
As mudanças são lentas, graduais. Mas, elas têm acontecido. Basta ter olhos de ver. Há uma geração antiga, que persiste nos mesmos caminhos desastrosos. Há, também, já encarnando na Terra, há algum tempo, uma geração nova, fazendo tudo isso mudar. E, quando falamos de geração antiga e geração nova não nos referimos aos que somos mais velhos ou mais novos de idade. Referimo-nos a uma geração de hábitos e pensamentos viciados em ideias ultrapassadas, que cultivam o individualismo, o preconceito e a violência.
A geração nova, falando em termos espirituais, é aquela que está aberta ao diálogo, que sabe ouvir, que desenvolve a compaixão, que não consegue ver o próximo em sofrimento ao seu lado, sem fazer algo em seu benefício. Vivemos tempos em que as duas gerações se misturam no planeta.
A antiga, recebendo a última chance de mudar. A nova, tendo como missão liderar, influenciar e carregar multidões, pelo seu exemplo. Independente de geração, somos irmãos em evolução no planeta, aprendendo uns com os outros, diariamente. Dessa forma, a resposta para o Até quando? é individual, é de cada um.
Só você pode dizer até quando irá aceitar certas coisas como normais ou toleráveis. Só você poderá dar aquele próximo passo e dizer Chega! Não sou mais assim. Ou, Não quero mais essa vida para mim. Só você consegue estancar, pelo perdão, o ódio de séculos. Ou a raiva, de alguns dias, dizendo: Vamos deixar isso de lado e seguir adiante. Só você, com todo seu empenho e persistência, poderá dizer: Venci mais essa!
Até quando? – é uma pergunta a se fazer todos os dias. É um questionamento necessário para quem deseja crescer, ir adiante, conquistar e conquistar-se.
Até quando? - vai além de uma indignação de sofá, de quem observa o mundo em chamas, mas não é capaz de apanhar sequer um balde d’água.
É a questão da mudança, do despertar, do agora.
sábado, 14 de dezembro de 2024
O SIMBOLISMO DA ÁRVORE DE NATAL
Lubélia Travassos
(Ponta Delgada, 4 de Dezembro de
2024)
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
Razão de viver
Existir significa ter vida, fazer parte do Universo, contribuir para a harmonia do Cosmo. Assim, a vida que pulsa na intimidade de cada um de nós é convite de Deus para nos integrarmos a Ele, ao Universo, visto sermos Seus filhos, criados pela Sua essência amorosa.
Para cada um de nós, a busca do sentido de viver, por entender que a vida deve ter um significado especial, é a força que nos impulsiona ao próprio progresso. Os que elegemos um objetivo para viver, sejam nossos ideais, nossas necessidades ou mesmo nossas ambições, descobrimos um sentido para a própria vida. Mesmo sob pesadas tormentas, o objetivo a alcançar nos constituirá sempre a mola propulsora. Afinal, quando se tem o porquê viver, se torna de caráter secundário a forma como vivemos, desde que alcancemos o objetivo desejado.
Viktor Frankl, psiquiatra judeu, afirmou que somente venceu os suplícios dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial porque conseguiu encontrar um nobre objetivo para quando saísse de lá. Ele tinha três razões para viver: sua fé, sua vocação e a esperança de reencontrar a esposa. Ali onde tantos perderam tudo, Frankl reconquistou não somente a vida, mas algo maior. Enquanto muitos resvalavam na fuga pelo suicídio, nos dias de confinamento, ele superou as dores físicas e morais, ao se apoiar nos objetivos que se propôs alcançar.
Thomas Alva Edison, após mais de dois mil experimentos, mantinha o mesmo ânimo na busca de soluções para a criação da lâmpada elétrica, impulsionado que estava pelo objetivo da descoberta.
Muitos aposentados e idosos, depressivos diversos, que se neurotizaram, recuperam-se através do serviço ao próximo, da autodoação à comunidade, do labor em grupo, sem interesse pecuniário, reinventando razões e motivos para serem úteis, assim rompendo o refúgio sombrio da perda do sentido existencial.
Sem meta não se vive. Mas ela se constitui sempre de um sentido pessoal, que ninguém pode oferecer e que é particular a cada um. De outra forma, pessoas atuantes, vibrantes, quando perdem o objetivo pelo qual pautavam sua vida, resvalam nos sombrios caminhos da depressão. Assim, cabe a cada um de nós não se esquecer do significado maior da vida. Se os acontecimentos externos modificam-se, se a vida se altera, é natural que nossos objetivos também se ajustem a esse novo curso. Porém, não nos esqueçamos de que será sempre objetivo de cada um de nós a busca da construção íntima através do desenvolvimento intelectual e das conquistas morais. Será a conjugação desses dois valores que proporcionarão bem-estar interior e plenitude. Quem percebe a vida como uma oportunidade constante e inesgotável de progresso, jamais deixará de possuir objetivos, pois terá como meta maior a construção da plenitude existencial na intimidade da alma. Pensemos a respeito e, se necessário, reformulemos nossos objetivos de vida, para nos sentirmos estimulados à continuidade da luta, sem esmorecer.
domingo, 1 de dezembro de 2024
Nossa Senhora dos Prazeres
Nossa Senhora dos Prazeres é um antigo título de Nossa Senhora. Em português moderno o título seria melhor compreendido como “Nossa Senhora das Alegrias”, pois esta denominação refere-se às alegrias da Virgem Maria.
Origens: A devoção à Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora dos Prazeres, originou-se em Portugal. Aconteceu por volta do ano 1590. A história conta que a imagem da Virgem apareceu em cima de uma fonte de água na cidade de Alcântara, mais precisamente numa quinta chamada quinta dos condes da Ilha. Após o aparecimento da imagem, curas milagrosas aconteceram na vida de pessoas que iam beber água na fonte. Como era de se esperar, a notícia desses fatos espalhou-se rapidamente e o povo começou a ir em peregrinação até à fonte.
Abate os poderosos de seus tronos: Por causa do movimento do povo, os donos das terras onde fica a fonte decidiram levar a imagem da Virgem para dentro de sua casa. A imagem, porém, desapareceu da casa e foi encontrada novamente sobre uma outra fonte. A segunda aparição da imagem se deu a uma menina que tinha ido a esta segunda fonte beber água. Ela viu a imagem e aproximou-se. Então, a própria Virgem Maria se manifestou e pediu que a menina levasse um recado para o povo dizendo: “Nossa Senhora pede que seja construída uma igreja no local da fonte e que lá ela seja invocada como Nossa Senhora dos Prazeres.” A convicção da menina ao relatar o fato foi tamanha, que o povo acreditou e construiu a igreja. Pouco tempo depois o local se transformou num destino de peregrinações onde muitas curas foram alcançadas.
Os sete prazeres ou alegrias de Nossa Senhora: Nossa Senhora dos Prazeres é também conhecida como Nossa Senhora das Sete Alegrias. Os franciscanos foram os responsáveis por espalhar esta devoção mariana. Isto se deve ao fato de que as sete alegrias de Nossa Senhora foram descritas por um franciscano. Vamos conhecê-las:
Primeira alegria: a Anunciação
Foi quando o Anjo Gabriel anunciou à Virgem que ela conceberia e daria à luz o Filho de Deus. (Lc 1, 31)
Segunda alegria: a saudação de Isabel
Quando Maria visita Isabel e esta a saúda dizendo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1, 42)
Terceira alegria: o Nascimento de Jesus
Jesus nasce numa manjedoura e é visitado pelos pastores. (Lc 2, 1-20)
Quarta alegria: a visitação dos Reis Magos
A ciência e o poder terreno se curvam diante do Rei dos Reis. (Mt 2, 1-12)
Quinta alegria: o encontro com Jesus no Templo aos 12 anos
Após uma busca angustiante, Maria e José encontram com Jesus no Templo conversando com os doutores da Lei. (Lc 2, 41-52)
Sexta alegria: a aparição de Jesus Ressuscitado
Todos os Evangelhos relatam as aparições de Jesus logo após sua morte e ressurreição.
Sétima alegria: a coroação de Maria no céu
É o quinto Mistério Glorioso, quando, após ser assunta ao céu, Maria é coroada como Rainha do Céu e da Terra.
terça-feira, 29 de outubro de 2024
O melhor pai
O carteiro chegou e entregou o telegrama. Carlos Alberto leu e uma ruga lhe sulcou a testa. Eram palavras breves: Seu pai morreu. Enterro: 18 horas. Mãe.
Ele continuou parado, olhando o vazio. Nenhuma lágrima. Por que não sentia a morte do velho? Avisou a esposa e apanhou o autocarro. No íntimo não desejava ir ao funeral. Ia para que sua mãe não ficasse ainda mais triste. Ela sabia que pai e filho não se davam bem. Desde o dia que Carlos Alberto havia feito as malas, depois de mais uma discussão com o seu pai, e saído de casa, nunca mais voltara. Telefonava para a sua mãe no Natal, Ano Novo, aniversário. Não pensava no pai.
No velório, poucas pessoas. Sua mãe estava pálida, chorosa. Carlos Alberto não chorou. Parecia-lhe estar no velório de um estranho. Depois do funeral, ele prometeu retornar trazendo a esposa e os netos, para conhecer a mãe. Agora que seu pai não estava mais lá para criticá-lo e para lhe dar conselhos ácidos, ele podia vir visitá-la. Quando se despediu, a mãe lhe colocou algo pequeno e retangular na mão. Algo que havia encontrado entre os guardados do marido, recentemente.
No autocarro, Carlos Alberto abriu curioso aquela caderneta de capa vermelha. Reconheceu a caligrafia firme de seu pai: Nasceu hoje o Carlos Alberto. Quase quatro quilos. Meu primeiro filho. Um garotão. Cada folha que Carlos Alberto lia o remetia ao passado, numa mistura de dor e perplexidade. Hoje meu filho foi para a escola. Fiquei emocionado quando o vi de uniforme. Desejei-lhe um futuro cheio de sabedoria. Que ele possa ser alguém na vida, melhor do que eu que não pude estudar. Noutra página, estava escrito: Carlos Alberto pediu hoje uma bicicleta. Meu salário não dá. Vou fazer horas extras para conseguir comprar uma. Ele merece, pois é estudioso e esforçado. Carlos Alberto mordeu os lábios. Lembrou das discussões que teve com o pai para ganhar a bicicleta. Se todos os amigos tinham, por que ele não podia ter?
Agora ele descobrira porque seu pai tinha sempre os olhos vermelhos. Era de atravessar as madrugadas em horas extras para comprar o que o filho queria. Hoje fui obrigado a levantar a mão contra o meu filho. Foi preciso chamá-lo à razão. Carlos Alberto anda com más companhias.
Carlos Alberto lembrou da cena. Naquela noite, se seu pai não o tivesse impedido, ele teria ido ao baile com os amigos. Amigos cujos caixões ele acompanhara ao cemitério, vítimas de um terrível acidente de carro, no dia seguinte.
As páginas se sucediam. Anotações e mais anotações. Em silêncio, seu pai o havia amado. Escrevia na madrugada de solidão. Ninguém havia ensinado aquele pai a chorar, a dividir as suas dores. O mundo esperava que ele fosse durão. Nem fraco. Nem covarde. Mas agora Carlos Alberto estava tendo a prova de que, debaixo daquela fachada de fortaleza, havia um coração terno e cheio de amor. Quando fechou a caderneta, depois das últimas anotações, Carlos Alberto sentia o peito doer. Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranquilos! Onde ouvira aquilo?
Nos dias da sua adolescência e da sua juventude jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas. Os pais eram descartáveis. Sem valor. Agora, tudo lhe passava pela mente, de forma bem diversa. Gostaria de poder recomeçar. Mas o pai se fora. Uma lágrima brotou como o orvalho. De repente, Carlos Alberto estava dizendo para o pai que partira: Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você, meu velho! Obrigado por tanto amor. Perdoe-me por haver sido tão cego e tão tolo.
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Santas Chagas pela Libertação dos Vícios nas Drogas
Senhor Pai Misericordioso, pelas Santas Chagas de Teu Filho Jesus, concedei a vida a todos aqueles que se encontram encarcerados num vício, escravos de alguma droga.
Senhor Pai cheio de misericórdia, pelas Santas Chagas dolorosas e gloriosas de Jesus, libertai da escravidão do vício nas drogas, bebida, cigarro, compulsões e mentiras.
Quebrai todas as cadeias e grilhões dessas pessoas que cito agora e protegei-as: (Diga os nomes)
Senhor Pai Misericordioso, Deus da Vida, pelas Santas Chagas de Jesus, libertai as carências, os traumas, os desgostos e toda a escravidão espiritual, afetiva, emocional e moral. Preenchei o vazio na vida destas pessoas a ponto de conseguirem a libertação deste mal.
Senhor, pelas cinco Chagas de Teu Filho Jesus, tirai todos esses malefícios e dai a serenidade no viver e no querer.
Senhor Jesus, nas Tuas Santas Chagas, colocamos todos os dependentes químicos e as causas que levaram ao vício nas drogas.
Livrai-os de toda carência, de toda rejeição, de toda falta de amor, de toda amargura, de todo complexo e das más companhias.
Senhor Jesus, nas Tuas Santas Chagas, colocamos também todas as famílias que estão lutando contra o vício de um (ou mais) de seus membros. Dai ânimo, força e discernimento para que possam obter a total libertação das drogas.
Abençoai, Senhor, nossos amigos e a todos os que se aproximarem de nós para que as famílias possam viver a alegria de uma vida longe do vício.
Senhor Jesus, pelas Tuas Santas Chagas, libertai minha família do vício nas drogas!
Senhor Jesus, pelas Tuas Santas Chagas, libertai minha família do vício nas drogas!
Senhor Jesus, pelas Tuas Santas Chagas, libertai minha família do vício nas drogas!
Amém
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Evangelho (Mt 18,15-20)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganhado o teu irmão.
Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.
Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano.
Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles».
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
Hoje celebramos a Festa dos Anjos da Guarda, nossos zelosos protetores
A existência desses seres espirituais, não corporais, chamados anjos, tem a seu favor o claro testemunho das Sagradas Escrituras e a unanimidade da Tradição. “O anjo de Iahweh acampa ao redor dos que o temem, e os liberta”(Sl 34,8). Os anjos são mensageiros da salvação: “porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?”, lê-se na carta aos Hebreus (1,14).
A estas invisíveis testemunhas de nossos pensamentos mais recônditos e inconfessáveis, de nossas ações boas ou não tão boas, públicas ou escondidas, nossa época voltou a dar particular atenção. Seu precioso “serviço” é testemunhado na vida de muitos santos de nosso tempo. “Os anjos”, escreve Bossuet, “oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até nossos desejos, fazem valer diante de Deus também nossos pensamentos. Sejamos felizes por ter amigos assim pressurosos, intercessores fiéis, intérpretes caridosos”.
A festividade deste dia foi estendida à Igreja universal por Paulo V, em 1608, mas já um século antes era celebrada à parte da de São Miguel.
Retirado do livro “Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente”, Paulinas Editora.
Provavelmente, quase todos nós aprendemos em casa, ou nas aulas de catecismo, a clássica oração:
“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém”.
“Grande é a dignidade das almas – exclama São Jerônimo -, quando cada uma delas, desde a hora de seu nascimento, tem um anjo destinado para sua custódia!” É muito reconfortante saber que um ser superior à nossa natureza está continuamente a nosso lado; que ele, puro espírito, mantém-se na contemplação incessante de Deus e, ao mesmo tempo, vela por nós, quer-nos todo o bem, e seu objetivo é levar-nos para a felicidade perfeita e infindável do Céu.
Quando nos damos conta da presença desse incomparável guardião, estabelecemos com ele uma amizade firme e íntima, como descreve o grande escritor francês Paul Claudel: “Entre o anjo e nós existe algo permanente. Há uma mão que, ainda quando dormimos, não solta a nossa. Sobre a terra onde nos encontramos, compartilhamos o pulso e o latejar do coração desse irmão celeste que fala com o nosso Pai”.
Se tivéssemos maior confiança nesse celeste protetor, nesse bom amigo que nunca falha – ainda quando dele nos afastamos, por nossa má conduta -, seríamos capazes de recobrar a paz e o equilíbrio dos quais tanto precisamos!
Eles estão a nosso lado, incansáveis, solícitos, bondosos
Casos como esse, de relacionamento intenso com os anjos, não são nada raros. Santa Gemma Galgani (1878- 1903), por exemplo, teve a constante companhia de seu anjo protetor, com quem mantinha um trato familiar. Ele lhe prestava todo tipo de ajuda, até mesmo levando suas mensagens para seu confessor, em Roma.
Ainda mais próximos de nós, encontramos os episódios frequentes ocorridos com São Pio de Pietrelcina (1887-1968), grande incentivador da devoção aos Anjos da Guarda. Em diversas ocasiões ele recebeu recados dos Anjos da Guarda de pessoas que, à distância, necessitavam de algum auxílio dele.
O Beato João XXIII, outro grande devoto dos anjos, dizia: “Nosso desejo é que aumente a devoção ao Anjo Custódio”. Nossos anjos guardiães estão ao lado de cada um de nós, incansáveis, solícitos, bondosos, prontos para nos ajudar em tudo quanto precisarmos – inclusive em nossas necessidades materiais, mas especialmente para nos proporcionar os bens espirituais, auxiliando- nos a caminhar na via da virtude.
Diz São João da Cruz: “Os anjos, além de levar a Deus notícias de nós, trazem os auxílios divinos para nossas almas e as apascentam como bons pastores (…) amparando-nos e defendendo-nos dos lobos, os demônios”.
Confiando-nos inteiramente aos nossos Anjos da Guarda, não precisamos temer os demônios. Afinal, estes últimos nada conseguem contra o poder daqueles.
(Revista Arautos do Evangelho, Out/2006, n. 58, p. 34 e 35)
terça-feira, 24 de setembro de 2024
Um Mestre...
"Um Mestre é um ser que conseguiu dominar os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus atos. Podereis objetar que não é grande coisa, mas, na realidade, tudo reside nisso. Dominar os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus atos subentende uma disciplina, exige métodos especiais baseados num profundo saber. Esse saber diz respeito à estrutura do ser humano, às forças que nele circulam, às correspondências que existem entre todo o seu ser (isto é, o seu corpo físico e os seus corpos subtis) e os diferentes planos dos mundos visível e invisível. Ser senhor de si também pressupõe que se conhece as entidades do mundo invisível e a estrutura de todo o Universo.
Um Mestre é um ser que resolveu os problemas essenciais da vida, é livre, possui uma vontade forte e, acima de tudo, é pleno de amor, de bondade, de doçura e de luz."
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
E se...
Certamente tivemos, em algum momento, em nossas vidas, o desejo de que as pessoas se comportassem de maneira diferente para connosco. Possivelmente, já aconteceu de nos incomodarmos com a maneira de alguém agir, ou com os valores e princípios que defende. Constantemente, avaliamos os outros e nos deixamos afetar, pelas posturas que apresentam. É comum no trânsito, no supermercado, na reunião familiar ou no trabalho, nos desgostarmos com as pessoas.
Por um motivo ou outro são com esses que demonstramos a nossa impaciência, agimos de forma impulsiva ou até de maneira grosseira e pouco amigável. É verdade que nos relacionarmos em sociedade sempre é um grande desafio. Atitudes de colegas, familiares ou conhecidos nos colocam, muitas vezes, nos limites da nossa estrutura emocional. E nossos desejos se manifestam com frases como Queria que Fulano fosse assim, ou Gostaria que Beltrano mudasse sua maneira de agir.
E vamos fomentando ideias que nunca estão ao nosso alcance, porque o que desejamos é a mudança do outro. Dificilmente nos pomos a pensar que, eventualmente, o outro apreciaria que alterássemos as nossas atitudes, que o ferem, que o machucam. Que tal se, ao invés de avaliarmos alguém pela sua aparência, pela roupa, cabelo ou pelo vocabulário que usa, buscássemos conhecê-lo melhor?
Saber da sua história de vida, dificuldades e lutas que vem enfrentando. Afinal, ninguém está isento delas. E se, ao invés de julgarmos as pessoas, seu comportamento, suas opções e escolhas de vida, buscássemos compreendê-las um pouco mais?
Entender que cada um busca ser feliz à sua maneira, mesmo que tenha que percorrer longos caminhos para tanto. Isso porque todos estamos palmilhando uma estrada de aprendizado. E se oferecêssemos ao outro a antítese, isto é, o contrário daquilo que não gostamos nele ou que nos agride?
Poderíamos oferecer a nossa paciência ao exaltado, dando-lhe a oportunidade de receber compreensão, atenção e cuidado que, muitas vezes, a vida não lhe concedeu. Para o grosseiro, retribuir com educação, mostrando outras possibilidades de relacionamento, pautadas no respeito e consideração. Talvez a falta de trato social seja apenas ausência de oportunidade de aprender outras maneiras de se relacionar. Ao bruto ofertar a gentileza, dando-lhe ensejo de provar a doçura e leveza que podem nascer a partir de pequenos gestos. Por vezes, a brutalidade que se apresenta no dia a dia não lhe permite acreditar que é possível ter um tanto de suavidade na vida. Para aquele com posicionamentos opostos aos nossos podemos construir uma ponte de empatia. Tenhamos em mente que ninguém é obrigado a pensar como nós, e que cada um é fruto de seus esforços, de sua história e de suas opções. Enfim, são muitas as oportunidades que aqueles que cruzam nossos caminhos nos ofertam para sermos melhores. Busquemos neles, esses professores que a vida nos oferece, a chance de construir em nós virtudes que permanecem latentes. Nesse esforço, estaremos contribuindo para uma sociedade pautada em elevados valores de amor e generosidade.
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Ainda cabe Jesus?
Em trânsito pelos caminhos terrestres, a cada dia tua capacidade de observação se aprimora, oferecendo aos teus raciocínios largo material de observação. Parece, ao teu olhar, que a Humanidade desandou, apesar de tanta cultura.
A agressividade campeia desenfreada, como incontrolável animal em campina sem fim. Escasseia a paz, fazendo com que os homens se armem, uns contra os outros. O discurso parece distante da prática.
Diante de alguns dias de sol abundante, seguem-se horas intermináveis de nuvens escuras, despejando sobre os lares aguaceiro devastador. Imaginas que a segurança para teu lar pode ser uma grade forte, fios eletrificados e monitoramento dos passos alheios. Dessa maneira, deixas entender que todo mundo é suspeito, até prova em contrário. Tens a impressão de que a cultura avançou sobre as rodas de um veículo ligeiro, enquanto a ética anda muito longe, caminhando lentamente ao lado de uma montaria cansada. Tantos livros, bibliotecas e incontáveis analfabetos!
Campos fartos e fome nas metrópoles.
Lojas abarrotadas de artigos de vestuário e cada dia tens notado mais corpos desnudos.
A medicina proclama seus avanços admiráveis e milhares tombam sob o contágio de enfermidades cruéis.
Tantos templos religiosos e a descrença reinando solta nas consciências.
Discursos espiritualistas e condutas materialistas.
Cartas e leis admiráveis em torno dos direitos humanos e, por toda parte, a indiferença, o abuso e a invasão desses direitos, fazendo do outro simples estatística. Homens e mulheres andando na praça com seus animais de estimação, enquanto seus genitores estão em abrigos da terceira idade, mergulhados na dolorosa saudade dos afetos. Fala-se em luz, em claridade abundante, em ruas iluminadas pelos néons e led's de alta tecnologia. No entanto, muitos transeuntes estão em densas sombras íntimas.
O riso no palco e o choro convulsivo na coxia.
A gargalhada estridente no cinema ou no show da celebridade. Logo após, a agonia íntima, arrastando o ser para o paroxismo das emoções em desgoverno. Ou muito agito ou muita paralisia. Som muito alto. A conversa ao celular é quase aos gritos.
E te perguntas: Ainda cabe Jesus no coração da criatura humana?
Qual o resultado de dois mil anos de Cristianismo?
Buscas, então, refúgio numa pequena porção de natureza, um lugar à parte desse burburinho quase enlouquecedor e tentas obter alguns momentos de silêncio, refazendo teu inquieto mundo interior.
Ora.
Silencia.
Medita.
Recorda o Divino Amigo, em ouvindo novamente a severa advertência: No mundo, tereis aflições!
Ele também atravessou um tempo parecido com esse, em proporção numérica menor. Contudo, as agonias eram as mesmas, as buscas, as ilusões...
Adestra tua paciência.
Acalma teus raciocínios.
Testa tua resiliência.
Se chegaste até aqui, com Jesus podes ir um pouco mais adiante. Confia. Trabalha, ama e segue.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
Oração da manhã ao Espírito Santo
Adorável Espírito de Deus, Espírito vivificador e santificador, que desde o princípio da criação imprimistes nas criaturas o selo da perfeição que lhes convinha, passai sobre mim como então passáveis sobre as águas e derramai na minha alma as riquezas da graça e dos vossos dons, acrescentando força e constância, para que corresponda aos vossos divinos favores e jamais me canse de correr pelo caminho que leva ao céu.
sábado, 7 de setembro de 2024
Peregrinação – um abrandamento externo face a uma aceleração interna.
«Se as pessoas que pedem graças à Mãe do Céu, não bloquearem à primeira contrariedade, se não ajuizarem da divina ajuda, não amuarem em birras de criança mimada, certo estejam: a Mãe do Céu só necessita de um pouco de colaboração, um pouco de confiança e tudo, mas tudo se resolverá. E como um inesperado e maravilhoso presente, como uma espécie de recompensa, para além dos problemas onde solicitaste ajuda e encontraste resolução, ainda obterás algo inesperado.
As respostas do porquê do teu agir, as tuas motivações profundas, a integração matrimonial com a ciência amorosa dos céus, incompreensível para os homens, senão através de um processo de iniciação como o descrito ou algum outro semelhante.»