Em seus escritos sobre a apologia do Cristianismo, ele jamais se refere a Cristo morto. Apresenta Cristo vivo, sempre vivo, aquele Cristo que segue com os homens, todos os dias. Amar era para ele a melhor forma de crer, a razão do coração que a razão desconhece.
Deus é, antes de tudo, o Sumo Bem, o Alvo do Amor. Afirmava não poder crer senão num Deus que ele pudesse amar sinceramente. A mensagem para a Humanidade de sua época, para os melhores homens do século, foi uma mensagem de vasta, profunda e panorâmica espiritualidade cristã. Uma espiritualidade que brilha em todas as páginas do Evangelho, a Espiritualidade do Cristo. Ele se refere, em seus escritos, ao Espírito de finesse e ao Espírito de geometria.
O Espírito de geometria representa a razão exata, a razão matemática. O Espírito de finesse ou de gentileza é a lógica do coração. Num discurso recente, ouvimos alguém repetir o que lera algures e se encantara:
O Espírito de gentileza é o perdão e o Espírito de geometria é a dureza de coração.
O medicamento no hospital é o Espírito de geometria, e a visita de quem ora pelos doentes é o Espírito de gentileza.
Espírito de geometria é o professor que não considera uma possibilidade diferente na resposta do aluno. E o Espírito de gentileza é o professor que resgata um aluno perdido.
Espírito de gentileza é a compreensão. Espírito de geometria é o julgamento. Espírito de gentileza é a compaixão. Espírito de geometria é a indiferença.
Espírito de gentileza é a solidariedade. Espírito de geometria é o egocentrismo. A ciência seria a geometria e a espiritualidade a gentileza.
Pascal dizia que essa contradição era necessária para a nossa vida, e que ambas as razões, a exata, calculada e a razão do coração são imprescindíveis. O Espírito de geometria é um lado objetivo que também faz falta. É, portanto, necessário. Porém, a Humanidade dos dias atuais nunca precisou tanto do Espírito de gentileza. Aquela gentileza que não é imposta. É espontânea, brota da alma que se preocupa com o outro. Pode ser por um ser humano, pode ser por um animal, por uma planta, um jardim.
Espírito de gentileza é Espírito de trabalho, de serviço. Não se trata de um mero modo de civilidade. Representa estar sempre disposto a dar algo mais com a recompensa de se sentir muito bem. Porque se a gentileza beneficia a quem a recebe, muito mais a quem a executa.
Como diz um amigo meu: Se não acreditar, experimente!
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