Senhor!
Tu me deste a palavra por semente de luz. Ajuda-me para que eu não a envolva na sombra que trago comigo. Ensina-me a falar para que se faça o melhor.
Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a Tua bondade espera seja atirado no esquecimento.
Quando a irritação me procure, inspira-me o silêncio. Onde se alastre o incêndio da incompreensão ou do ódio, que eu possa ser quem pronuncie a frase calmante que consiga apagar o fogo da cólera.
Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste à edificação do bem, no momento exato. Faze-me vigilante para que o mal não me use, em favor da perturbação.
Não me deixes emudecer, diante da verdade. Conserva-me em Tua prudência, a fim de que eu saiba dosear a verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam, junto de mim.
Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre.
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Como se faz importante cuidarmos da palavra. Ela nos foi dada como semente de luz. Por isso, não a envolvamos em sombras. Não nos permitamos torná-la agente de incompreensão e violência na face do planeta.
A palavra tem um poder que, muitas vezes, desconhecemos. Uma palavra dita no momento certo, vinculada à proposta do bem, é capaz de curar séculos de dor.
Da mesma maneira, um dizer descuidado, no calor da raiva, pode iniciar processos longos de aflição.
A poetisa americana Emily Dickinson, certa vez, afirmou: Dizem alguns que a palavra morre no momento em que é proferida. Eu digo que ela começa a viver naquele momento.
Tinha razão. A palavra é viva. Carrega vibrações, carrega intenções e, por isso, tem poder transformador. Uma vez lançada, voa livre. É como se um pouco de nossa alma fosse junto em cada dizer, em cada frase. Como se uma porção de tudo aquilo que acreditamos e somos tomasse corpo, ganhasse o espaço. Ela pode aconchegar alguém ou lhe fazer muito mal.
Dessa forma, nos perguntemos o que andamos oferecendo, com nossas palavras, aos que nos rodeiam. Quais são as primeiras palavras que dizemos ao acordar? Quais são as últimas que saem da nossa boca antes de nos entregarmos a uma noite de sono? Quais são as principais características das palavras que mais usamos nas conversações familiares, nas rodas de amigos?
E quando ninguém está por perto? Quando ninguém está vendo, quais são as palavras que nos permitimos pronunciar?
Será que nossas palavras têm sido veículos de luz? Será que temos conseguido ser, em alguns momentos, instrumentos de paz, de conciliação, de bom senso?
Cuidemos da palavra. Observemos nossa palavra. Que nosso silêncio seja o silêncio do autocontrole, do respeito, da simplicidade, nunca o da omissão e da falta da verdade. A habilidade de nos manifestarmos pela palavra ou silenciarmos, faz parte de uma educação profunda, quase que uma arte, buscando a excelência da expressão. Cuidemos da palavra. Assim agindo, estaremos preservando a saúde de nossa alma e do planeta.
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