RODA DA VIDA

Oramos pela vida e saúde dos homens de Paz no Mundo, Homens e Mulheres com missões dificílimas, de dação de esperança e de forte influencia contra a corrupção que assola o mundo e o mantém cativo na desgraça da injustiça. Louvemos estes inspirados irmãos e irmãs, desde os mais influentes, como Francisco Pai da Igreja Católica, Dalai Lama Pai dos Budistas, e tantos outros em suas respectivas importâncias, que movem o mundo com a força de suas Almas devotas, num mundo melhor para todos, mais justo, onde os indefesos não estejam à mercê de nenhum tirano, onde o único exército ou militar à face da terra seja a serviço do Amor ao Próximo - Oremos diariamente pela Mãe Terra, nosso planeta que tanto precisa de nossa atenção e nossas preces pelas causas ecologistas, sejamos a diferença que queremos ver no respeito pelo ambiente - Assim seja - Oramos por la vida y la salud de los hombres de paz en el mundo, hombres y mujeres con misiones muy difíciles, que dan esperanza y una fuerte influencia contra la corrupción que afecta al mundo y lo mantiene cautivo en la desgracia de la injusticia. Elogiemos a estos inspirados hermanos y hermanas, de los más influyentes, como Francisco Pai de la Iglesia Católica, Dalai Lama Pai de los budistas, y tantos otros en su respectiva importancia, que mueven el mundo con la fuerza de sus Almas devotas, en un mundo mejor para todos, más justo, donde los indefensos no están a merced de ningún tirano, donde el único ejército o militar en la faz de la tierra está al servicio del Amor por nuestro prójimo. Oremos diariamente por la Madre Tierra, nuestro planeta que necesita tanto nuestra atención y nuestras oraciones por causas ecológicas, seamos la diferencia que queremos ver en el respeto por el medio ambiente : que así sea

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Que diríamos nós?

Conta-se que, naquele dezembro, o Senhor Deus examinou os documentos que se referiam a grandes personalidades da Terra. Deteve-se, de forma especial, sobre os que detalhavam as ações de um inquieto pesquisador. Dotado de poderes intelectuais, ainda na mocidade, ele lecionara na faculdade de medicina, na cadeira de fisiologia. Publicara estudos notáveis, que lhe haviam granjeado a admiração dos seus contemporâneos. Fora laureado com o Prêmio Nobel de medicina. No entanto, uma grande missão lhe fora confiada: a de afirmar a sobrevivência do Espírito após a morte.

Por isso, estivera com médiuns extraordinários, que, sob sua supervisão rigorosa, produziram fenômenos de variada ordem. Foi um investigador sincero, dedicado. Apesar de provar que nunca houvera fraude alguma, em tudo que lhe fora dado observar, jamais teve a coragem de afirmar a Imortalidade do Espírito.

Para ele, tratava-se de um sexto sentido, era inegável. Teve o mérito de escrever um livro, que contribuiu para chamar a atenção de outros sábios e pesquisadores: Tratado de Metapsíquica. Aos oitenta e cinco anos, ele estava, agora, sendo chamado para retornar ao grande lar. Era o momento de prestar contas dos tantos talentos recebidos. Anos lhe haviam sido ofertados para que pudesse aprofundar sua investigação e, como cientista, dizer da realidade imortalista. Em vão.

Agora, era o momento de deixar o corpo físico. Ele fechou os olhos da carne e os abriu para a dimensão espiritual. Amigos, que com ele haviam jornadeado, o aguardavam. Personalidades eminentes da França antiga, velhos colaboradores de suas pesquisas, foram abraçá-lo. Na sua bondade, Deus Pai lhe enviou formas luminosas que o arrebataram, desprendendo-o do corpo físico. O apóstolo da ciência caminhou, então, para a certeza divina da Imortalidade. Imortalidade que ele não admitira para o mundo mas que agora se lhe descortinava aos olhos. Ele se chamava Charles Richet.

Quando estas notícias nos chegam à mente, imaginamos se hoje fôssemos chamados à presença do Senhor da Vida, como seria a nossa prestação de contas. Será que estamos aproveitando todas as oportunidades que a Divindade nos oferece, nesta jornada terrena?

Podemos pensar o que estamos fazendo das chances de estudo, nos bancos escolares, universitários, do conhecimento que nos chega. Que estamos fazendo da possibilidade de ilustrar outras mentes, de realizar pesquisas nobres, de exercitar o bem. Que estamos fazendo das bênçãos da família, dos amigos, de tantos que nos estimam. Que estamos fazendo das horas de cada dia, da nossa biblioteca enorme, das oportunidades de progresso que a tecnologia nos oferta. Aprimoramos o próprio idioma para sermos melhor entendidos?

Que fazemos das letras que nos são ofertadas para ler, escrever, falar?

Que fazemos do talento musical, da nossa criatividade?

Importante nos servirmos de tudo que possuímos para aprimorar nosso intelecto. Também para apararmos nossas imperfeições morais. A hora é agora. Aproveitemos o dia que surge, anunciando bênçãos.

domingo, 23 de junho de 2024

Sejamos estrela

Diz o poema:

Se desejas luz na tua vida

Sê estrela na noite de alguém.

Pode parecer fantasista demais, romântico em excesso, mas há um sentido profundo e prático na proposta do poeta. Quando nos dispomos a iluminar a noite de alguém, quando nos propomos ao auxílio, à solidariedade desinteressada, naturalmente fazemos luz em nosso próprio caminho.

Curioso? Misterioso? Não, é parte intocável das leis universais. Leis que ainda estamos aprendendo a conhecer. O amor é lei universal e as nuances do funcionamento, da ação dessa lei, são deslumbrantes. Tudo foi criado por amor e para amar. Os desvios, oposições e turbulências que enxergamos nos dias, são apenas anomalias do caminho. Logo retornam ao estado fundamental, ao equilíbrio, justamente pela atuação das leis maiores. Dentro da proposta apresentada vejamos um exemplo simples:

Estamos num quarto escuro. A ausência de iluminação nos faz tatear. Falta-nos entendimento e compreensão do que está próximo de nós, muitas vezes. Uma lâmpada se acende. Por mais fraca que seja, uma nova realidade se apresenta. Percebemos muito mais do que antes. Alguns conseguimos até caminhar, pelo cômodo, sem esbarrar em nada e nos ferirmos. Aprendamos a ser gratos aos que são esses focos luminescentes em nossas vidas, pois fazem a diferença em nosso viver. Agora enxerguemos a cena por outro ponto de vista: da lâmpada.

Quando ela se acende, quase que instantaneamente clareia o ambiente. No entanto, olhos mais atentos perceberão um detalhe: a primeira superfície que se ilumina, em verdade, é a própria lâmpada. Olhos humanos não captam, a lâmpada não percebe, mas é o que ocorre na prática: ela se ilumina antes de iluminar o mundo exterior.

É um exemplo simples, uma tentativa acanhada de penetrar na grandiosidade do Criador e Sua legislação, porém, nos oferece uma forma de entender o que se passa toda vez que nos propomos a ser estrela, a ser lâmpada. Iluminamo-nos, em primeiro lugar, sempre que nos lançamos a clarear os caminhos de algum irmão, sempre que nosso coração compassivo adentra na escuridão de alguém fazendo breve luzeiro. Assim, sejamos lâmpada, sejamos estrela, sejamos qualquer luzinha possível e veremos a mudança que poucos raios brilhantes fazem em nossa própria casa íntima.

Na máxima Fora da caridade não há salvação podemos entender perfeitamente a proposta do sermos estrela. Ao praticar a caridade nos doamos, somos benevolentes, indulgentes e perdoamos. Jogamos luz sobre nosso próximo. No entanto, notemos bem que, ao agirmos no bem, ao cultivarmos a indulgência e o perdão estamos igualmente nos salvando. Salvar-se é uma figura de linguagem que representa a ideia de autoiluminação, de autoconquista. O amor age em todos os sentidos, por isso é lei universal. Ao amar, estamos cultivando amor-próprio e, ao cuidar dessas duas formas fundamentais de amor, estaremos irradiando amor ao Criador. Por isso:

Se desejas luz na tua vida

Sê estrela na noite de alguém.

sábado, 22 de junho de 2024

De joelhos é melhor

Você nunca estará, em posição tão alta como quando está ajoelhada.

Um dia tempestuoso, acompanhada de dois guias experientes, uma mulher escalou a montanha Weisshorn, nos Alpes Suíços. Quando se aproximavam do pico, a mulher, - vibrando de emoção pelo magnífico panorama diante de si - deu um salto para frente e quase foi levada por uma rajada de vento. Um dos guias a segurou, forçando-a a se abaixar, e disse:

- De joelhos, madame! A senhora só estará segura aqui se ficar de joelhos.

Temos o hábito de achar que "de joelhos" é a posição típica para orar, mas a conversa com Deus não se limita a posições. Ele nos ouve… sempre.

Certa vez, três senhoras cristãs estavam conversando a respeito das "melhores" posições para orar. Uma delas falou da importância de encostar a palma de uma das mãos na outra e aponta-las para cima.

A segunda defendeu que a melhor posição para orar era estender-se ao chão. A terceira achou que orar em pé era melhor que de joelhos. Enquanto conversavam, um reparador de linhas telefônicas que trabalhava nas proximidades, ouvia o que elas diziam. Finalmente, ele não se conteve e participou da conversa:

- Descobri que a oração mais poderosa que já fiz foi quando eu estava dependurado de cabeça para baixo num poste, suspenso a 12 metros do chão.

O importante não é a posição em que você ora, mas o fato de você estar orando!

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Voz de Deus

Quando os hebreus se encontravam ao sopé do monte Sinai, em sua peregrinação pelo deserto, narra o livro bíblico do Êxodo que ouviram trovões e relâmpagos e um som de trompeta muito forte. Moisés falava e Deus lhe respondia em voz alta, diz o texto. A narrativa nos remete a um fenômeno mediúnico denominado voz direta.

Tratava-se de uma manifestação ostensiva porque diz que todo o povo ouvia. Era, com certeza, o Espírito protetor da nação hebraica que ali se manifestava, em nome do Todo Poderoso. Mas, quem de nós não apreciaria ouvir a Voz de Deus?

Num um poema de luz, lemos que quem ouve a voz dos imortais não esquece nunca mais. Como seria ouvir a Voz do Supremo Poder do Universo?

Em verdade, todos os dias Ela nos fala aos sentidos. Os povos primitivos acreditavam que os deuses gritavam, enfurecidos, nas tempestades, nas tormentas e nos ventos uivantes. Tinham uma certa razão porque Deus nos segreda doces melodias aos ouvidos quando sussurra o vento, docemente, debulhando as folhas das árvores. Elas caem, arrastam-se pelo chão, continuando a traduzir a Voz de Deus. Quando o vento nos alcança os cabelos e os desarranja, é porque Deus deseja que nossos ouvidos estejam abertos à Sua Voz. Deus canta na voz das águas das cascatas que se lançam de alturas imensas e caem, estrondosas, no rio abaixo, que segue, caudaloso, murmurando e murmurando. Deus fala nas cataratas exuberantes, ouvidas desde longe, enquanto respinga água em nossos rostos ao nos aproximarmos. Está dizendo: Você me ouve? Você me percebe? Lavo seu rosto para que possa me sentir.


Basta que prestemos atenção e ouviremos a canção de amor entoada pela passarada, num concerto sempre renovado e sempre inédito, porque jamais repetido de igual forma. Deus fala na noite de gala, na sinfonia dos astros, que brilham, exatamente como uma grande orquestra em palco esplendoroso. Instrumentos sensíveis traduzem a Voz de um Pai que ama e envia Suas bênçãos nos raios da lua, que nos encanta, enquanto a noite avança. Deus fala no amanhecer, despejando o sol sobre a Terra. Ou o líquido precioso nos veios secos. 

A Voz de Deus. Quantos A teremos ouvido, na intimidade da alma, quando em prece. Quantos A ouvimos no riso da criança, que corre feliz, dizendo da alegria de ter nascido num mundo de tanta cor e beleza. Quantos teremos ouvido a Voz de Deus nos lamentos de dor de um mundo enlutado, atingido pela pandemia. Quantos entendemos que Deus nos pede que estendamos nosso socorro a quem sofre a dor do abandono, da ausência de amores. A quem padece a fome, o desabrigo, o desemprego, a ausência de condições de sobrevivência. 

Voz de Deus. Sempre presente. Não lhe sufoquemos os brados de alerta, de compaixão que nos dirige. Somos todos filhos da mesma família, dependentes uns dos outros. Herdeiros do Universo, repartamos o pão, ofertemos a palavra amiga, socorramos nosso irmão, próximo ou distante. A Voz de Deus nos indaga: Como está seu irmão? Não cerremos os ouvidos, nem nos desculpemos. Atendamos a Voz de Deus.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Evangelho (Lc 12,54-59)

Naquele tempo, Jesus dizia também às multidões: Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. Quando sentis soprar o vento sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. Hipócritas! Sabeis avaliar o aspeto da terra e do céu. Como é que não sabeis avaliar o tempo presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? Quando, pois, estás indo com teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto ainda a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e o oficial de justiça te jogará na prisão. Eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo.

Palavras sábias de Jesus, que nos reconhece o mérito de perante tantos acontecimentos na nossa vida e mesmo no mundo à nossa volta sabermos discernir e mesmo em grande parte prever o rumo dos acontecimentos.

No entanto de igual forma nos indaga algo inconformado, como é possível com qualidades desenvolvidas como essas, não procedermos da mesma forma, com a igual justeza de avaliação e previsão, em relação a nós próprios e nosso vastíssimo mundo interior, afinal a sede de tudo que sentimos e fazemos. Só sendo imensamente hipócritas diz Jesus, se justifica esta atitude de cegueira para com as nossas consciências, e com a ligeireza em julgar e prever o que no exterior acontece à nossa volta.

Mas mais ainda nos diz no final desta parábola do Evangelho, concluindo em jeito de advertência, que tenhamos em linha de conta, que essa forma de atuarmos perante nós próprios e a comunidade onde estamos inseridos, como todas as interações que daí resultem, seus problemas e suas desarmonias, serão todas pesadas pela medida da nossa consciência e esforço em sermos autênticos, em fidelidade a nosso coração e em relação a esses assuntos "pendentes" gerados por nosso agir. Que é mais sábio aproveitar o tempo que nos está destinado a viver para sanar todas as desavenças e desarmonias que nos baterem à porta, que esperar que se resolvam por si mesmas.

Avisa-nos que por nossa escolha, a "habitação que construirmos na terra, será a nossa morada no céu..." - como sempre dizia o amado Mestre, quem tem ouvidos para ouvir, que ouça!

segunda-feira, 17 de junho de 2024

O convite do Pastor

Narra o Evangelista João que Jesus foi a Jerusalém porque havia uma festa entre os judeus. Não se sabe ao certo que festividade seria porque não fez questão de mencionar. Mas assinala que havia, próximo à porta das ovelhas, um tanque chamado Betesda, que em hebreu quer dizer Casa de Misericórdia. Tratava-se, em verdade, de uma grande piscina, com acesso por cinco pórticos. O local fora edificado pela administração pública. Alguns o consideravam dedicado a Asclépio, deus da medicina e da cura. Em outras anotações, encontramos que o local era administrado por judeus que chegavam a negociar os melhores lugares, ou seja, os mais próximos à borda da piscina. Espalhara-se a lenda de que, periodicamente, um mensageiro celeste descia à piscina e revolvia suas águas. O primeiro que então adentrasse, sarava de qualquer enfermidade. Interessante que fosse procurada por grande multidão de cegos, mancos, paralisados, considerando que a algumas centenas de metros, estava o Templo de Jerusalém. Por que não buscavam os judeus as graças de Yaweh no Templo em que consideravam devia ser adorado e aderiam, ao contrário, a uma crendice?

Ontem, como hoje, parece que quando se trata de alcançarmos algo que muito desejamos, rapidamente desprezamos crenças ainda não sedimentadas em nós. Ora, havia ali um homem, paralítico há trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava há tanto tempo nesse estado, se aproximou e lhe perguntou: Queres ficar curado?

Aquele homem não sabia quem era Jesus. No entanto, seria natural que respondesse: Sim, quero. No entanto, a sua é a lamentação de que não tem quem o lance na água, assim que seja agitada. Quando conseguia chegar próximo, alguém já adentrara antes dele. Jesus lhe ordena então: Levanta-te, toma o teu leito e anda.

O homem se ergue, e se vai, andando.

O que causa estranheza é que a multidão necessitada nada percebeu. Cada um estava focado somente em seu próprio problema, sem olhar ao redor. A grande lição de Jesus passou despercebida de todos eles, que poderiam, igualmente, se terem beneficiado do poder do Mestre. Continuaram ali, ao redor da piscina, aguardando o próximo movimento das águas. Ao curar o paralítico, testificava Jesus que a cura não estava na água. Ele, o Divino Pastor, era a cura para todos os males.


Não somos nós como aqueles doentes? O Pastor se oferece para nos socorrer, para aliviar a enfermidade das nossas almas, para aplacar nossa sede de amor, as carências que nos atormentam. Mas, as aparências do mundo, o encanto de promessas tolas nos distraem. Desejamos algo mágico, fácil, que aconteça de repente. Contudo, a doença que nos chega, a morte que abraça os que amamos, as dificuldades financeiras, tudo poderia ser melhor superado, se tivéssemos em conta o convite de Jesus: 

Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.

Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

Sigamos o Pastor.

domingo, 16 de junho de 2024

Em nome dEle

Olhando a História humana, certamente nos causa pavor notar tantas atrocidades, atos de barbarismo e pura estupidez, realizados em nome de Jesus. Talvez isso seja a causa de muitos, atualmente, serem avessos às religiões, ou ao cristianismo.

Por que cometemos tantos absurdos em nome dEle? Por que tanto ódio e separação em nome de Alguém que foi e é a personificação do amor?

De uma vez por todas, entendamos: nunca foi em nome dEle.

Nunca foi em nome de Jesus que saímos por aí destruindo cidades, famílias, convertendo pessoas à força e destilando um ódio sem tamanho. Foi sempre em nome de nós mesmos, da nossa ignorância mergulhada no ciúme e na inveja, vícios morais que ainda trazemos. O nome de Jesus, ou de uma aparente causa nobre, foi apenas uma fachada para esconder os próprios interesses. Foram esses mesmos interesses que comandaram guerras, essas revoluções enganosas e todas as tentativas de forçar outras pessoas a aceitarem nossas verdades. Sempre quisemos o poder, sempre quisemos dominar. E nos servimos de um estandarte: o do Cristo, que deveria significar somente paz, amor, concórdia. Entendamos isso: nunca foi verdadeiramente em nome dEle!

Recordemos como foi a Sua reação diante dos soldados, que O foram prender, na calada da noite, enquanto Ele orava. Quando Pedro, surpreendido pela escolta armada, tenta resguardar o Amigo, chegando a ferir um soldado, Jesus recomenda: Embainha tua espada. Retorna a tua espada para o lugar dela, pois todos os que tomam a espada, morrem pela espada.

Esse mesmo Jesus também recomendou: Amai os vossos inimigos. Orai por aqueles que vos perseguem.

Também exaltou os pacificadores em uma de suas bem-aventuranças, e mostrou-se como o Grande Pacificador: A minha paz vos deixo. A minha paz vos dou. Como pudemos, em sã consciência, depois de conhecer a mensagem de Jesus, iniciar guerras, empunhar uma espada e destruir vidas, em Seu nome?

Por isso voltamos a dizer: nunca foi em nome dEle.

Os que, verdadeiramente, levantaram bandeiras em nome dEle somente espalharam o amor. Os primeiros que O seguiram, os verdadeiros cristãos, se dispuseram a cuidar de doentes, de pessoas discriminadas pelos preconceitos, que viviam apartadas da sociedade, que nem eram consideradas humanas. Os verdadeiros cristãos alimentaram os famintos, os miseráveis, tentando, de alguma forma, amenizar as diferenças sociais que sempre ocorreram no mundo. Os verdadeiros cristãos estavam e continuam dentro de seus lares, sendo boas mães e bons pais, ensinando aos filhos os valores da honestidade, da gratidão e da caridade.

Infelizmente, no mundo, ainda somos poucos os que podemos nos afirmar trabalhar em Seu nome. Alguns continuamos a empunhar o título na fachada, defendendo apenas os próprios interesses. Somos árvores que não produzem bons frutos. Jesus alertou: Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que realiza a vontade de meu pai que está nos céus. Pensemos a respeito.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Santa Tereza de Ávila – Tereza de Jesus, Doutora da Igreja, reformadora do Carmelo.

Tereza de Cepeda e Ahumada, nasceu em Ávila, Espanha, no ano de 1515. Filha de Alonso Sanches de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teve educação esmerada e muito cuidada pelos pais. Gostava de ler histórias de santos, chegando a fugir de casa com seu irmão para dar a vida por Cristo tentando evangelizar os mouros. Sua mãe faleceu quando Tereza tinha 14 anos. Então, seu pai a levou para estudar no Convento das Agostinianas de Ávila. Quando leu as "Cartas" de São Jerônimo, disse  a seu pai que iria se tornar religiosa. Seu pai não queria, mas com 20 anos ela "fugiu" para o Convento Carmelita de Encarnacíon, em Ávila.

Viveu no Convento da Encarnação, ficando muito doente por 3 anos, seu pai a tirou do convento para ser tratada. Praticando a oração mental seguida pelo livro, "O terceiro alfabeto espiritual", do padre Francisco de Osuna, recuperou sua saúde e retornou ao Carmelo. Com muita amabilidade e caridade, conquistava a todos conversando no locutório do Carmelo. Após 25 anos no Carmelo pede permissão ao provincial, padre Gregório Fernandez para fundar novas casas, com uma vida mais austera e com menos irmãs, visto que onde ela morava haviam mais de 200 freiras. Apesar da maioria ter ido contra, Santa Tereza continuou com sua missão fundando várias casas, com o apoio de 2 frades carmelitas, o superior Antonio de Jesus de Heredia, e Juan de Yepes, (São João da Cruz). Conseguiu depois de muita luta,  a autorização de Roma para separar a ordem das carmelitas descalças, (por usarem roupas rasgadas e sandálias ao invés de sapatos e hábitos), das carmelitas calçadas, ordem a que pertenciam. Deixou para São João da Cruz a missão de continuar fundando novos conventos, escrevendo também a pedido de Santa Tereza, as regras para os mosteiros masculinos.

Realizou uma grande reforma na Ordem das Carmelitas Descalças. Fundou vários conventos, (32 mosteiros, 17 femininos e 15 masculinos), com uma rígida forma de vida, trabalho e silêncio. Santa Tereza foi considerada muito inteligente, e deixou vária obras escritas, como o Livro da Vida, o Caminho da Perfeição, Moradas e Fundações entre outros. Com uma forte doutrina que dirige a alma até uma espiritualidade com Deus, no centro do Castelo Interior, com base na espiritualidade carmelita, que são os quatro degraus da  oração: o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento. Um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que é comemorado pelo Carmelo com a festa da Transverberação do coração de Santa Tereza, no dia 27 de agosto. Tinha o dom de predizer o futuro e de ler as consciências das pessoas.

Oito anos antes de morrer, foi lhe revelado a hora de sua morte, aumentando mais ainda o seu amor a Deus e as orações. Santa Tereza morreu no dia 4 de outubro de 1582, com 67 anos. Depois de uma viagem para encontrar com a Duqueza  Maria Henriques, ficou por 3 dias de cama pois estava bem debilitada, e disse a Beata Ana de São Bartolomeu : "Finalmente, minha filha, chegou a hora da minha morte." E na hora de sua morte ela disse: "Oh, senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face." Foi sepultada em Alba de Tormes, onde estão suas relíquias. Depois de sua morte e até os dias de hoje, seu corpo exala um perfume de rosas, e se conserva intacto,(incorruptível). Seu coração conservado em um relicário, em Alba, na igreja das Carmelitas, tem uma profunda ferida, de quando foi marcado pelo anjo.

Santa Tereza foi canonizada  no dia 27 de setembro de 1970, pelo Papa Paulo Vl, que lhe conferiu o título de Doutora da Igreja, e sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.

Oração

"Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança.

A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta."

Ó Santa Tereza de Jesus, vós sóis a mestra da genuína oração e nos ensinais a rezar conversando com Deus, Pai Filho e Espírito Santo.

Ó Santa Tereza, ajudai-nos a rezar com fé e confiança, sem nunca duvidar da bondade divina.

Ajudai-nos a rezar com inteira conformidade de vossa vontade com a vontade de Deus, com insistente perseverança até alcançarmos aquilo que necessitamos.

Ó Santa Tereza, fazei-nos fiéis a nossa oração da manhã e da noite, e a transformar em oração o cumprimento de nossas tarefas de cada dia.

Que a oração seja para nós a porta de nossa conversão e santificação, a chave de ouro que nos abrirá as portas do Céu. Amém.

 Santa Tereza de Jesus, Rogai por nós.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Vander Lee - Alma Nua

Ó, Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes

Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor

Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua

Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima

Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido

De me apaixonar todo dia
E ser mais jovem que meu filho
De ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho

Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio deus
Viver menino, morrer poeta.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Evangelho (Lc 12,35-38)

Naquele tempo, o Senhor disse aos seus discípulos: Ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas acesas. Sede como pessoas que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os servos que o Senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, vos digo: ele mesmo vai arregaçar sua veste, os fará sentar à mesa e passará para servi-los. E caso ele chegue pela meia-noite ou já perto da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!.


Nesta parábola Jesus nos alerta que apesar da distancia do tempo desde a sua presença entre nós, os seus ensinamentos são intemporais e adequados para esta humanidade. Nos diz que permaneçamos vigilantes em relação às nossas atitudes, valores, exemplos de vida. Nos aponta inclusive a importância destas coisas em relação a nós próprios, quando estamos sós, a forma como convivemos connosco próprios longe dos olhares dos outros, em nossa intimidade. Jesus não nos refere nenhum tipo de proibição, ou inclusive indica que devemos ter esta ou aquela forma de ser. Não, respeitando a forma de ser de cada um, apenas refere que devemos ser vigilantes, para que assim chegue um momento em nossa vida de depararmos situações em que devemos optar reconhecidamente, pela justiça do nosso julgamento guiado pelo nosso coração, mente e seus ensinamentos, tenhamos a coragem e não sejamos apanhados desprevenidos. Que saibamos ter coragem para assumir as nossas convicções e estarmos do lado do que cremos ser justo, não renegarmos a nossa consciência.

Um ser humano surpreendido ou fascinado por algo que o retire do comando de sua consciência, passará de imediato a poder ser comparado com um mero animal irracional ou mesmo escravo.

É por isso que Jesus nos alerta através desta parábola contada por São Lucas, apóstolo que dizem ter sido uma pessoa muito culta, médico na altura, grande curador e estudioso das doenças do corpo e da alma, que poderia certamente ter ganho muito prestígio se optasse por apenas exercer os dons dos seus estudos dentre as pessoas de influencia. Em plena concordância com a sua consciência e coração, decidiu num ato de grande coragem seguir os Ensinamentos de Jesus e com os seus companheiros apóstolos, ajudar a semear a sua palavra, sua obra e os seus ensinamentos de salvação para a humanidade.

Ser-se justo e honesto, sempre foi extremamente difícil, dada a ambição desmedida do homem ao longo da história. No entanto continuamos a viver em comunidade, a ter a responsabilidade de criar famílias saudáveis, a conviver com os amigos, a encontrar os vizinhos e a trabalhar com os colegas de profissão. Jesus nos alerta que estejamos atentos, não vá alguma circunstância do destino apanhar-nos em faltas repetidas com o nosso consentimento e com isso, virmos a ficar devedores de uma justiça que ainda que não tenhamos grande conhecimento, a justiça divina, ela não deixará de se aplicar sobre seja quem for, por que motivo for, já que à luz dos ensinamentos, o nosso juiz divino conhecerá todas as nossas faltas cometidas, de uma forma que só nós mesmos julgamos conhecer. 

Poderíamos a bem dizer, que um dia e quando menos esperamos seremos julgados pelo implacável juiz da nossa consciência, sem conseguir omitir nenhum dos nossos atos, até ao ínfimo e mínimo detalhe. E quem conseguirá mentir a si próprio, à luz da sua consciência divina?

terça-feira, 11 de junho de 2024

Uma nova estrada

A morte não é o final. Eu somente passei para a sala seguinte. Nada aconteceu. Tudo permanece exactamente como sempre foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos, permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira como sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como sempre o fizemos juntos. Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim.

Deixe que meu nome seja uma palavra comum em casa, como sempre foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem sombra. A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. A ligação não foi interrompida.

O que é a morte?

Por que ficarei fora dos seus pensamentos apenas porque estou fora do alcance da sua visão? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho. Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo bem próximo, na outra esquina. Você que aí ficou, siga em frente. A vida continua bela, como sempre foi.

Tudo está bem.


A morte é somente a cessação da vida orgânica. É apenas o fim do corpo físico e de mais uma etapa da programação Divina. A essência humana sobrevive para além da vida física, pois o Espírito não tem fim. Somos imortais. A morte vem apenas nos dizer que chegou o momento da alma retornar à vida plena e verdadeira. Mostra-nos que o Espírito se despediu do corpo, que o abrigou durante a jornada terrestre, para se elevar a outras dimensões e continuar sua trajetória evolutiva. A afeição real, de alma a alma, é durável, e também sobrevive à destruição do corpo. Apenas as afeições de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem.

O amor que nutrimos uns pelos outros continuará existindo na Espiritualidade. Ao desencarnarmos, seremos recebidos, do outro lado da vida, por aqueles a quem estamos ligados por laços de afeto e que desencarnaram antes de nós. Será o momento de rever seres amados que nos aguardam. O reencontro na Espiritualidade ou em vidas futuras, através de uma nova encarnação, haverá de acontecer. E, todas as vezes que a saudade daquele que partiu parecer maior do que nossas forças possam suportar, busquemos o lenitivo da oração. Nossas preces alcançam os seres amados onde quer que estejam, levando até eles nossas melhores vibrações. E, para que possamos sentir as vibrações enviadas pelo pensamento dos amores que hoje vivem em outras dimensões, aquietemos nossas mentes e corações. Com certeza, experimentaremos algum conforto. A prece é mecanismo abençoado que nos aproxima de Deus e dos afetos que estão distantes.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Com pesar?

Não soa estranho que aqueles que afirmamos crer na imortalidade da alma, que divulgamos, aos quatro ventos, que a vida prossegue para além desta vida, sejamos aqueles que, cientes da morte de alguém, expressemos nosso pesar?

Talvez devamos tornar a ler as páginas que nos foram endereçadas e que nos indagam: Acaso deveremos lastimar que, estando prisioneiros, um de nós se liberte antes, por ter cumprido toda sua sentença?

Naturalmente, sempre que a morte abraça alguém a quem estimamos e, sobretudo, se amarmos intensamente, nosso coração padece. Dizem que, na Terra, a dor mais pungente é a da separação física dos nossos amores. Isso porque aquele ser amado, deixando de estar connosco, nos impede de privar da sua presença, do seu calor. Sentimos falta do riso, do sorriso, do carinho. Sim, a partida dos afetos, dos amigos, dos que ombreiam connosco nas tarefas de ordem profissional ou voluntária, nos magoa.

Sua ausência é sentida a cada passo. Sua presença é recordada, a cada momento, em que retornamos a realizar algo que fazíamos juntos. Em alguns dias, a saudade parece amenizar. Em outros, parece ficar mais aguda e mais intensa. No entanto, pensemos que aquele que parte concluiu a sua tarefa e os que ficamos, a precisamos concluir. Recordemos que a verdadeira liberdade, para o Espírito, consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo. Portanto, deveríamos nos felicitar com aquele que se libertou, sobretudo se, examinando seus atos, nos damos conta das tantas bênçãos distribuídas por ele. É comum, ante o corpo daquele que fechou os olhos da carne, recordarmos do quanto era importante para nós, para a comunidade, para os colegas. Pois continuemos a lembrá-lo assim, louvando por poder comparecer perante a consciência liberta, com muitos frutos nas mãos. Com muitas boas ações, que o referendam a ser bem acolhido pelos Espíritos do bem, a ser bem rececionado por tantos amores que, desta vida ou de experiências anteriores, o aguardam, jubilosos. Aqui, é uma despedida. Do outro lado, o retorno de alguém que realizou uma curta ou longa jornada.

Lembramos dos primitivos cristãos que entravam na arena, para enfrentar as feras, que os haveriam de trucidar, entre hinos de louvor. Cantavam, unindo-se ao Pai Celeste, que os envolvia em vibrações superiores, de forma a lhes insuflar ainda maior coragem para o martírio. Assim, ante a morte que se apresenta e, quase sempre, no momento em que menos se espera, aprendamos a orar. E, interpretando a dor que vai na alma dos familiares, manifestemo-nos a eles de forma diferente. Sejam as nossas palavras de bom ânimo, de encorajamento, de apoio. Se precisarmos anunciar, a quem quer que seja, a morte de um colega, de um amigo, de um amor, escrevamos algo que expresse nossos melhores sentimentos. Compreendemos a sua dor, nesse momento. Oramos pelo seu fortalecimento moral. Vibramos, em prece, pelo companheiro que partiu. Que os bons Espíritos o envolvam em luz. Conte connosco. Estamos aqui.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

O perdão

O perdão incondicional no mundo atual é muito raro. Além de não perdoar com facilidade as ofensas de parentes e amigos, encontramos impedimentos enormes para a sua prática, no que se refere aos inimigos. O orgulho é de tal ordem que basta um familiar cometer um deslize qualquer para ficarmos furiosos. Em vez de desculpar a fragilidade moral do infeliz e procurar lhe dar apoio para suavizar as punhaladas do remorso, ficamos a atirar pedras. Pedras do desprezo, da indiferença, sem medir as consequências de tal atitude.

Conta o escritor John Lageman um fato contemporâneo. Ocorreu com um ex-presidiário, que sofreu na alma a incompreensão e o abandono dos seus familiares, durante todo o tempo em que esteve recluso numa penitenciária. Os seus parentes o isolaram totalmente. Nenhum deles lhe escreveu sequer uma linha. Nunca foram visitá-lo na prisão durante a sua permanência lá. Tudo aconteceu a partir do momento em que o ex­-presidiário, depois de conseguir a liberdade condicional, por bom comportamento, tomou o trem de retorno ao lar.

Por uma coincidência que somente a Providência Divina explica, um amigo do diretor da penitenciária se sentou ao seu lado. Por ser uma pessoa sensível, identificou a inquietação e a ansiedade na fisionomia sofrida do companheiro de viagem e, com gentileza, lhe falou:

O amigo parece muito angustiado! Não gostaria de conversar um pouco? Talvez pudesse diminuir o desconforto.

O ex-presidiário deu um profundo suspiro e, constrangido, falou:

Realmente, estou muito tenso. Estou voltando ao lar. Escrevi para minha família e pedi que colocasse uma fita branca na macieira existente nas imediações da estação, caso tivesse me perdoado o ato vergonhoso. Se não me quisessem de volta, não deveriam fazer nada. Então eu permanecerei no trem e rumarei para lugar incerto. O novo amigo verificou como sofria aquele homem. Ele sofreu uma dupla penalidade: a da sociedade que o segregou e a da família que o abandonou. Condoeu-se e se ofereceu para vigiar pela janela o aparecimento da árvore. A macieira que selaria o destino daquele homem. Dez minutos depois, colocou a mão no braço do ex­-condenado e falou quase num sussurro:

Lá está ela!

E mais baixo ainda, disse:

Não existe uma fita branca na macieira!

Fez uma pausa, que parecia uma eternidade e falou novamente:

... A macieira está toda coberta de fitas brancas.

A terapia do perdão dissipou, naquele exato momento, toda a amargura que havia envenenado por tanto tempo uma vida humana. O pobre homem reabilitado deixou que as lágrimas escorressem pelas faces, como a lavar todas as marcas da angústia que até então o atormentara.


A simbologia das fitas brancas do perdão incondicional deve ficar gravada em nossa mente. Deve nos lembrar sempre as palavras de Jesus:

Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.

Quem de nós não necessita de perdão? Quem já não errou, se equivocou, faliu?

A própria reencarnação é, para cada um de nós, o perdão incondicional de Deus, a nos oferecer uma nova chance para o resgate dos débitos e retomada do caminho, do aprendizado sem fim.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

A Oração da Boa Vontade

Om, Shanti.

Evoco o melhor para os meus semelhantes, para meus colegas e cada ser que conheço.

Espero que  vizinhos e pessoas com quem interajo se libertem das causas da dor –  e do egoísmo, fonte do sofrimento.

 Que minha alma me afaste da ignorância. Que todos se ergam no caminho da Paz.

Meu semelhante é meu irmão, saiba ele ou não disso. Afasto de mim a imprudência, o descaso, o descuido e a ausência de saber. No silêncio profundo, percebo o equilíbrio.

Ao lado do desapego está a sabedoria. A consideração pelo outro é da mesma natureza que a consideração por mim.

O erro do colega é meu defeito. A virtude do irmão é minha qualidade. Os covardes pensam que se beneficiam com o tropeço alheio.

Sou rigoroso comigo e generoso com meu próximo.

Sei que boa vontade sincera não aceita indulgência: é para tirar vantagem que o preguiçoso e o manipulador estimulam a preguiça alheia.

Altruísmo e rigor, combinados, produzem paz. A boa vigilância exige o melhor de si e dos demais.

Não trato de dizer ao outro o que ele espera ouvir. Abstenho-me de falsidade.

Querer o bem do semelhante é uma atitude sóbria, e fica longe das aparências. Inclui a concordância e a discordância. É inseparável da franqueza. Não possui uma forma externa, e no entanto é percetível onde quer que haja boa vontade.

Desejar o melhor aos outros é uma maneira imediata de ser feliz. Como tudo o que ocorre na alma, constitui uma atividade silenciosa e eficaz.

A bem-aventurança olha para o alto.

Evoco o melhor e o mais elevado para os meus semelhantes que convivem comigo,  e para os que não convivem.

Desejo que se libertem da ausência de paz. Que avancem pelo caminho da simplicidade, alcançando o contentamento.

Compartilho agora mesmo a bem-aventurança e a lei da justiça com os seres que conheço, com os seres que não conheço, e os que conhecerei no futuro.

 Shanti, Om.

sábado, 1 de junho de 2024

Com Deus me deito, com Deus me levanto

Numa antiga oração popular, ensinada às crianças para que seja orada antes de dormir, encontramos uma expressão muito interessante:

“Com Deus me deito, com Deus me levanto…”

Eis então algumas considerações importantes inspiradas neste costume: Com Deus me deito…

Que importante anelo para alguém que se prepara para o sono, tendo em vista que ao dormir, ao se penetrar o universo do sono e dos sonhos, ninguém pode garantir a qualidade deste transe, a harmonização com Deus faz-se fundamental. Cada pessoa, que se desprende do corpo físico, passa a travar contato com os variados tipos espirituais. Amigos uns, inimigos outros, comparsas do pretérito reencarnatório, incontáveis. Por causa disso, torna-se primordial criar-se o hábito benfazejo de orar, antes de dormir, entregando a mente, os raciocínios e os sentimentos às mãos do Criador.

Quando alguém mergulha nesse rio do sono, não tem ideia de com quem deparará. É o que nos ajuda a entender os sonhos suaves, cheios de estesias, repletos de alegrias, que levam muita gente a dizer que chega a ter vontade de não despertar.

Há, por outro lado, os conhecidos pesadelos, que não são, senão, o resultado do contato angustiante e perturbador com adversários ou inimigos, cobradores, em vários níveis, das condutas daquele que dorme.

Deitar-se com Deus, então, transforma-se em providência muito feliz, com o fito de libertar-se de qualquer perseguição sombria.

“Com Deus me levanto…”

Em realidade, a referência é ao ato de despertar do sono. É fundamental alguém aprender a levantar-se com Deus, num mundo em que, de costume, muitos indivíduos anseiam por levantar-se admitindo a não necessidade de cogitar Deus. Quantos indivíduos, caídos na rua da amargura, rogam a ajuda divina para erguer-se da dificuldade em que se acham?

Mãos anônimas, mãos amigas, benfeitores humanos, socorristas encarnados, atendentes sociais, todo este plantel de almas do bem representa a presença de Deus junto aos irmãos que sofrem. Tanto caminho, tanta ajuda, tanto apoio impulsionarão o sofredor para que ele se levante, e se levante com Deus. Quantos experimentam dramas econômico-financeiros, fazendo-se endividados, inadimplentes, desgastados sociais, desacreditados, muito embora a sua honestidade, a sua consciência dos próprios deveres?

Esses companheiros anseiam pelo socorro de amigos e de instituições bancárias que lhes retirem do pescoço o nó, que lhes ofertem algum oxigênio Assim livrando-os da sufocação em que se acham, para que se levantem, e se levantem com Deus. Qualquer que seja a queda humana, material ou moral, a possibilidade de levantar-se com Deus, com o apoio do mundo superior, será sempre a melhor maneira de se levantar no planeta.

Você sabia que a oração é uma das melhores maneiras de nos colocarmos em sintonia com os amigos espirituais?

Eis um hábito muito salutar: travar conversas constantes, onde quer que estejamos, com nosso Espírito protetor, e com os Espíritos afins que nos acompanham diariamente. Mantendo-nos em sintonia com os bons Espíritos, através de pensamentos elevados, de alegria, gratidão e amor, conseguiremos ouvir suas inspirações, e delas nos utilizarmos para nosso bem. Contemos mais com este recurso fabuloso que temos: a prece, e nos surpreendamos com os bons resultados obtidos.