RODA DA VIDA

Oramos pela vida e saúde dos homens de Paz no Mundo, Homens e Mulheres com missões dificílimas, de dação de esperança e de forte influencia contra a corrupção que assola o mundo e o mantém cativo na desgraça da injustiça. Louvemos estes inspirados irmãos e irmãs, desde os mais influentes, como Francisco Pai da Igreja Católica, Dalai Lama Pai dos Budistas, e tantos outros em suas respectivas importâncias, que movem o mundo com a força de suas Almas devotas, num mundo melhor para todos, mais justo, onde os indefesos não estejam à mercê de nenhum tirano, onde o único exército ou militar à face da terra seja a serviço do Amor ao Próximo - Oremos diariamente pela Mãe Terra, nosso planeta que tanto precisa de nossa atenção e nossas preces pelas causas ecologistas, sejamos a diferença que queremos ver no respeito pelo ambiente - Assim seja - Oramos por la vida y la salud de los hombres de paz en el mundo, hombres y mujeres con misiones muy difíciles, que dan esperanza y una fuerte influencia contra la corrupción que afecta al mundo y lo mantiene cautivo en la desgracia de la injusticia. Elogiemos a estos inspirados hermanos y hermanas, de los más influyentes, como Francisco Pai de la Iglesia Católica, Dalai Lama Pai de los budistas, y tantos otros en su respectiva importancia, que mueven el mundo con la fuerza de sus Almas devotas, en un mundo mejor para todos, más justo, donde los indefensos no están a merced de ningún tirano, donde el único ejército o militar en la faz de la tierra está al servicio del Amor por nuestro prójimo. Oremos diariamente por la Madre Tierra, nuestro planeta que necesita tanto nuestra atención y nuestras oraciones por causas ecológicas, seamos la diferencia que queremos ver en el respeto por el medio ambiente : que así sea

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Pensamento do dia

"Imaginai uma família a discutir: o pai, a mãe, os filhos... Que espectáculo, que cacofonia! De repente, bate à porta um amigo que todos estimam e respeitam. É uma surpresa, ninguém o esperava. Todos se esforçam logo por estar à altura da situação. «Oh! Estamos muito contentes por te ver! Senta-te! Como tens passado? Queres tomar alguma coisa?»... E até se olham com simpatia, para que o amigo não se aperceba de que estavam em plena tragédia. Já vivestes esta experiência algumas vezes, não? Nesse caso, porque não tirais daí conclusões para a vossa vida interior?

Quando eclodirem em vós discussões, tumultos, revoluções, se vos puserdes a orar com muito ardor, podereis verificar que, de repente, tudo se apazigua e recuperais a calma e a alegria. Porquê? Porque, interiormente, veio até vós um amigo e, na sua presença, todos os outros habitantes do vosso foro íntimo, receando mostrar-se grosseiros, se calaram. E se orardes a este amigo com mais assiduidade e fervor, para que ele nunca mais vá embora, para que fique convosco para sempre, se instale no centro de vós e não mais vos deixe, então a paz e a luz reinarão eternamente em vós."

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A importância da oração

Conversa, pedido, agradecimento, manifestação de fé, ato de louvor ou adoração diante do que é transcendente ou divino. A oração é um ato humano de encontro ao sagrado. 

“Se eu quiser falar com Deus. Tenho que ficar a sós. Tenho que apagar a luz. Tenho que calar a voz. Tenho que encontrar a paz (...)”, a canção do mestre Gilberto Gil pode ser interpretada como uma ode à crença de cada um. Pessoas de fé. Crentes a uma divindade. Agnósticos. Ateus. Não importa. Professando uma oração ou simplesmente conversando com um Deus, a força de uma prece ou de uma reza faz parte do ser humano e tem o poder de acalentar, apaziguar, encorajar, autoconhecer-se, despertar a esperança e tornar a vida mais leve e o fardo do viver menos pesado.

Não é necessário seguir uma religião para orar. A religiosidade, o sentimento do sagrado, do saber da existência de algo maior também pode se apresentar em forma de oração, que está presente em todas as religiões e é um sopro essencial para o homem se manter sano. Seja na fé cristã, dos católicos, dos judeus, dos budistas, das religiões de matriz africana, como na umbanda, enfim, o Bem Viver hoje convida-nos a uma conexão com as palavras que nos fazem bem, tragam paz e nos coloquem no lugar do outro, respeitando-o em comunhão com todos e com as diferenças. 

O mundo está precisando de oração. Não importa o credo. E não há regras. Todo Deus prega paz, amor e respeito. Guiado por esse caminho, que cada um encontre o conforto nas palavras que irão traduzir seus anseios, apelos e buscas. Ao invocar uma oração, o homem crê em algo superior que comanda toda a complexidade do Universo e, assim, cria um diálogo permanente sentindo a presença da Providência, da suprema sabedoria de um Deus, da transcendência.

"A oração é um conforto muito grande, até para quem perdeu a esperança, porque, tomada pelo poder da oração, ela irá renascer, reencontrar o amor, que é o que importa nesta vida" Lúcia Maria dos Santos, aposentada, de 79 anos, que tem a umbanda como religião

“Curvo diante a força, dobro diante a luz. Ó força poderosa do mundo, envia uma centelha até esses pequenos que somos prostrados aos vossos pés! Afastai de nós as vibrações malignas, as palavras que ferem, os olhares que aniquilam, os pés que perseguem e os desejos que nos maltratam de longe. Ó todo-poderoso, abre para nós a senda do bem, a estrada do amor com a vossa força e a vossa luz. Que assim seja.” A oração do Divino Espírito Santo das Almas, trazida pela hierarquia espiritual da família da aposentada Lúcia Maria dos Santos, de 79 anos, é a força que a guia dentro da sua fé na umbanda, religião brasileira que sintetiza vários elementos das crenças africanas, do sincretismo católico, do cristianismo, da cultura afro-brasileira, somada aos costumes indígenas, além de influências orientais, esotéricas, místicas e kardecistas.

Para Lúcia, a oração na umbanda é igual a todas as outras. Ainda que use outras palavras, ela clama profundamente, sempre invocando Deus: “É o que fazemos. Pedimos por este mundo, que amoleça o coração das pessoas revoltadas, que nos abençoe, nos una mais e dê paz aos corações. Acredito que temos de orar diariamente, não só na hora em que precisamos. E não podemos, jamais, esquecer de agradecer”.

O AMOR

Lúcia enfatiza que a oração entrega paz ao coração: “Imediatamente nos sentimos melhor, nos traz alento e tenho certeza de que é uma forma de cura. Tenho fé em Nossa Senhora Aparecida, faço minhas orações e as recebo. Sinto vontade, tenho necessidade de orar. E como me faz bem. Acredito que Deus dá a oportunidade da graça para as pessoas de fé. A oração é um conforto muito grande, até para quem perdeu a esperança, porque, tomada pelo poder da oração, ela irá renascer, reencontrar o amor, que é o que importa nesta vida”.

Não interessa o caminho, no fim de tudo, o amor é o refúgio da humanidade. Para Bruno Gimenes, conhecido como um dos responsáveis pela expansão da espiritualidade no Brasil, diretor de Conteúdo e cofundador da instituição Luz da Serra, ainda que muitos enxerguem a oração sempre dentro de uma doutrina, ela também existe fora. Para ele, não importa o caminho religioso que a pessoa tenha escolhido, a oração é um meio universal de se conectar com o planeta, com um Deus ou, até mesmo, um momento de introspecção e autoconhecimento. “Palavras que proporcionam alívio para um sofrimento ou com o objetivo de ter paz interior são bem-vindas, independentemente de credo. Há religiões que seguem ritos, mas o que importa é a busca interior por respostas que, muitas vezes, vêm em momento de oração e meditação.”

Com mais de 12.000 visitas desde Março de 2016 até ao dia de hoje, todos e cada um de nós que vivificamos este lugar com a nossa presença e intenção de cura, de fé em prol de todos os seres no mundo, que dedicamos um voto no nosso coração, pelos mais aflitos, pelos mais necessitados, pela paz no mundo em tempos tão perturbados como os de hoje, numa Europa ameaçada pelo horror da guerra e das desigualdades, um planeta que sofre alterações climáticas cada vez mais radicais e de forma irreversível, das doenças epidêmicas globais, todos nós aqui sinalizados neste mapa, com pontos vermelhos espalhados pelo mundo, pontos de esperança e de fé, que manifestamos saber que é especialmente neste tempos que devemos voltar nossa atenção para o que de mais sagrado a humanidade ainda conserva em seu interior intacto; o laço com nossas raízes espirituais, de respeito e fraternidade, de solidariedade e de altruísmo pelas necessidades do nosso próximo. Neste artigo de Lilian Monteiro, no jornal Bem Viver, bem nos relembra que é no reencontro e respeito pelos nossos sentimentos e atitudes mais elevadas, que reencontramos a nossa própria salvação, assim como a sustentabilidade e a cura, proporcionada pelo Amor.

À comunidade de todos que por aqui passam, o meu muito Bem-Hajam, em nome de um mundo nosso, tão necessitado de pessoas de bem.🙏


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

O sonho de Karina

Desde pequena, Karina só tinha uma paixão: dançar e ser uma das principais bailarinas do Ballet Bolshoi. Seus pais haviam desistido de lhe exigir empenho em qualquer outra atividade. Tudo era deixado de lado pelo objetivo de se tornar bailarina do Bolshoi. Um dia, Karina teve sua grande chance. Conseguiu uma audiência com o diretor master do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes para a Companhia. Nesse dia, ela dançou como se fosse seu último dia na Terra. Colocou tudo o que sentia e que aprendera em cada movimento, como se uma vida inteira pudesse ser contada em um único passo. Ao final, aproximou-se do renomado diretor e lhe perguntou: Então, o senhor acha que posso me tornar uma grande bailarina?

Na longa viagem de volta à sua aldeia, Karina, em meio às lágrimas, imaginou que nunca mais aquele não deixaria de soar em sua mente. Meses se passaram até que pudesse novamente calçar uma sapatilha, ou fazer seu alongamento em frente ao espelho. Dez anos mais tarde, Karina, uma estimada professora de ballet, criou coragem de ir à performance anual do Bolshoi, em sua região. Sentou-se bem à frente e notou que o senhor Davidovitch ainda era o diretor master. Após o concerto, aproximou-se dele e contou-lhe o quanto ela queria ter sido bailarina do Bolshoi e quanto lhe doera, anos atrás, ter ouvido dele que ela não seria capaz disso. Mas, minha filha... – disse o diretor – eu digo isso a todas as aspirantes.

Com o coração ainda aos saltos, Karina não pôde conter a revolta e a surpresa dizendo: Como o senhor pôde cometer uma injustiça dessas? Eu poderia ter sido uma grande bailarina se não fosse o descaso com que o senhor me avaliou!

Havia solidariedade e compreensão na voz do diretor, mas ele não hesitou ao responder: Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente, se foi capaz de abandonar o seu sonho pela opinião de outra pessoa.


Quando estabelecemos metas específicas é muito maior a nossa chance de conquistarmos nossos sonhos. Dedicação e empenho também são requisitos indispensáveis nessa dura jornada. No entanto, mais importante do que tudo é acreditarmos, efetivamente, na própria capacidade de alcançarmos os objetivos propostos. Muitos serão aqueles que, pelas mais variadas razões, colocarão obstáculos em nossa caminhada. Alguns dirão que nosso sonho é um grande disparate. Ou, ainda, que se trata de muito esforço à toa. Outros falarão que não somos capazes de alcançá-lo e que deveríamos optar por objetivos mais fáceis. E assim, muitos desistem da luta, por medo, por preguiça. Ou porque acreditaram nas previsões negativas dos outros. No entanto, nossos sonhos continuarão lá, dentro de nossos corações e diante de nossos olhares.

Mesmo que deixemos de nos esforçar para ir ao encontro deles, eles permanecerão fazendo parte de nós, como uma tarefa não cumprida. Projetos nobres e ideais justos não devem ser abandonados nunca. Convictos de sua importância perante a vida, esforcemo-nos para alcançá-los, não importando quantas tentativas sejam necessárias para isso.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Pensamento do dia

"Imaginai uma esfera e que está um homem no seu interior e outro no exterior. Evidentemente, o que está no interior vê-a côncava e para o que está no exterior ela é convexa. Os dois discutem, brigam, e é impossível fazê-los chegar a acordo. 

Agora, interpretemos. Aquele que está dentro da esfera é o religioso, que observa a vida a partir do interior, subjetivamente, isto é, pelo coração, pelo sentimento. O que está no exterior é o cientista, que estuda tudo de fora, objetivamente, pelo intelecto. Assim prossegue uma luta secular entre a religião e a ciência. Quem tem a verdade? Ambas, mas cada uma em cinquenta por cento.

Por isso, chega um terceiro observador, que diz: «A esfera é, simultaneamente, côncava e convexa.» Os outros dois ficam zangados e chamam-lhe insensato. Todavia, ele é um sábio que contempla a verdade completa. Este sábio é a intuição, que tem a capacidade de reunir o pensamento e o sentimento, para ver as coisas simultaneamente do interior e do exterior. Sim, para se conhecer a verdadeira realidade das coisas, é preciso conseguir, ao mesmo tempo, ser subjetivo e objetivo, situar-se no interior e no exterior."

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A faixa preta

O dia, tão esperado, afinal chegara. O disciplinado aluno de artes marciais preparou-se para receber a faixa preta. Contudo, antes de recebê-la das mãos do seu mestre, lhe foi dito que precisaria passar por um derradeiro teste. Deveria responder a uma pergunta: Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?

O jovem respondeu, de imediato, com uma pontinha de orgulho. Afinal, ele se esforçara para chegar a esse ponto. Ela representa o fim de minha jornada. Será uma recompensa merecida por meu bom trabalho. Logo percebeu que a sua resposta não satisfizera ao seu professor. O silêncio constrangedor foi interrompido pela sentença: Você não está pronto para receber a faixa preta. Volte dentro de um ano.

Desapontado, o aluno se foi. Ansioso, um ano depois, tornou a se apresentar, com a certeza de que, agora, lhe seria entregue a tão desejada faixa preta. Como da vez anterior, lhe foi feita a pergunta: Qual é o verdadeiro significado da faixa preta? 

Ele se preparara para isso e respondeu, com convicção: É o símbolo da excelência e o nível mais alto que se pode atingir em nossa arte. O silêncio disse ao jovem que, novamente, a sua resposta não fora satisfatória. Você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano. – Foi o que ouviu.

Pela terceira vez, passado o tempo exigido, chegou ele diante do seu mestre. Para a indagação habitual, respondeu, respirando fundo: A faixa preta representa o começo. É o início de uma jornada sem fim de disciplina, trabalho e busca por um padrão cada vez mais alto.

Com um sorriso, o mestre lhe entregou a faixa. Agora, lhe foi dito, ele estava pronto para recebê-la e iniciar o seu trabalho.


Todos nos encontramos a caminho. A caminho do progresso, da elevação moral, do crescimento intelectual. Alguns percorremos um longo caminho. Outros, nos encontramos apenas nos primeiros quilômetros da grande jornada. De toda forma, olhando para trás, vemos o quanto realizamos, o quanto vencemos. Atravessamos vales extensos, rios de correnteza inclemente, desfiladeiros traiçoeiros, pântanos sombrios. Enquanto estávamos na tribulação, na dificuldade, talvez, mais de uma vez, tudo tenha parecido impossível de ser alcançado ou superado.

É possível que tenhamos pensado, em algum momento, que seríamos derrotados. E desejamos abandonar a luta.

Entretanto, nessa retrospectiva da vida, também lembramos de termos andado pelos campos floridos da amizade, pelas praias de areia branca do apoio de familiares. Lembramos dos que se transformaram em árvores frondosas oferecendo-nos sombra e abrigo. Tudo parece distante. Algumas paisagens nos enchem de saudade. Outras nos sinalizam a nossa força, a nossa determinação. Continuamos a caminho. A jornada somente finda no último passo. Olhamos para frente e cenários novos se apresentam. O que nos reservarão as curvas da estrada?

Dores esperam por nós. Apoio, conquistas, alegrias também. Vencemos tantos quilômetros. Haveremos de vencer todos os demais que nos estão estabelecidos a percorrer, nesta vida. Sigamos. Em frente.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Razão e sensibilidade

Oito da noite, numa grande e movimentada capital. O casal está atrasado para jantar na casa de alguns amigos. O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu antes de sair. Ele dirige o carro. Ela sugere que use o GPS ou o WAZE.

Ele diz que não precisa. Conhece a cidade, tem senso de direção. Tem certeza da rota a seguir. Ela ainda insiste mas, percebendo que poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita aqui, à esquerda ali, faz um retorno e se dá conta: está perdido.

Embora com certa dificuldade, admite que não conhece as ruas daquele bairro. E agora estão ainda mais atrasados. Ela sorri e diz que não há problema algum. Os amigos haverão de entender. Mas ele quer saber por que se ela tinha tanta certeza de que estava errado, não insistiu um pouco mais. E ela diz: Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão. Se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite.

Certamente, uma sábia decisão. Muitas vezes, perdemos oportunidades de viver momentos felizes porque queremos provar que estamos com a razão. Ou, pensamos estar. Não defendemos a omissão ou o não uso da razão, mas tão somente o uso da razão com sensibilidade. Quantas amizades destruímos por causa de uma obstinação em defender um ponto de vista?

Quanto tempo perdemos na elaboração de argumentos para convencer alguém de que temos razão?

Será que vale a pena essa maneira de ser?

É de nos perguntarmos se nos cabe perder a paz na tentativa de provar que estamos certos. Mais sábio seria se preferíssemos a harmonia, em vez de brigar por pequenas questões irrelevantes. É evidente que há momentos em que devemos defender nossa posição, e bom será se o fizermos, sem nos perturbarmos, no entanto. É importante considerar que para discordar não precisamos nos desentender. Podemos não concordar com alguém e, ainda assim, preservar a amizade e o respeito por ele. Dessa forma, antes de agir, pensemos:

Será que vale a pena perder a calma para defender esse ponto de vista?

Será este o momento certo para expor nossa opinião?

Será este o momento de impor nossas razões?

Prestemos mais atenção em nossas palavras e optemos por ser felizes, por ter paz, em vez de ter razão. Utilizemos os nossos esforços em prol da harmonia comum. A nossa paz íntima é um patrimônio que ninguém pode nos furtar, a menos que permitamos.

Jesus, o Mestre por excelência, tinha razão sempre, mas jamais tentou impô-la a quem quer que seja. Convidava: Vinde a mim, vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Um convite para quem quisesse. Quando quisesse. Também disse: Quem quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz, renuncie a si mesmo e siga-me. Simplesmente assim: quem quiser. E ninguém mais do que Ele sabia que o que propunha era o melhor para toda a Humanidade. Também sabia que cada um de nós tem seu próprio tempo, seu momento de adesão.

Aprendamos com Ele, nosso Modelo e Guia.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Facetas do amor

De todos os sentimentos, o amor tem sido, ao longo do tempo, aquele com o qual o homem mais tem se envolvido. Também aquele a respeito do qual tem mais se equivocado sobre seu real significado. Os gregos tinham diversas palavras para definir o amor. 

Eros, por exemplo, expressava o sentimento de atração sexual e desejo ardente.

Para designar a afeição, sobretudo entre os familiares, serviam-se do vocábulo storgé.

Para o amor condicional, aquele do tipo Eu faço o bem a você e você faz o bem a mim, eles se serviam da palavra philos.

Para designar o amor incondicional, aquele que nada pede em troca, utilizavam ágape. Mais do que exatamente um sentimento, tem a ver com comportamento, com ações. Foi aquele que lecionou Jesus. Profundo conhecedor da alma humana, tinha ciência plena de que não se podia ordenar a outrem que tivesse determinado sentimento. Assim, se torna perfeitamente coerente o amor a si mesmo e ao próximo.

Amar a si mesmo é respeitar o próprio corpo, zelando por ele, não dilapidando o patrimônio da saúde. É ter o cuidado de não lhe impor alimentos em excesso a fim de não o sobrecarregar, tanto quanto não ingerir o que lhe faça mal. É zelar pela própria condição espiritual, alimentando a mente com elementos positivos para o seu crescimento. Como consequência natural, zelar pela saúde do próximo, o que desce a detalhes pequenos como manter a limpeza da cidade, preservar o meio ambiente, não desperdiçar água. Manter o automóvel em condições adequadas, a fim de que não se torne veículo poluente do ar que todos necessitamos respirar. Dirigi-lo com cuidado, para não ser causador de acidentes que destroem vidas. Quanto ao amor aos inimigos, dos mais simples casos aos mais complexos, a recomendação é não retribuir em moeda maldosa.


O ágape é paciente, bom, não é arrogante, não deseja tudo para si. Tudo suporta, tudo aguenta. Esse amor não se vangloria, não se comporta de forma inconveniente, a ninguém condena por um erro cometido. Traduz-se, enfim, por paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade, confiança. Em se falando de amor aos inimigos, entendemos que Jesus lecionava que, para as pessoas ruins, as nossas ações devem ser no sentido de não lhes retribuir o mal que nos façam. Mais: de não nos sentirmos felizes, quando a desgraça os atinge, pensando que esse momento seja o de tripudiar sobre a infelicidade alheia.

Mesmo para quem nos puxa o tapete, quem nos rouba a namorada, o cargo, a nossa ação deve se dar no sentido de não agir da mesma forma. Viver é um grande desafio. Conviver com os demais, auxiliarmo-nos mutuamente, colaborar e crescer juntos requer exatamente esse amor prescrito por Jesus. 

Esse amor-ação, amor-comportamento. Se não agirmos assim, estaremos fadados à infelicidade, à dificuldade de progresso, a muitos fracassos e à destruição de nós mesmos. Aprendamos, pois, amar a nós mesmos, ao nosso próximo, a quem não nos quer bem, a quem nos faz mal.

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

hoje...

Hoje sinto falta da melodia monótona que segredavas ao rezar. A repetição pausada, quase adormecida, de palavras quase mortas de cansaço, quase desfeitas.

Sinto falta da sonolência que nos chegava com o fim do terço, e mais falta ainda da paz com que deixávamos as nossas cabeças repousar após a oração. Uma espécie de auto-perdão, ou de esquecimento justo dos pecados após a penitência


Sinto falta de mim ao lado da ladainha que dizias ao fim do dia.

Sinto falta de ser essa criança que aceitava, serena, o que não entendia.


Hoje, que penso entender tanta coisa, entendo mais que nunca que sinto falta de mim nas tuas orações sofridas, minha avó.


Sinto falta da fé sem questionamentos nem conhecimentos. Sinto medo. Sinto a escuridão de quem não sabe acender uma vela e rezar pelas alminhas de outro mundo.

Sinto medo de chorar, sinto medo de falhar, sinto medo de rezar e sinto medo até de ser feliz demais... Tudo porque nunca mais senti essa paz antes de dormir.

Sinto falta de ti, de nós, aqui nesta espécie de oração inacabada, teclada sem a nossa voz, sem a nossa fé, sem a luz da lamparina que iluminava o nosso quarto...

Apenas um desabafo de saudade angustiada.

Uma lágrima na noite, Um grito de nada.

Ana Homem de Albergaria